Um poema de Paul Manivet
Em: 28/07/2009, às 13H44
Um poema de Paul Manivet
Uma vez, escrevi um pequeno ensaio sobre eles. Não que Paul Manivet pudesse ser classificado como poeta menor, longe disso. O poema abaixo, em tradução minha bilíngüe, que lhe trago, leitor, se não é do nível da grande literatura antiga ou moderna, é um poema que merece ser lido e até apreciado. Observe bem as duas últimas quadras finais. Como são belas, lirismo puro!! Premiers Frissons Les feuilles jonchent l’avenue, Vers l’accueillante cheminée Comme le foyer fait le vide Le soleil que plus tôt se couche Fermons sans regret la fenêtre Primícias do Inverno Encaminham-se as crianças Quão vazia a sala de espera Põe-se mais cedo o sol, Sem pesar, fechemos a janela
Cunha e Silva Filho
Hoje, como sempre, há lugares para todos os tipos de poetas, poetas de todos os níveis, desde os mais badalados, no mundo inteiro quase, até os esquecidos. Por isso, nesta coluna estou, agora, homenageando os poetas menores. Afinal disse alguém que a literatura não é só feita de grandes escritores.Como são poucos os grandes, os pequenos pelo menos servem para manter sempre ativa a atividade literária. São milhares pelo mundo afora. São aqueles poetas que não estão ( nem talvez nunca estarão) nos registros das grandes histórias literárias, nem tampouco constam das preocupações dos críticos famosos..
Paul Manivet nasceu na França, em Avignon, no dia 26 de junho de 1856 e morreu em 20 de julho de 1930. Foi, além de poeta, romancista e libretista. É nome de rua em sua terra natal. Obras publicadas: Romance: Le romana de Lisette (1881); Poesias: En Avignon. Poèmes modernes (1900), Les rues d1Avignon (1913).
L’air fraîchit et le jour décroit;
C’est l’âpre saison revenue,
C’est le premier frisson de froid.
Qui crépite et flambe soudain,
L’enfance s’est acheminée,
Et n’est plus de fleurs au jardin
Autour des frileuses maisons!
L’aîeule en chantonnant dévide
Son écheveau, près des tisons.
Survit dans la lampe et le feu
Et pourtant son déclin nous touche
Et nous étreint comme un adieu.
Puique l’astre doit revenir;
Et, pour voir le passé renaître
Il suffit de se souvenir. (Paul Manivet)
Juncam as folhas n a avenida,
Refresca o tempo, declina o dia;
Regressa a áspera estação
Prenúncio do frio.
Em direção à aconchegante chaminé
Que, de súbito, crepita e flameja.
Foram-se as flores do jardim.
Em volta das friorentas casas!
Cantarolando, a avó, perto dos tições,
Sua meada desfaz.
Cedendo lugar à lâmpada e ao fogo
Tocante seu declínio num abraço de adeus.
Visto que o astro sempre volta;
Para ver o passado renascer
Basta apenas recordar.