Washington Ramos

     Li hoje, quase de um fôlego só, Os irmãos Quixaba, novela da autoria de William Palha Dias, escritor piauiense. Comecei a leitura dessa obra na Biblioteca Fontes Ibiapina, agora à tarde. Essa biblioteca fica no complexo cultural do Teatro do Boi, no bairro Matadouro. Levei o livro emprestado para casa e terminei de ler à noitinha. Despreguei os olhos daquelas páginas poucas vezes. O estilo do autor é simples, direto e fluente, o que facilita muito a leitura.

     Já faz muito tempo que essa novela estava em minha vontade e em meu horizonte de leitura, mas eu refreava o desejo de a procurar para ler, devido a meu trabalho profissional e a outras leituras mais urgentes. O engraçado é que eu pensava que os irmãos Quixaba fossem dois rapazes envolvidos em confusões. Enganei-me bastante. Na verdade, são um rapaz e uma moça.

     Meus poucos leitores não precisam se preocupar, pois não vou fazer o resumo aqui nem antecipar o começo, o meio e o fim dessa boa narrativa. Digo apenas que é um livro que faz uma excelente junção entre Direito e Literatura. Ou melhor, entre a ciência jurídica e a ficção literária. Digo ainda que o autor teve muita coragem em abordar um tema delicado nessa novela, um tema tabu. Não vou dizer qual é esse tema. É a segunda vez que o encontro em um escritor piauiense. Outro autor que o explorou também foi Clodoaldo Freitas, mas com um impacto emotivo muito menor do que o que está nesse texto de William Palha Dias.

     Gostei tanto de Os irmãos Quixaba, que, na mesma biblioteca, peguei emprestado Vila de Jurema, também de William Palha Dias. Acredito que irei gostar. É um autor que estou descobrindo agora. É tão gratificante quando a gente descobre um escritor e começa a ler várias obras suas. É um novo mundo que se descortina em nossa frente. Um mundo mediado pelas palavras.