Renouveau


Le printemps maladif a chassé tristement
L’hiver, saison d’art serein, l’hiver lucide,
Et dans mon être à qui le sang morne préside
L’impuissance s’étire en un long baillement.

Des crepuscules blancs tièdissent sous mon crâne
Qu’un cercle de fer serre ainsi qu’un vieux tombeau,
Et triste, j’erre après um revê vague et beau
Par les champs ou la sève immense se pavane.

Puis je tombe enerve de parfums d’árbres, las,
Et creusant de ma face une fosse à mon rêve,
Mordant la terre chaude ou poussent les lilas,

J’attends, en m’abîmant que mon ennui s’élève
- Cependant l’Azur rit sur la haie et l’éveil
De tant d’oiseaux, e n fleur gazouillant au soleil.

Primavera

Enfermiça, tristemente, a primavera expulsou
O inverno, estação da arte serena, o inverno lúcido.
E o meu ser, a quem o sangue preside abatido,
A impotência, num longo bocejo, se espreguiçou.

Sob o meu crânio se amornam alvos crepúsculos
Que em círculo de ferro encerra um túmulo velho.
Triste, perambulando, após um sonho, vago e belo
Pelos campos onde a seiva imensa se adorna.

Depois, abatido, caio de perfumes d’árvores, cansado,
E, um obstáculo cavando da minha face a meu sonho,
Mordo a terra quente na qual crescem lilases.

Afundando-me, espero que meu tédio cresça
- Entretanto, ri o Azul sobre a sebe e o despertar
De tantos pássaros, ao sol gorjeando em flor.


                                                              (Trad. de Cunha e Silva Filho)