Cunha e Silva Filho



La géante

Du temps que la Nature en  sa  verve puissante;
Concevait chaque jour des enfants monstrueux;
J’eusse aimé vivre aupré d’une jeune géante;
Comme aux pieds d’une reine um chat voluptueux;

J’eusse aimé voir son corps fleurir avec âme;
Et grandir librement dans ses terribles jeux;
Deviner si son coeur couvre une sombre flamme;

Parcourir à loisir ses magnifiques formes;
Ramper sur le versant de ses genoux énormes;
Et parfois en été, quand les soleils malsins;

Lasse, la font s’étendre à travers la camapagne;
Dormir nonchalamment à l’ombre de ses seins;
Comme un hameau paisaible au pied d’une montagne.
(Fleurs du mal, XX, 1857)

A giganta

No tempo em que a Natureza, em sua verve poderosa,
Cada dia monstruosas crianças concebia,
Aos pés de uma jovem giganta viver tanto queria,
Como um voluptuoso gato aos pés de uma rainha.

Com sua alma florescer ver seu corpo tanto queria,
E no meio de suas estanhas brincadeiras livremente crescer,
Adivinhar se seu coração, em segredo, uma chama sombria oculta,
Que, nas humildes névoas, em seus olhos flutuam,

À vontade percorrer suas magníficas formas,
Pela vertente de seus enormes joelhos subir,
E, quem sabe, no verão, quando, insuportáveis, se mostram os sóis,

A fonte, cansada, pelos campos nas sombras, se estender,
Na sombra de seus seios dormir,
Como um tranqulo vilarejo perto de uma montanha.