[Maria do Rosário Pedreira]

Este fim de ano foi um festival de livros de cozinha, de chefs conhecidos e menos conhecidos, de senhoras que têm mão para os temperos, de vedetas de TV que adoram convidar gente para jantar ou juntar amigos a uma mesa. Mas, antes desses, já tinha saído a obra de Miguel Pires, Lisboa à Mesa, que tem sido de grande utilidade cá em casa. Não que eu seja um bom garfo – desde que me dêem um bom pão e batatas fritas aos palitos sem gordura, já estou satisfeita. Mas sou casada com um senhor que, apesar de magro, não desdenha uma boa refeição (qualidade é diferente de quantidade) e está sempre ansioso por experimentar uma boa tasquinha ou um restaurante mais bem apetrechado, desses que agora se diz terem cozinha de autor. Quando vamos para fora, faz parte da «excursão» o restaurante onde almoçamos e jantamos e aqui em Lisboa o guia de Miguel Pires dá muito jeito para escolher o sítio e telefonar a marcar, não vá haver muita gente a lê-lo ao mesmo tempo e a ter as mesmas ideias. Além disso, para quem prefere fazer as refeições em casa e acha que é melhor cozinheiro do que esta gente que aparece nas revistas, o livro tem uma lista interessante de lojas, mercearias, talhos e mercados onde podemos abastecer-nos. Que podemos querer mais?