Tratado Geral sobre a Fofoca

Antonio Carlos Rocha*

Publicado em 1978, pela Summus Editorial, o livro, com o título acima, é atualíssimo, principalmente em tempos de BBB. Autoria do famoso psicanalista José Ângelo Gaiarsa, ele junta ao longo das 238 páginas e muitas ilustrações, um pouco de “psicanálise, existencialismo, fenomenologia, bioenergética, biomecânica, psicologia social e biofeedback”.

O subtítulo é “uma análise da desconfiança humana” e então chegamos a conclusão que somos todos, os habitantes do planeta: fofoqueiros, conspiradores.

Mas ele sugere a solução, no capítulo 28, página 167: “A única defesa eficaz contra a fofoca é ir dizendo logo tudo sobre a vida da gente – para qualquer um – em qualquer lugar – a qualquer hora. É ir contando o que acontece com a gente como se a gente estivesse fazendo fofoca de si mesmo o tempo inteiro. Com isso a fofoca sobre a gente não pára – muito pelo contrário ! Mas a gente deixa de se incomodar com ela ! É que aí é tudo verdade”.

Ou como diria o Buda: “Ninguém no mundo escapa à crítica: são criticados os que ficam em silêncio, os que falam em excesso, ou os que falam com moderação. Não há, nunca houve e jamais haverá pessoal alguma totalmente livre de censuras, ou permanentemente louvada.” (página 41, Dhammapada, editora Pensamento, 1993, versículos 227 e 228).

Trocando em miúdos, como diz a sabedoria popular: relaxa !

Quem esquenta a cabeça é palito de fósforo e esse tem vida curta.

(*) Antonio Carlos Rocha é escritor.