Tradução de um poema de Rubén Darío
Por Cunha e Silva Filho Em: 30/12/2009, às 20H44
Lo fatal
Dichoso el árbol que es apenas sensitivo,
y más la piedra dura, porque ésta ya no siente,
pues no hay dolor más grande que el dolor de ser vivo,
ni mayor pesadumbre que la vida cosnciente.
Ser, y no saber nada, y ser sin rumbo cierto,
y el temor de haver sido, y un futuro terror...
Y el espanto seguro de estar manãna muerto,
y sufrir por la vida y por la sombra y por
lo que no conocemos y apenas sospechamos,
y la carne que tienta con sus frescos racimos,
y la tumba que aguarda con sus fúnebres ramos,
¡ y no saber adónde vamos,
ni de dónde venimos!...
(Rubén Darío - 1867-1916 Cantos de vida y esperanza)
O inevitável
Feliz da árvore que apenas sensível é,
E mais ainda a pedra dura, porque nada sente,
Porquanto maior dor não existe do que a de vivo estar,
Nem tristeza maior do que da vida a consciência.
Ser, e não saber nada, vagar sem norte,
Com o temor de haver sido e um terror do futuro
e a certeza espantosa de, na manhã seguinte, estar morto.
e sofrer pela vida e pela sombra e pelo
não-conhecido sofrer ainda, embora suspeitado somente
e sofrer pela carne que, com a suas uvas frescas, seduz
e pelo que o túmulo espera com seus ramos fúnebres,
e não saber da verdade derradeira
nem da vida a origem!
(Tradução de Cunha e Silva Filho)