Uejima Onitsura, poeta do Japão
Por Flávio Bittencourt Em: 23/03/2011, às 14H08
[Flávio Bittencourt]
Uejima Onitsura, poeta do Japão
O kigo é aki kaze, 'vento de outono'; o kigo é aki no sora, 'céu de outono', que também define a estação a que pertence o haicai.
(http://dolatimcomunicare.wordpress.com/)
"Abaixo Estampas Eucalol sobre Curiosidades Mundiais
Séries: 187 (ns° 1 2 e 3), 188 (n° 5 e 6) e 190 (n° 1)
As seis estampas (que estão fora da ordem de numeração) mostram: Jardins Suspensos da Babilônia (Iraque), Monte Everest (Tibe), Canal do Panamá (Panamá), Torre de Pisa (Itália), Grande Esfinge de Gizé (Egito) e Monte Fujiyama (Japão)".
(http://www.girafamania.com.br/introducao/setemaravilhas.html)
(http://english.55world.com/index.php?view=culture)
(http://ensinosdosmestresascensos.blogspot.com/2010/08/grande-fraternidade-branca-mestres.html)
"Biografía y obras destacadas de Uejima Onitsura
- Nace: ? de ? de 1660
- Lugar: Itami, Hyogo, Japón
Biografía: Escritor y poeta de haiku japonés. Onitsura nació en el seno de una familia noble. Fue discípulo de Nishiyama Soin. Onitsura era un hombre apacible y sincero, amigo de Konishi Raizan. A los 73 años decide hacerse bonzo, dejando su camino de poesia."
(http://www.frasesypensamientos.com.ar/autor/uejima-onitsura.html)
"Retrato de Uejima Onitsura
dibujado [DESENHADO] por Yosa Buson
( En la biblioteca "Kakimori Bunko" en
la ciudad de Itami, Prefectura de Hyogo)
La Tumba muy nueva fotografiada en septiembre del año
2008 ( La tumba original erigida hace unos 270 años
parece haberse corrompido mucho y se guarda. )
La tumba de Ueshima Onitsura fue encontrada, entre un montón de tumbas desatendidas en el año 1938, que fue el segundo centenario del fallecimiento de Onitsura. Después de su fallecimiento, en el transcurso del tiempo, sus hijos murieron, sus parientes, amigos, sus admiradores y discípulos murieron. La tumba cayó en el olvido y estaba desatendida. En cambio, Bashô tenía muchos discípulos y algunos de ellos tenían miles de discípulos. Ellos continuaron celebrando sus aniversarios en honor de Bashô, y se han continuado erigiendo los monumentos de sus haiku, en su honor hasta hoy en día. La tumba de Ueshima Onitsura está en el Templo Hôrin-ji en Ichimantai, Tennôji-ku, Osaka. Otra está en el Templo Kakuman-ji en Nagara Higashi, Kita-ku, Osaka. Algunos restos óseos o sus uñas fueron traídos al Templo Bokusen-ji, por sus admiradores en Itami que era su tierra natal y allí, los enterraron. |
Templo Bokusen-ji en Itami,
Prefectura de Hyogo
La piedra a la mano derecha fue originalmente la tumba de Eitaro, hijo de Onitsura. Algunos restos óseos o sus uñas, después del fallecimiento de Onitsura, fueron enterrados allí por sus discípulos o admiradors y la tumba es ahora para ambos Onitsura y su hijo. El monumento del haiku en el centro dice : |
Aki wa mono no
Tsukiyo karasu wa
Itsumo naku
Onitsura
Me ponen melancólico en otoño,
Los cuervos graznan
Siempre cuando hace luna llena
Onitsura ".
(http://www.geocities.jp/general_sasaki/haiku-onitsura-es.html)
23.3.2011 - Consta que o poeta japonês Uejima Onitsura - que viveu na segunda metade do séc. 17 e primeira metade do séc. 18 -, aos 73 anos de idade, quando decidiu se tornar bonzo, parou de produzir poemas - Bonzo é o monge, servidor de um templo, que estuda teologia e outras ciências humanas. No Oriente Antigo (sécs. V a XV), de acordo com o verbete correspondente da Wikipédia, 'Bonzo' "(...) se refere ao homem religioso, sacerdote ou não, que por sua cultura geral, serve de conselheiro, psicólogo, curandeiro de males físicos e espirituais, além de mediador de discussões e desentendimentos em sua comunidade". F. A. L. Bittencourt ([email protected])
2 HAICAIS DE UEJIMA ONITSURA:
"Uejima Onitsura (1661–1738) | |
|
|
Tradução:
|
|
O vento de outono |
|
O kigo é aki kaze, “vento de outono”, que indica também a estação do haicai. Originalmente, o poema também era acompanhado da epígrafe “Passeio por uma trilha na campina”, que embasa esta tradução. O autor descreve um cenário trivial: nada mais do que o vento de outono a soprar através do prado. Ao utilizar o verbo “atravessar”, o haicai registra precisamente a paisagem desolada em sua imensidão. Porém, o terceiro verso sinaliza uma mudança brusca de enfoque, que passa da campina para os passantes que a freqüentam e, nesta passagem, transfere em cheio o clima melancólico da natureza para a expressão das pessoas. É certo que este haicai foi a pá de cal sobre o estilo Danrin praticado até então por Onitsura, embora haja dúvidas sobre se ele teria ou não sofrido influência da escola de Bashô. Seu elevado nível poético, apesar da estrutura simples, sem artifícios lingüísticos, caracteriza, na visão de seus comentadores, a “técnica sem técnica” alcançada pelo autor. Vários dos haicais de Onitsura caíram no gosto do povo, mas não se comparam a este em valor literário. |
- |
Uejima Onitsura (1661–1738) | |
|
|
Tradução:
|
|
Imponentemente |
|
O kigo é aki no sora, céu de outono, que também define a estação a que pertence o haicai. O ponto de interesse deste poema reside no uso do advérbio nyoppori, originado da linguagem popular. É um exemplo de gitaigo (palavra de caráter mimético que imita estados ou ações, inclusive de seres inanimados, recurso característico da língua japonesa), sintetizando a natureza daquilo que se eleva ante os olhos de maneira majestosa. Este é o caso do Monte Fuji, cuja figura se deixa enxergar nitidamente contra o céu azul, durante os dias claros de outono. Dado o reduzido espaço de 17 sílabas do haicai, não há maneira mais adequada de se transmitir a grandeza do cenário senão usando uma expressão desse tipo. A tradução apenas vislumbra a eficiência com que o original retrata a poderosa presença da montanha sagrada do Japão. Este é um dos haicais mais famosos de Onitsura, um especialista no uso de linguagem cotidiana. Contemporâneo de Bashô, iniciou-se na escola Danrin, inicialmente como discípulo de Shigeyori e posteriormente de Sôin, mas logo desenvolveu seu próprio estilo". |
(http://www.nippobrasil.com.br/zashi/2.haicai.mestres/091.shtml)
===
3 HAICAIS (magistrais) DE CARLOS SEABRA:
"Haicais e Que Tais
Haicais de Carlos Seabra, publicados no livro "Haicais e que tais" (Massao Ohno 2005).
O haicai é um pequeno poema com uma métrica de três versos, de 5-7-5 sílabas, que surgiu no Japão no século 16. No século 20 disseminou-se por todo o mundo. Sua maior expressão é Matsuo Bashô (1644-1694), poeta japonês criador do mais famoso de todos os haicais: "velho lago / mergulha a rã / fragor d'água".
Em português aceita-se que a contagem de 17 sílabas não seja seguida à risca, não devendo, no entanto, ultrapassar um máximo de 21 sílabas. Também não é necessário haver rima dos versos. O haicai deve ter um "kigô", ou seja, uma referência a uma estação do ano, elemento básico de sua ligação com a natureza. O haicai passa-se no presente, tem um olhar de cinema que mostra uma imagem e nos permite ver seu movimento, sem discurso opinativo do autor.
Nesta coletânea de meus haicais, misturo várias categorias deles, desde os que podem ser considerados verdadeiros haicais até outros tantos onde uso o formato para fugir a sua verdadeira essência. Assim, mesclam-se haicais com kigô e que navegam na natureza, haicais humorísticos ou satíricos, haicais românticos e eróticos. Sempre que possível, procurei a métrica correta e usar rimas, mais como um jogo pessoal de mesclar o lúdico com a poesia.
125 GOTAS
pequenos dedos
das gotas de chuva
massageiam a terra
Carlos Seabra (http://haicaisequetais.blogspot.com)
124 FAROL
os raios de sol
iluminam de manhã
o velho farol
Carlos Seabra (http://haicaisequetais.blogspot.com)
123 SAUDADE
travesso gato
com saudade do dono
mija no sapato
Carlos Seabra (http://haicaisequetais.blogspot.com)