Um poeta morreu
Por Flávio Bittencourt Em: 25/09/2009, às 07H23
Bilhete a Rogel Samuel
por Flávio Bittencourt
"Brasília, 25.9.2009
Mestre Rogel:
Entristecido, verifico, lendo notícia de sua lavra, que Iranáris - "(...) [que foi] jornalista no Rio (A noite) e professor de matemática na Escola Técnica de Manaus (...), como você informa - . faleceu,
http://www.45graus.com.br/entre-textos/49619/iran_fersil.html.
Ao lado dos também escritores Homero de Miranda Leão e Ramayana de Chevalier - e meu pai, Ulysses Bittencourt, era quase um irmão do pai de Stanley, Scarlet e Ronald Chevalier, o célebre Roniquito -, vejo, em pesquisa no Google, que Iranáris foi suplente de deputado estadual, como os Drs. Homero e Ramayana também o foram, pela UDN do Amazonas, nas eleições de 3.10.1958,
http://www.eleicoespos1945.com/1945-1965/amazonas_1958_estaduais_udn.html.
1958, vale lembrar, de acordo com Joaquim Ferreira dos Santos, foi "o ano que não deveria terminar",
http://www.editoras.com/record/05185.htm.
Em 1975, no funeral de Pier Paolo Pasolini, pronunciou Alberto Moravia:
"(...) Hoje morreu um poeta. E um poeta é uma coisa rara. Só aparecem dois ou três poetas em cada século. O poeta deveria ser sagrado. (...)"
(http://www.spinternacoes.com.br/I%20Ciclo%20anexo%2003.pdf).
Transmita as minhas condolências, por favor, à família enlutada do seu amigo, o poeta amazonense
Iranáris Ferreira da Silva (1912 - 2009).
POUCO SONHO E MUITO AMOR
Iran Fersil (Iranáris Ferreira da Silva)
Diz-me baixinho, amor; diz, segredando,
palavras de afeto e de carinho,
para que eu vá dormindo de mansinho,
depois desperter mais e mais te amando.
Vem em meus olhos, lado a lado, andando,
para que eu não me sinta tão sozinho;
vem, sem receio, que eu serei bonzinho,
porque sem ti me quedarei chorando.
E nosso par será mui venturoso:
símbolo de amor, de gozo e de ventura
que tanta inveja então há de causar.
Serás feliz, querida, eu bem ditoso,
no lindo sonho cheio de ternura
que de tão belo não devia findar!".