[Maria do Rosário Pedreira]

A pontuação é tremendamente importante para quem escreve e para quem lê, e um texto mal pontuado pode efectivamente levar-nos a compreender algo muito diferente daquilo que o autor queria transmitir (até há anedotas e charadas a este respeito). É por isso que é tão importante para quem é do ofício (escritor, editor, leitor, tradutor...) dominar a colocação dos sinais de pontuação, mesmo que alguns autores mais originais gostem de os dispensar (lembro-me de que valter hugo mãe nunca punha pontos de interrogação, mas escrevia de uma forma tal que não nos custava entender quando se tratava de uma pergunta). Eu diria que, entre todos esses sinais, a vírgula é aquele que levanta mais problemas (há gente tão virgulativa que nos interrompe permanentemente o raciocínio, há gente tão parcimoniosa na sua aplicação que nos deixa sem ar ao fim de umas linhas); mas raramente as vírgulas são obrigatórias (mesmo que a colocação de uma obrigue à colocação de outra, se não pusermos nenhuma das duas ninguém nos pode acusar) e a verdade é que o que é facultativo na pontuação pode causar grandes problemas. Se sabe inglês, atente por favor ao vídeo abaixo, rapinado do blogue dos Blogtailors, um exemplo delicioso de como uma vírgula (que, por acaso, em português, quase nunca usamos) faz toda a diferença.