UM COMENTÁRIO AO POEMA (SONETO) DE FRANCiSCO MIGUEL DE MOURA
 
Por Cunha e Silva FilhoEm: 16/12/2024, às 01H45
  Um commentário a  um poema (soneto) de Francisco Miguel de Moura
              CUNHA E SILVA FILHO

         A esta altura de sua poética. vejo a que nível de nobreza estética chegou um "poeta nascitur como é V. tanto quanto o foram, só para dar alguns exemplos da prata de casa, ou seja, no circuito poéico piauiens: Da Costa e Silva, Matins Napoleão, Clóvis Moura, Hardi Filho. H. Dobal, Mário Faustino, Celso Pinheiro, Torquato Neto. Não vou citar os que estão, graças a Deus, ainda vivos .Mas. voltemos ao seu soneto "A falta que faz;" Antes, contudo, Vou-lhe ser franco, mais uma vez, V. se encontra numa fase ainda fértl de sua produção literária,. Diria mais na poesia. V. é um poeta que trabalha, em outros gêneros.
        Citarei, em ordem de grandeza estética, , o seguinte: ensaio, sobretudo o poético, mas trabalha bem no ensaio sobre ficção. V. escreveu roamnces, , ronics, história literária, fez traduções do francês e inglês para o vernáculo.Cmohistriador literario , é superior em formaão literaria a o Herculan Moraes, mas pecou )será  o termo ceerto? por omissão nass sua s duas versões de história da literatura piauiense uma vez que deixou de citar-me, de forma independente como fez com outros piauienses, o saudoso amigo e meu confrade   da  Academia Brasileira  de Filologia (ABRAFIL) , Francisco Venceslau dos Santos.Só  para ilustrar,  é comentado com maior extensão, na forma de verbete. Não estou m e reportando a  esse assunto  por dor de cotovelo, segundo  diz  o poeta Carlos Drummond de Andrade (1902-1987). Longe disso.  Mas sim  em face de um dado  bibliográfico  em moldes acadêmicos, ou seja,  com  uma obrigação  de um historiador  literário que não pode deixar de registrar  um nome de um  autor, pois estará   incorrendo em  erro de omissão  ou silêncio. Involuntária ou adrede feito. O mesmo  problema  ainda mais grave foi a omissão por completo   do poeta e historiador  ´Herculano  Moraes (1945-1918)   quanto à minha produção acadêmica. Ele nunca   havia me citado  nem  sequer com  uma linha nas  duas versões  de sua  conhecida    e bem consultda obra, Visão histórcia da literatura  piauiense, sendo,   portanto,  obra de referênccia, como o leitor  verá em  linhas seguintes deste artigo.

       V,, respeitado  e  muito admiradco e estudado   poeta  brasileiro,   simplesmente,  por assim dizer ( levando  o meu   argumento  não de forma pessoal pessoal,  mas  academicamente, econimizou  considerconsiderações  mais  atualizadas da minha trajetória   literária  e, até hoje,  em pleno   desnvolvimento, graçs a Deús..  Mesmo   quando  já havia  escrito antes  um bom  número de artigos    juvenis publicados    prnicipalmente  literatura brasileira,  em jornais  de grande circulação em Teresina desde os anos  de 1963 até até o final de 1964. tempo em que deixei  Teresina, em fevereio de 1964m com destino ao Rio deJaneiro. .

       Herculao  Moraes é um bom  poeta. No entanto,   como historiador,  lhe faltava uma formação   mais completa, máxime   do  ponto de vista  teórico-metodológicocientífico, domínio de alguas línguas modernas e , se possível. antigas como  o grego e o latim, e conheimentos aalizados de unho multdisplinar.      Por  falar aqi  do saudoos  Herculano,ele   foi  meu vizinho e amigo do meu  irmão Winstorn Roosevelt,o escultor nã foi me amigo  mas apenas  conhecido, quando todos  nós adolescentes  residíamos   na Rua São Pedro, esquina com a inesquecível     Rua Arlindo Nogueira, a qual chamei , em livro de memórias, de   " Rua da saudades ,  o, conhecimentos  de teoria literária  gramática, filologia   linguística e uma considerável  e multidisciplinar  cultura geral. 
      Era talentoso, sim,   daí ter sido  admirado como poeta por muita gente  do Piauí, visto que a originalidade, o talento   são   fenômenos da criação  literária  que  não precisam  de ter tanto  saber erudito.    Mas Moraes  tem  o seu lugar assegurado   de justiça e de direito na vida da  inteligência  piauiense. 
      Ninguém  lhe  pode  sonegar  esse aspecto de sua dinâmica atividade literária, de sua capacidade  de escrever bem e de forma clara. Era um jornalista  nato.  Foi um intelectual   batalhador e  incansável    no campo  das letras piauiense.  Seu nome está citado,   por exemplo, em, pelo menos, duas histórias literárias de dois  grandes autores  e historiadores literários de peso: um, o  brasileiro  Wilson Martins (),com os dois grossos  volumes de sua também  monumental  obra de um grande pesquisador, scholar e  estudioso  da literatura brasileira, que é A crítica literária no Brasil (Primeiro volume. 198; Segundo volume, 3 ed.  Atualizada.  Rio de Janeiro: Imprensa Oficial do Paraná.:  Franciso Alves Editora,   1992. A citação se encontra nesse segundo volume,   p.236-243. 
    Acentuamos, entretanto, que  o crítico e historiador Wilson Martins  cometeu  dois deslize. O primeiro  se reporta    ao  título da obra do Herculano, chamando-a, à página 236, de A nova literatura  piauiense e, denominado-a, à página 243, pelo seu título correto, Visão histórica da literatura  piauiense, título de sua história literária  desde  a primeira  verão da obra do   Herculano.  O segundo deslize se refere  ao  sobrenome do historiador  piauiense, ortograficamente grafado  “Morais” e não “Moraes,” usado pelo  historiador  piauiense na capa de seus livr, cuja versão , num único volume, tem data de publicação de 1976.  A primeira versão   era muito fraca  e sem  metodologia alguma em  todos os aspetos,  mas  o esforço despendido  pelo historiador  piauiense levou-o a reescrevê-la e melhorá-la muito mais,  expandindo-a na exposição e  na sua forma  de  entendimento  do que seja  um história literária  melhor  estruturada. Todavia,  ainda veio    com muitas falhas. No historiador, a  parte  de análise  de alguns  autores  é desproporcional  em qualidade e aprofundamento    de visão   analítica do que  para outros autores. 
        A questão de uma   história literária    depende de uma  capacidade de síntese que demanda  uma habilidade de dizer muito em  pouco espaço da página em branco, além de um  planejamento de um corpus  que sirva ao desenvolvimento  da história literária     com organicidade   e harmonia   no tocante às apreciações e críticas necessárias  na interpretação  dos autores  selecionados e examinados.  
         Em suma, o primeiro passo, a meu juízo,  se refere ao desenvolvimento de um  projeto de história literária, no que diz respeito ao  historiador,   é a utilização de uma  metodologia, empregando este termo   na  sua acepção  etimológica, ou seja, encontrar  um caminho certo, com um  roteiro  bem  delineado    a ser   colimado   com sucesso a fim de que  a obra  assuma uma  unidade   convincente  quanto  a valores estéticos  de cada autor, e bem assim   quanto a coragem de assumir  de verdade o papel  que lhe  cabe neste gênero de pesquisa, que  é narrar e expor  com  independência e sensibilidade  à dimensão  estética   e aos valores  da linguagem  literária  - dois pilares que se completam  como elementos-chave, fundamentais  e decisivos à  compreensão  de uma obra literária no campo da historiografia.    
       Para  tomar esta   atitude, o  historiador deve demonstrar    seriedade de analisar livro,   avaliar e, se possível,  julgar do mérito e/ ou defeitos    de uma obra  nos vários gêneros   conhecidos de quem lida com o fenômeno literário, não faltando  azo para, se   possível,    fazer julgamentos   coerentes   e ter respeito às diferenças  de  escritor   para escritor, seja em poesia,  seja em que outro gênero for, tendo em vista  sempre como inerente a qualidade  ou não das    obras literárias  em exame . 
       O historiador,  enfim,  deve estar consciente de que, na história  literária,  encontrará  livros fracos estruturalmente falando, autores  medianos, bons autores    e  ótimos autores.  Já disse alguém que a literatura,  mesmo a chamada de alcance  mundial,  não é só feita  de gênios.    Sabendo  julgar  com equidade   e  sem uma tendência  a preferências   e desacertos  de visão  da história  literária de um estado do pais é uma tarefa  árdua e extenuante. Dado  um  número  enorme de autores, principalmente em tempos atuais, torna a tarefa do historiador ainda mais  complexa.      
         Por outro lado,  deve-se louvar  o esforço   e a  perseverança de Herculano Moraes que se salvou   como historiador graças ao seu talento  de escritor, talento  para escrever bem, num estilo próprio.      compensando as deficiências  de sua formação intelectual e    autodidática na esfera  literária..  Foi, assim, que atingiu a  4ª edição de sua obra na nova versão,   em três tomos, com data de 1997, revista e atualizada. 
Rio de Janeiro, Rj: Francisco Alves,1983; o qual cita Moraes a sua obra em dois volumes  ; o  segundo é  uma historiadora  italiana, a Luciana     Stegagno Picchio que escreveu  uma monumental  História da Literatura brasileira.2ª edição revista e  (Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 2004.   como  daquele que retomou -    sozinho  -  a ideia de  escrever  uma história da literatura  piauiense  que   desse continuidade ao trabalho  pioneiro de João Pinheiro () foi  omitido  pelo  historiador e  poeta Herculano Moraes. de   historiografia  que pode acontecer  por inimizade,    por descuido do historiador  literário,  ou até  mesmo   por razões que  o omitido  não  sabe   explicar.
         A minha produção é muito mais extensa do que a de outros autores. Como escritor de uma produção razoável e, agora, bem grande, conforme V. deve ter visto em anúncio por publicado no site Entretextos, dirigido    pelo operoso   escritor  e professor  Dílson Lage Monteiro. São dez livros editados e quinze livros inéditos., um dos quais escrito em inglês e francês. 
          Não acha, caro poeta  Miguel de Moura,  que  eu deveria de sua parte  de obrigação acadêmica merecer , um verbete maior mostrando que livros escrevi e foram publicados, inclusive fazendo alguma  apreciação positiva ou negativa, não importa.  sobre a minha produção científica? Não sei, querido poeta, por que motivo o fez. Apenas me citou, "à vol d'oiseau." Quer dizer,  nada de relevante  comentou sobre a minha  produção científica atualizada,   em  apenas minguadas duas ou três linhas, bem lacônica e ainda  cometeu  um  erro de historiografia: Não  verificou  o que eu  venho  produzido ao longo de quatro de décadas! Por exemplo, apenas afirmou  que eu havia defendido  uma tese  sobre Da Costa e Silva “ (1885-1950), quando  não foi tese,   mas  uma dissertação de mestrado   estudando a saudade na  poesia de  nosso  poeta maior, Da Costa e Silva (1885-1950).A minha tese de doutoramento  foi acerca do contista  João Antônio (1937-1996) e tem   por título: O conto de João Antônio: na raia da malandragem, defendida,  em 2002, na Faculdade  de Letras da U.F.R.J.
         Entretanto, sobre   a minha  produção   ensaística, de crítico literário, de tradutor,   de cronista,  de articulista  sobre   política brasileira   e estrangeira, ele nada   disse sobre mim,  nem tampouco se reportou, segundo deveria  ser um  trabalho  de historiador meticuloso,  a  outros   tipos de escrita  literária que tenho, desde muito jovem, textos cunho literário  que cultivo de forma praticamente ininterrupta  tradução de poesia estrangeira,  artigos sobre  política brasileira  ou estrangeira. Lendo a sua boa história da literatura do Piauí me dá. por vezes,  a impressão de que  não pertenço ao sistema literário piauiense.
       A razão seria por que moro distante do Piauí? Todavia,  isso não seria uma desculpa plausível, de vez que sempre escrevi mais para o Piauí.  Nasci em   Amarante e,  portanto,  pertenço à  história literária piauiense,  malgrado os historiadores da Cidade Verde não me   tenham citado. Não queiram  tirar  a minha raiz literária  que está fincada  no Piauí. 
       Escrevo, desde adolescente, consoante já assinalei,  para  jornais e revistas de Teresina. Fiz dois  lançamentos de livros em Teresina, na própria Casa de Lucídio Freitas e mais uma conferência sobre o bardo  Da Costa e Silva. Fiz outro  lançamento fora da APL Fiz, em Amarante,  a  mesma conferência  sobre o “Poeta da Saudade.”  Escrevi,  por muito tempo,   para os jornais  "Diário do Povo”, "Meio-Norte,"  Revista "Presença,” "Cadernos de Teresina,” "Revista  “Repente.” Isso  só para  me cingir   ao espaço  literário  de Teresina e, por extensão, do Piauí todo.     
        No passado mais remoto, anos 1963 até 1980, grosso modo, colaborei     para os jornais: "Estado do Piauí," " Folha da Manhã," " Jornal do Piauí," "O Liberal." Estou mencionado assim de memória. Certa vez, conversando com o meu correspondente aí, em Teresina, o saudoso amigo e escritor M. Paulo Nunes(), ele me afirmou que, na Academia Piauiense de Letras (APL), não entraria escritor que não morasse no Piauí.
    Fiquei achando aquilo estranho,  pois sou um escritor piauiense nato, enquanto o ilustre jurista  e ensaísta  Celso Barros Coelho() e outros não são piauienses, porém se tornaram piauienses de coração. No caso de. Celso Barros, maranhense. Por que essa discriminação? O Carlos Castelo Branco, piauiense, era residente no Rio de Janeiro, o Félix Pacheco, idem, o Da Costa e Silva, idem, o Odylo Costa   Filho, idem,  entre outros. Por que esse “apartheid" contra mim tendo em vista que sempre estive ligado ao Piauí e, a par disso, tendo analisado obras de vários autores piauienses? Isso é um absurdo e diria até  restritivo. 
      Ante tudo isso, não mais me candidatarei a uma vaga da APL, entidade cultural que sempre respeitei e, inclusive, meu saudoso pai, o eminente  professor, escritor e grande jornalista Cunha e Silva (1905-199) foi dela um ilustre membro efetivo, cadeira nº 8, cujo Patrono é .José Coriolano de Sousa Lima (1829-1869),  Antônio Chaves, Breno Pinheiro, Celso Pinheiro Filho, e o  atual ocupante, por feliz coincidência, é V., meu querido poeta Francisco Miguel de Moura. 
       Por outro lado, de um coisa neste sentido, não posso deixar de  declinar: foi o escritor Oton Lustosa quem, primeiro,  me perguntou, isso faz há muito tempo,  se  eu desejava pertencer à APL. Na ocasião,  lhe dissera que não, pois não   era  o meu momento melhor  para  pensar sobre  uma candidatura a um  instituição  cultural. Não que me opusesse a esse tipo de instituição.  Ao contrário de Graça Aranha() que  renunciou à  Academia  Brasileira de Letras (ABL).  não critico quem entre para  membro efetivo  de uma Academia  de Letras  ou de outra natureza cultural.  
        Só há pouco  tempo,  V, poeta, me perguntou se queria concorrer a a uma vaga da APL? Foram só aqueles dois escritores piauienses e ninguém mais,  que me perguntaram se  eu queria  ocupar uma vaga  na APL:.  Por isso, lhes sou imensamente grato. 
         Ia comentar seu soneto, porém,    sem querer, como num conto digressivo machadiano, terminei por não tecido algum comentário sobre um  soneto tão bem literariamente mentado, que é "A falta que faz." Boa noite,  nobre poeta. Amplexos fraternos do Cunha e Silva Filho1