Um poema de Henry W. Longfellow (1807-1882)

 

The old house by the lindens
        Stood silent in the shade,
And on the graveled pathway
       The light and shadow played.

I saw the nursery windows
      Wide open to the air;
But the faces of the children,
      They were no longer there.

The large Newfoundland house-dog
      Was standing by the door;
He looked for his little playmates,
      Who would return no more.

They walked no under the lindens,
     They played no in the hall;
But shadow, and silence, and sadness
     Were hanging over all.

The birds sang in the branches,
     With sweet familiar tone;
But the voices of the children
    Will be heard in dreams alone!

And the boy that walked beside me,
    He could not understand
Why closer in mine, ah! closer,
    I pressed his warm, soft hand.


                A  janela aberta


Ao pé das tílias, a velha casa
      À sombra, silenciosa, continuava,
E, no caminho cascalhento, 
      Brincavam luz e sombra.

Dos quartos das crianças, janelas via
     Bem abertas, arejadas;
Mas os rostos infantis,
    Não mais ali se viam.

Do Terra-nova o amplo canil
    Junto à porta situava-se;
Pelos pequeninos companheiros procurava ele,
    Que não mais voltavam.

Sob as tílias, não mais caminhavam,
    Nem mais no saguão já brincavam;
Contudo, só sombra, silêncio e tristeza
   Por toda a parte ficavam.

Nos ramos cantavam os pássaros,
   Com conhecida e doce melodia;
As vozes infantis, porém,
   Só em sonhos ouvidas são!

E aquele menino que comigo andava,
   Entender nada podia
Por que, junto a mim, ah! bem juntinho,
   A suave, calorosa mão lhe apertava.

                                            (Tradução de Cunha e Silva Filho)