Um poema de Thomas Hardy (1840-1928)
Por Cunha e Silva Filho Em: 14/10/2010, às 16H49
The shadow on the Stone
I went by the Druid stone
That broods in the garden white and lone,
And I stopped and looked at the shifting shadows
That at some moments fall thereon
From the tree hard by with a rhythmic swing,
And they shaped in my imagining
To the shade that a well-known head and shoulders
Threw there when she was gardening.
I thought her behind my back,
Yea, her I long had learned to lack,
And I said: “I am sure you are standing behind me,
Though how do you get into this old track”
And there was no sound but the fall of a leaf
As a sad response; and to keep down my grief
I would not turn my head to discover
That there was nothing in my belief.
Yet I wanted to look and see
That nobody stood at the back of me;
But I thought once more: Nay, I’ll not unvision
A shape which, somehow, there may be.”
So I went on softly from the glade,
And left her behind me throwing her shade,
As she were indeed an apparition –
My head unturned lest my dream should fade.
Obs. O tercerio verso ( 1ª estrofe) e o penúltimo verso ( última estrofe) do poema acima, por motivo técnico de postagem, ficou afastado, não respeitando o rigor da disposição espácio-grafica não-linear do autor.
A sombra na pedra
Fui até à pedra druida
Que, branca e solitária, no jardim resiste,
Para as sombras mutáveis parei e olhei
Que, por alguns instantes, ali surgem
Da árvore vizinha num balanço rítmico,
Alguma forma toma no meu devaneio
Igual à sombra que uma cabeça e ombros
Do jardim cuidando se projetam ali.
Atrás de mim, senti-a,
Sim, dela aprendi, com o tempo, a grande ausência suportar
Assim, lhe falei: certeza tenho que atrás de mim estás,
Como, apesar de tudo, até aqui chegar consegues?”
Silêncio absoluto quebrado apenas por uma folha caindo
Como se fora uma triste resposta; e, para meu pesar amenizar,
Vontade não senti de me voltar pra atrás a fim de descobrir
Que não havia nada do que pensava.
Entretanto, olhar queria e ver
Que, por trás de mim ninguém estava;
Contudo, uma vez mais pensei: “Não, ver não quero
Uma forma que, de algum modo, possa ali estar.”
Assim, do atalho suavemente me afasto
Deixando sua forma atrás de mim projetando-se,
Como se verdadeiramente um aparição fora –
A cabeça firmei para que do sonho não despertasse.
Obs.: O primeiro verso da segunda estrofe, "Atrás de mim, senti-a", da mesma forma, ficou afastado, na postagem, do segundo verso da mesma estrofe: "Sim , dela aprendi, com o tempo, a grande ausência suportar".
( Tradução de Cunha e Silva Filho)