UM COMENTÁRIO A UM POEMA (SONETO) DE FRANCISCO MIGUEL DE MOURA
Por Cunha e Silva Filho Em: 17/12/2024, às 01H09
UM COMENTÁRIO AO POEMA (SONETO) DE FRANCiSCO MIGUEL DE MOURA
Por Cunha e Silva FilhoEm: 16/12/2024, às 01H45
Um commentário a um poema (soneto) de Francisco Miguel de Moura
CUNHA E SILVA FILHO
A esta altura de sua poética. vejo a que nível de nobreza estética chegou um "poeta nascitur como é V. tanto quanto o foram, só para dar alguns exemplos da prata de casa, ou seja, no circuito poéico piauiens: Da Costa e Silva, Matins Napoleão, Clóvis Moura, Hardi Filho. H. Dobal, Mário Faustino, Celso Pinheiro, Torquato Neto. Não vou citar os que estão, graças a Deus, ainda vivos .Mas. voltemos ao seu soneto "A falta que faz;" Antes, contudo, Vou-lhe ser franco, mais uma vez, V. se encontra numa fase ainda fértl de sua produção literária,. Diria mais na poesia. V. é um poeta que trabalha, em outros gêneros.
Citarei, em ordem de grandeza estética, , o seguinte: ensaio, sobretudo o poético, mas trabalha bem no ensaio sobre ficção. V. escreveu roamnces, , ronics, história literária, fez traduções do francês e inglês para o vernáculo.Cmohistriador literario , é superior em formaão literaria a o Herculan Moraes, mas pecou )será o termo ceerto? por omissão nass sua s duas versões de história da literatura piauiense uma vez que deixou de citar-me, de forma independente como fez com outros piauienses, o saudoso amigo e meu confrade da Academia Brasileira de Filologia (ABRAFIL) , Francisco Venceslau dos Santos.Só para ilustrar, é comentado com maior extensão, na forma de verbete. Não estou m e reportando a esse assunto por dor de cotovelo, segundo diz o poeta Carlos Drummond de Andrade (1902-1987). Longe disso. Mas sim em face de um dado bibliográfico em moldes acadêmicos, ou seja, com uma obrigação de um historiador literário que não pode deixar de registrar um nome de um autor, pois estará incorrendo em erro de omissão ou silêncio. Involuntária ou adrede feito. O mesmo problema ainda mais grave foi a omissão por completo do poeta e historiador ´Herculano Moraes (1945-1918) quanto à minha produção acadêmica. Ele nunca havia me citado nem sequer com uma linha nas duas versões de sua conhecida e bem consultda obra, Visão histórcia da literatura piauiense, sendo, portanto, obra de referênccia, como o leitor verá em linhas seguintes deste artigo.
V,, respeitado e muito admiradco e estudado poeta brasileiro, simplesmente, por assim dizer ( levando o meu argumento não de forma pessoal pessoal, mas academicamente, econimizou considerconsiderações mais atualizadas da minha trajetória literária e, até hoje, em pleno desnvolvimento, graçs a Deús.. Mesmo quando já havia escrito antes um bom número de artigos juvenis publicados prnicipalmente literatura brasileira, em jornais de grande circulação em Teresina desde os anos de 1963 até até o final de 1964. tempo em que deixei Teresina, em fevereio de 1964m com destino ao Rio deJaneiro. .
Herculao Moraes é um bom poeta. No entanto, como historiador, lhe faltava uma formação mais completa, máxime do ponto de vista teórico-metodológicocientífico, domínio de alguas línguas modernas e , se possível. antigas como o grego e o latim, e conheimentos aalizados de unho multdisplinar. Por falar aqi do saudoos Herculano,ele foi meu vizinho e amigo do meu irmão Winstorn Roosevelt,o escultor nã foi me amigo mas apenas conhecido, quando todos nós adolescentes residíamos na Rua São Pedro, esquina com a inesquecível Rua Arlindo Nogueira, a qual chamei , em livro de memórias, de " Rua da saudades , o, conhecimentos de teoria literária gramática, filologia linguística e uma considerável e multidisciplinar cultura geral.
Era talentoso, sim, daí ter sido admirado como poeta por muita gente do Piauí, visto que a originalidade, o talento são fenômenos da criação literária que não precisam de ter tanto saber erudito. Mas Moraes tem o seu lugar assegurado de justiça e de direito na vida da inteligência piauiense.
Ninguém lhe pode sonegar esse aspecto de sua dinâmica atividade literária, de sua capacidade de escrever bem e de forma clara. Era um jornalista nato. Foi um intelectual batalhador e incansável no campo das letras piauiense. Seu nome está citado, por exemplo, em, pelo menos, duas histórias literárias de dois grandes autores e historiadores literários de peso: um, o brasileiro Wilson Martins (),com os dois grossos volumes de sua também monumental obra de um grande pesquisador, scholar e estudioso da literatura brasileira, que é A crítica literária no Brasil (Primeiro volume. 198; Segundo volume, 3 ed. Atualizada. Rio de Janeiro: Imprensa Oficial do Paraná.: Franciso Alves Editora, 1992. A citação se encontra nesse segundo volume, p.236-243.
Acentuamos, entretanto, que o crítico e historiador Wilson Martins cometeu dois deslize. O primeiro se reporta ao título da obra do Herculano, chamando-a, à página 236, de A nova literatura piauiense e, denominado-a, à página 243, pelo seu título correto, Visão histórica da literatura piauiense, título de sua história literária desde a primeira verão da obra do Herculano. O segundo deslize se refere ao sobrenome do historiador piauiense, ortograficamente grafado “Morais” e não “Moraes,” usado pelo historiador piauiense na capa de seus livr, cuja versão , num único volume, tem data de publicação de 1976. A primeira versão era muito fraca e sem metodologia alguma em todos os aspetos, mas o esforço despendido pelo historiador piauiense levou-o a reescrevê-la e melhorá-la muito mais, expandindo-a na exposição e na sua forma de entendimento do que seja um história literária melhor estruturada. Todavia, ainda veio com muitas falhas. No historiador, a parte de análise de alguns autores é desproporcional em qualidade e aprofundamento de visão analítica do que para outros autores.
A questão de uma história literária depende de uma capacidade de síntese que demanda uma habilidade de dizer muito em pouco espaço da página em branco, além de um planejamento de um corpus que sirva ao desenvolvimento da história literária com organicidade e harmonia no tocante às apreciações e críticas necessárias na interpretação dos autores selecionados e examinados.
Em suma, o primeiro passo, a meu juízo, se refere ao desenvolvimento de um projeto de história literária, no que diz respeito ao historiador, é a utilização de uma metodologia, empregando este termo na sua acepção etimológica, ou seja, encontrar um caminho certo, com um roteiro bem delineado a ser colimado com sucesso a fim de que a obra assuma uma unidade convincente quanto a valores estéticos de cada autor, e bem assim quanto a coragem de assumir de verdade o papel que lhe cabe neste gênero de pesquisa, que é narrar e expor com independência e sensibilidade à dimensão estética e aos valores da linguagem literária - dois pilares que se completam como elementos-chave, fundamentais e decisivos à compreensão de uma obra literária no campo da historiografia.
Para tomar esta atitude, o historiador deve demonstrar seriedade de analisar livro, avaliar e, se possível, julgar do mérito e/ ou defeitos de uma obra nos vários gêneros conhecidos de quem lida com o fenômeno literário, não faltando azo para, se possível, fazer julgamentos coerentes e ter respeito às diferenças de escritor para escritor, seja em poesia, seja em que outro gênero for, tendo em vista sempre como inerente a qualidade ou não das obras literárias em exame .
O historiador, enfim, deve estar consciente de que, na história literária, encontrará livros fracos estruturalmente falando, autores medianos, bons autores e ótimos autores. Já disse alguém que a literatura, mesmo a chamada de alcance mundial, não é só feita de gênios. Sabendo julgar com equidade e sem uma tendência a preferências e desacertos de visão da história literária de um estado do pais é uma tarefa árdua e extenuante. Dado um número enorme de autores, principalmente em tempos atuais, torna a tarefa do historiador ainda mais complexa.
Por outro lado, deve-se louvar o esforço e a perseverança de Herculano Moraes que se salvou como historiador graças ao seu talento de escritor, talento para escrever bem, num estilo próprio. compensando as deficiências de sua formação intelectual e autodidática na esfera literária.. Foi, assim, que atingiu a 4ª edição de sua obra na nova versão, em três tomos, com data de 1997, revista e atualizada.
Rio de Janeiro, Rj: Francisco Alves,1983; o qual cita Moraes a sua obra em dois volumes ; o segundo é uma historiadora italiana, a Luciana Stegagno Picchio que escreveu uma monumental História da Literatura brasileira.2ª edição revista e (Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 2004. como daquele que retomou - sozinho - a ideia de escrever uma história da literatura piauiense que desse continuidade ao trabalho pioneiro de João Pinheiro () foi omitido pelo historiador e poeta Herculano Moraes. de historiografia que pode acontecer por inimizade, por descuido do historiador literário, ou até mesmo por razões que o omitido não sabe explicar.
A minha produção é muito mais extensa do que a de outros autores. Como escritor de uma produção razoável e, agora, bem grande, conforme V. deve ter visto em anúncio por publicado no site Entretextos, dirigido pelo operoso escritor e professor Dílson Lage Monteiro. São dez livros editados e quinze livros inéditos., um dos quais escrito em inglês e francês.
Não acha, caro poeta Miguel de Moura, que eu deveria de sua parte de obrigação acadêmica merecer , um verbete maior mostrando que livros escrevi e foram publicados, inclusive fazendo alguma apreciação positiva ou negativa, não importa. sobre a minha produção científica? Não sei, querido poeta, por que motivo o fez. Apenas me citou, "à vol d'oiseau." Quer dizer, nada de relevante comentou sobre a minha produção científica atualizada, em apenas minguadas duas ou três linhas, bem lacônica e ainda cometeu um erro de historiografia: Não verificou o que eu venho produzido ao longo de quatro de décadas! Por exemplo, apenas afirmou que eu havia defendido uma tese sobre Da Costa e Silva “ (1885-1950), quando não foi tese, mas uma dissertação de mestrado estudando a saudade na poesia de nosso poeta maior, Da Costa e Silva (1885-1950).A minha tese de doutoramento foi acerca do contista João Antônio (1937-1996) e tem por título: O conto de João Antônio: na raia da malandragem, defendida, em 2002, na Faculdade de Letras da U.F.R.J.
Entretanto, sobre a minha produção ensaística, de crítico literário, de tradutor, de cronista, de articulista sobre política brasileira e estrangeira, ele nada disse sobre mim, nem tampouco se reportou, segundo deveria ser um trabalho de historiador meticuloso, a outros tipos de escrita literária que tenho, desde muito jovem, textos cunho literário que cultivo de forma praticamente ininterrupta tradução de poesia estrangeira, artigos sobre política brasileira ou estrangeira. Lendo a sua boa história da literatura do Piauí me dá. por vezes, a impressão de que não pertenço ao sistema literário piauiense.
A razão seria por que moro distante do Piauí? Todavia, isso não seria uma desculpa plausível, de vez que sempre escrevi mais para o Piauí. Nasci em Amarante e, portanto, pertenço à história literária piauiense, malgrado os historiadores da Cidade Verde não me tenham citado. Não queiram tirar a minha raiz literária que está fincada no Piauí.
Escrevo, desde adolescente, consoante já assinalei, para jornais e revistas de Teresina. Fiz dois lançamentos de livros em Teresina, na própria Casa de Lucídio Freitas e mais uma conferência sobre o bardo Da Costa e Silva. Fiz outro lançamento fora da APL Fiz, em Amarante, a mesma conferência sobre o “Poeta da Saudade.” Escrevi, por muito tempo, para os jornais "Diário do Povo”, "Meio-Norte," Revista "Presença,” "Cadernos de Teresina,” "Revista “Repente.” Isso só para me cingir ao espaço literário de Teresina e, por extensão, do Piauí todo.
No passado mais remoto, anos 1963 até 1980, grosso modo, colaborei para os jornais: "Estado do Piauí," " Folha da Manhã," " Jornal do Piauí," "O Liberal." Estou mencionado assim de memória. Certa vez, conversando com o meu correspondente aí, em Teresina, o saudoso amigo e escritor M. Paulo Nunes(), ele me afirmou que, na Academia Piauiense de Letras (APL), não entraria escritor que não morasse no Piauí.
Fiquei achando aquilo estranho, pois sou um escritor piauiense nato, enquanto o ilustre jurista e ensaísta Celso Barros Coelho() e outros não são piauienses, porém se tornaram piauienses de coração. No caso de. Celso Barros, maranhense. Por que essa discriminação? O Carlos Castelo Branco, piauiense, era residente no Rio de Janeiro, o Félix Pacheco, idem, o Da Costa e Silva, idem, o Odylo Costa Filho, idem, entre outros. Por que esse “apartheid" contra mim tendo em vista que sempre estive ligado ao Piauí e, a par disso, tendo analisado obras de vários autores piauienses? Isso é um absurdo e diria até restritivo.
Ante tudo isso, não mais me candidatarei a uma vaga da APL, entidade cultural que sempre respeitei e, inclusive, meu saudoso pai, o eminente professor, escritor e grande jornalista Cunha e Silva (1905-199) foi dela um ilustre membro efetivo, cadeira nº 8, cujo Patrono é .José Coriolano de Sousa Lima (1829-1869), Antônio Chaves, Breno Pinheiro, Celso Pinheiro Filho, e o atual ocupante, por feliz coincidência, é V., meu querido poeta Francisco Miguel de Moura.
Por outro lado, de um coisa neste sentido, não posso deixar de declinar: foi o escritor Oton Lustosa quem, primeiro, me perguntou, isso faz há muito tempo, se eu desejava pertencer à APL. Na ocasião, lhe dissera que não, pois não era o meu momento melhor para pensar sobre uma candidatura a um instituição cultural. Não que me opusesse a esse tipo de instituição. Ao contrário de Graça Aranha() que renunciou à Academia Brasileira de Letras (ABL). não critico quem entre para membro efetivo de uma Academia de Letras ou de outra natureza cultural.
Só há pouco tempo, V, poeta, me perguntou se queria concorrer a a uma vaga da APL? Foram só aqueles dois escritores piauienses e ninguém mais, que me perguntaram se eu queria ocupar uma vaga na APL:. Por isso, lhes sou imensamente grato.
Ia comentar seu soneto, porém, sem querer, como num conto digressivo machadiano, terminei por não tecido algum comentário sobre um soneto tão bem literariamente mentado, que é "A falta que faz." Boa noite, nobre poeta. Amplexos fraternos do Cunha e Silva Filho1