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Todo progresso ruma para o nada

Rogel Samuel

(Na foto: Irã, dias atrás)

Diz Bloch que “o próprio processo do mundo é uma função utópica”.

O que ele quis dizer com isso?

Todo planejamento e transformação do mundo visa a uma utopia: é a Aurora que ainda ronda o mundo. Os anseios, as enteléquias. Segundo Aristóteles, “o resultado ou a plenitude ou a perfeição de uma transformação ou de uma criação, em oposição ao processo de que resulta tal criação ou transformação – é a enteléquia. Isto é uma energia. A forma ou a razão que determinam a transformação ou a criação de um ser”. A energia é “segundo Aristóteles, o exercício mesmo da atividade, em oposição à potência da atividade e, pois, à forma”.

A utopia é uma função pública. O que persegue o bem, o que acha que a sociedade se transforma.

O Brasil mudou, mas a grande media parece que ainda não percebeu. O que há na media: ela perdeu o poder de definir o real.

“Todas as novas modas já não servem para nada”. No mundo pós-moderno cada um vai por si.

Tudo se esvai. Fantasmas,

Benvenuto Celline conta que fantasmas foram projetados na fumaça no Coliseu.
Assim, “Le néant” de Montparnasse dizia: todo progresso ruma para o nada.