DESPERDÍCIO DE LUZ NO RIO DE JANEIRO

 

     Há muito tempo eu percebo, nesta cidade, a incidência de luminárias acesas durante o dia, em evidente desperdício de energia elétrica. Isso, numa terra onde se paga alto pelos diversos impostos.

     Em contraposição, há luminárias apagadas. O pior, porém, é que os postes de luz em funcionamento estão iluminando pouco. Reparo nisso circulando à noite por nossas ruas, em trechos mal iluminados mesmo quando as luminárias estão acesas. Nossas vias, à noite, são assustadoras.

     Há muitos anos atrás eu trabalhei na Rioluz, quando ainda era a Comissão Municipal de Energia, no tempo em que era presidente a Dra. Capitolina, até onde eu recordo uma pessoa muito apreciada. E, se a minha memória não falha, naquele tempo, há três décadas, as lâmpadas da rua clareavam mais do que agora. O sistema estará obsoleto? De qualquer forma, a escuridão pública (sic) contribui para que esta cidade seja mais perigosa do que já seria com uma boa iluminação.

     Já me comuniquei com a Rioluz, à qual mandei uma carta que ficou sem resposta. Outra carta foi publicada no tabloide da Grande Tijuca de "O Globo" - aparentemente motivando a reportagem que saiu na outra semana, constatando a abundância de postes acesos de dia só nessa área. A Rioluz foi contactada pelo jornal, mas já se passaram meses e a situação persiste.

     É tão difícil assim apagar as luminárias? 

     Uma ampla reforma do sistema carioca de iluminação pública é urgente, inclusive para melhorar a questão da segurança. 

     Num romance de ficção científica de minha autoria, "A cidade do terror" (contosgrotescos.com.br, seção dos "e-books") focalizo a questão da segurança no Rio de Janeiro, mas num futuro distante. Mas não precisamos esperar pelo futuro para começar a agir. 

Miguel Carqueija