Um poema de Edna St. Vincent Millay (1892-1950)
Por Cunha e Silva Filho Em: 06/10/2011, às 13H46
On hearing a symphony of Beethoven
Sweet sounds, oh, beautiful music, do not cease!
Reject me not into the world again.
With you alone is excellence and peace,
Mankind made plausible, his purpose plain.
Enchanted in your air benign and shrewd,
With limbs a-sprawl and empty faces pale,
The spiteful an d the stingy and the rude
Sleep like the scullions in the fairy-tale.
This moment is the best the world can give:
The tranquil blossom on the tortured stem.
Reject me not, sweet sounds! Oh, let me live,
Till Doom espy my towers and scatter them,
A city spellbound under the aging sun.
Music my rampart, and my only one.
Quando ouço uma sinfonia de Beethoven
Oh, melodiosos sons, divina música, eterna sempre!
O mundo outra vez não me recuses.
Só contigo existem a paz e a beleza,
A humanidade plausível, seu intento explícito.
Fascinada com seu ar generoso e penetrante,
Com seus desajeitados membros e rostos pálidos e vazios,
Os rancorosos, os mesquinhos e os grosseiros
Dormem qual lavadores de prato dos contos de fadas.
O melhor que o mundo oferecer pode é este instante:
Do caule torturado o desabrochar tranquilo.
Melodiosos sons, não me rejeites, vida quero.
Até que a Parca minhas torres aviste e as espalhe,
Sob o sol envelhecendo uma cidade encantada,
Música, muralha minha, sem igual.
(Trad. de Cunha e Silva Filho)