Por Maria do Rosário Pedreira 

Talvez os Extraordinários não saibam, mas o mercado editorial no Brasil está num estado absolutamente calamitoso. As coisas já não andavam de feição há imenso tempo, mas as duas principais cadeias de livrarias (Saraiva e Cultura) entraram em falência técnica; e isso  quer dizer que não só muitas das cidades brasileiras ficarão sem uma única livraria (o que é tenebroso), mas também que os editores ficarão com créditos que não sabem se alguma vez vão conseguir receber (e, se conseguirem fazer acordos, de certeza que perderão cerca de 40% das quantias que lhes devem).

Assim, também os pequenos editores, que em geral são os mais corajosos e publicam o que se vende menos (poesia, teatro...), entrarão em crise e, muito provavelmente, não se aguentarão. Mas também as editoras maiores, algumas pertencentes a multinacionais, com um respeitável número de funcionários, terão de despedir pessoas em várias áreas e, já se sabe, os assistentes editoriais, por diminuição da produção, são os que primeiro voam...

Eu, que já estou  nisto há trinta anos, já vi a mesma situação em Portugal, sobretudo com a falência de grandes distribuidoras nos anos 1990. Mas o Brasil é um país enorme, com a agravante de ter agora um governo que lida mal com a cultura e os intelectuais. É por isso que Luís Schwarcz, o editor da Companhia das Letras, escreve uma carta de amor aos livros que vale a pena ler. Deixo-vos o link e espero que, mesmo não sendo brasileiros, façam o que ele sugere, pede, diz. Por todos nós. E pelos livros.

 

http://www.blogdacompanhia.com.br/conteudos/visualizar/Cartas-de-amor-aos-livros?fbclid=IwAR1SuVoarvmoaD8ne2XsMa4zS6KywcvqcA800r22Y5dqVDmbSTmGOdxv-dM#.XBEtBLaxWGs.facebook