[Flávio Bittencourt]
Teresa Filósofa, romance possivelmente de Jean Baptiste de Boyer, o marquês d'Argens
Vês em mim, minha cara Teresa, um ser singular: não sou nem homem, nem mulher, nem solteira, nem viúva, nem casada. Fui uma libertina por profissão e ainda sou virgem.
Adele - Set Fire To The Rain (Live At The Royal Albert Hall),
Youtube:
http://www.youtube.com/watch?v=vsh6TXn91kI&feature=related
MADAME DE POMPADOUR,
AMANTE DO REI LUÍS XV DE FRANÇA
[DIZ-SE QUE ELA FOI VERDADEIRAMENTE
UMA PRIMEIRA-MINISTRA DA FRANÇA]
(não é a essa célebre cortesã [ESSA AÍ,
É CLARO, NÃO PERMANECEU VIRTUOSA]
que se refere, acima, o autor [anônimo,
até o descobrimento de seu verdadeiro nome]
de Teresa Filósofa):
[Abertura do filme] Independencia ou Morte 1972 - Independência do Brasil,
Youtube:
"- NÃO HÁ PEDIDO SEU QUE EU NÃO ATENDA."
(D PEDRO I, IMPERADOR DO BRASIL, À
SUA FAVORITA, frase pronunciada por
Tarcísio Meira - que interpretava aquele impetuoso
Rei -, no filme Independência ou Morte, com
Glória Menezes fazendo o papel da grande cortesã
do Primeiro Reinado do Brasil, a Marquesa de Santos)
POR QUE HOMENS E MULHERES NAO PODEM SER "APENAS AMIGOS"?
Pourquoi homme et femmes ne peuvent être
"juste des amis"?
(em inglês, com legendas no idioma de Honoré de Balzac),
Youtube:
http://www.youtube.com/watch?v=spQ2TiD0COo&feature=related
NA FRANÇA (SÉCULO XVIII),
LUÍS XV, O BEM AMADO:
[foi Rei de 1715 [quando tinha apenas cinco anos de idade] até a sua morte, em 1774,
sendo que "(...) (a França) teve dois regentes enquanto o príncipe não atingia a maioridade: Filipe (duque de Orléans), sobrinho de Luís XIV e, depois, o duque de Bourbon, que o fez casar-se com Maria Leszczynska, princesa da Polônia. (...) " (http://pt.wikipedia.org/wiki/Lu%C3%ADs_XV_de_Fran%C3%A7a)]
(http://pt.wikipedia.org/wiki/Lu%C3%ADs_XV_de_Fran%C3%A7a)
La Marquise de Pompadour, favorite de Louis XV, s'impose s'impose à Versailles
Youtube:
http://www.youtube.com/watch?v=RfUj5_RxYlM
NO BRASIL (SÉCULO XIX),
Dona Domitila de Castro Couto e Melo, com seus netos
Foto: coleção Pedro Oliveira Ribeiro, S.Paulo:
(http://www.novomilenio.inf.br/santos/h0095.htm,
onde se lê:
"[...] O que a princípio era apenas um certo interesse pela bela dama paulistana foi se transformando num apaixonado romance, de acordo com os cronistas da época, e D. Pedro I, logo após se tornar imperador do Brasil, deixou de lado uma certa discrição que tinha inicialmente e tornou público, de forma ostensiva, seu romance com Domitília, que apresentou à Corte no Rio de Janeiro, dando-lhe o título de Marquesa de Santos. [...])"
"(...) Dizem seus biógrafos que [A MARQUESA DE SANTOS] era dotada de uma singular beleza, além de sedutora e faceira. O certo é que o ardor de sua mocidade acabou incendiando o coração volúvel do então príncipe-regente [D. PEDRO I DO BRASIL], através de uma paixão desenfreada. Esse amor ardente veio a abalar seriamente o seu prestígio na corte, quase arruinou o seu reinado, levando-o a demitir, posteriormente, vários ministros, e a outros gestos impulsivos. (...)"
(J. MUNIZ JR., trecho do artigo "O esplendor da Marquesa de Santos", publicado na edição de 4 de outubro de 1994 do jornal santista [da cidade de Santos-SP] A Tribuna,
http://www.novomilenio.inf.br/santos/h009tm)
"É DO CONHECIMENTO GERAL QUE
JEAN BAPTISTE DE BOYER, O MARQUÊS D'ARGENS (1704 - 1771),
EM SEU PAÍS NATAL (FRANÇA), FOI PERSONALIDADE NOTÁVEL
DO ASSIM CHAMADO ANCIEN RÉGIME [monarquia absolutista],
TENDO FALECIDO ANTES DA REVOLUÇÃO e, mesmo, antes do
reinado de Luís XVI [CUJA CABEÇA (deste último rei, Luís XVI)
FOI SEPARADA DE SEU TRONCO, EM 21.1.1793, PELA FORÇA
DA GRAVIDADE, NA QUEDA DA LÂMINA DA GUILHOTINA
'pilotada' PELO apenas nesse dia CONSTRANGIDO
POR SEU TRABALHO - afinal, tratava-se do pescoço do Rei! -
CARRASCO CHARLES-HENRI SANSON"
(COLUNA "Recontando estórias do domínio público")
O REI DA POLÔNIA STANISLAW PRIMEIRO
"Stanisław Leszczyński (Leópolis, 20 de outubro de 1677 — Lunéville, 23 de fevereiro de 1766) foi rei da República das Duas Nações e duque de Lorena. (...)
[http://pt.wikipedia.org/wiki/Estanislau_I]", CUJA
FILHA CASOU-SE COM LUÍS XV (Le Roi Soleil
FOI, COMO SE SABE, LUÍS XIV - E O REI QUE FOI
DECAPITADO ERA CONHECIDO COMO LUÍS XVI):
(http://pt.wikipedia.org/wiki/Estanislau_I)
(http://openlibrary.org/works/OL15352960W/Thérese_philosophe_ou_Mémoires_pour_servir_1a_l'histoire_du_P._Dirrag_et_de_Mlle_Eradice)
A NOBRE POLONESA
("[...] filha de Estanislau I, rei da Polônia e
Senhor das terras da Lituânia, e de Catarina Opalynska
[...], http://pt.wikipedia.org/wiki/Maria_Leszczynska)"
MARIA KAROLINA ZOFIA FELICJA LESZCZYŃSKA,
QUE PASSOU POR PRIVAÇÕES QUANDO ERA MUITO JOVEM,
A ESPOSA LEGÍTIMA DE LUÍS XV, FOI RAINHA DE FRANÇA
(não era uma cortesã, portanto) ENTRE 5.9.1725 E 24.6.1768
[DATA DE SEU FALECIMENTO]):
"(...) NESTE ROMANCE (Tereza Filósofa [1748]), A SOCIEDADE ESTÁ QUASE
QUE AUSENTE, A NÃO SER COMO AQUELA ORDEM QUE DEVEMOS RESPEITAR.
OS MEIOS SOCIAIS MAIS GRAÚDOS SÃO DEVASSADOS PELAS CORTESÃS. A UM
CERTO MOMENTO A RIQUEZA E O PODER SÃO DEFINIDOS COMO SENDO A ESPADA,
O CLERO, A TOGA E A FINANÇA. O MAIOR VIGOR É LANÇADO (pelo autor do romance [*])
CONTRA O CLERO E A FINANÇA. (...)"
(RENATO JANINE RIBEIRO, Prefácio da edição brasileira de TERESA FILÓSOFA [1997], pág. 19)
[*] - O marquês D'Argens, se é que o autor desse romance foi, efetivamente, o
marquês d'Argens (nota desta Coluna - e não de R. J. Ribeiro).
"No debate sobre o contato entre filosofia e literatura, o romance europeu do século XVIII aparece
como fonte inesgotável de motes e assuntos. Gênero “livre” que se apropria do que lhe convém, o
romance em seu período de formação foi terreno fértil para a circulação de novas idéias filosóficas,
levando ao crescente público leitor várias das questões de fundo discutidas em ensaios e academias científicas. Ao mesmo tempo, a filosofia era frequentemente associada à literatura “proibida” – libertina, imoral, anti-religiosa ou politicamente reprovável -, o que torna clara a relação
estreita entre as novas formas de pensar e as novas formas de narrar na Europa setecentista. Era
principalmente na França e na Inglaterra que a relação entre filosofia e literatura dava mais frutos.
Partindo destes pressupostos, nossa comunicação pretende colocar em discussão alguns aspectos desta relação através da leitura de dois romances de cunho libertino: o francês Thérèse Philosophe (1748), de autor anônimo e Fanny Hill, Memoirs of a Woman of Pleasure (1748), de autoria do inglês John Cleland. "
(RESUMO DO ENSAIO DA PROFESSORA M. T. MARQUES -
que, quando o apresentou [jul. / 2008], era doutoranda (USP) -,
ADIANTE NOVAMENTE MENCIONADO,
http://www.abralic.org.br/anais/cong2008/AnaisOnline/simposios/pdf/049/MARIANA_MARQUES.pdf)
"COMO OS CASAMENTOS REAIS ERA ARRANJADOS,
DEVE-SE DAR (acho) um certo 'desconto', RELATIVAMENTE
A CORTESÃS MUITO DIGNAS, QUE, POR VEZES,
ACOMPANHAVAM SEUS REAIS AMANTES
EM RECEPÇÕES (não é exatamente dessas
questões que trata Jean Baptiste de Boyer em
seu romance erótico-filosófico TERESA FILÓSOFA,
ainda que trate, explicitamente, de certas cortesãs)"
(COLUNA "Recontando...")
GRANDES FELINOS, CAÇADORES NOTURNOS:
IMPONENTES TIGRES (o da direita, na foto, é da
subespécie Tigre Siberiano
[http://arte-e-manhas-arte.blogspot.com.br/2009/05/animais-em-perigo-tigre-siberiano.html]):
(http://www.ninha.bio.br/biologia/tigre.html)
PARTE DE BAIXO
DA PEQUENA "tartaruga"
POPULARMENTE CONHECIDA
COMO TIGRE D'ÁGUA:
(http://www.reservaromanetto.com.br/tigredagua.php)
(http://www.reservaromanetto.com.br/tigredagua.php)
A PARADISÍACA ILHA DO MARAJÓ,
NO ESTADO DO PARÁ, BRASIL:
(http://www.paratur.com.br/portal/ilha-do-marajo-pa/)
FOTO DE UM MUÇUÃ, espécie de
"tartaruga de pequeno porte",
que é encontrado aos milhares
na Ilha de Marajó (Estado do Pará):
(http://pt.wikipedia.org/wiki/Mu%C3%A7u%C3%A3)
"O muçuã ou jurará (Kinosternon scorpioides) [QUELÔNIO DE PEQUENO PORTE: ADULTO, MEDE, DO FOCINHO À EXTREMIDADE POSTERIOR DO CASCO, CERCA DE 25 CM] é uma pequena espécie sul-americana de tartaruga de água doce da família dos quinosternídeos que se alimenta especialmente de peixes, girinos, insetos e algas. (...)"
(http://pt.wikipedia.org/wiki/Mu%C3%A7u%C3%A3)
ESQUELETO DO QUELÔNIO (bicho de casco,
como também são a tartaruga verdadeira, o cágado,
o tracajá, o matamatá, a tartaruga marinha gigante,
o tigre d'água, o muçuã e vários outros)
DENOMINADO JABUTI:
(http://iloverepteis.blogspot.com.br/2011/01/esqueleto-de-um-jabuti.html)
A ESTATUETA PRÊMIO JABUTI, CONCEDIDA
ANUALMENTE PELA ACADEMIA BRASILEIRA DE LETRAS
(o prefaciador de Teresa Filósofa [texto escrito
em ago. / set. / 1990; a edição citada, do livro,
é de 1997], Prof. Dr. Renato Janine Ribeiro,
da Universidade de São Paulo, por outros escritos
de sua autoria, recebeu essa honraria, em 2001):
(http://belezaliteraria.blogspot.com.br/2011/02/como-surgiu-o-premio-jabuti.html)
AO AMIGO(A) LEITOR(A)
INTERESSADO(A) NO
ASSUNTO AQUI ABORDADO:
LEIA, SE VOSSA SENHORIA TIVER TEMPO E INTERESSE, "TERESA FILÓSOFA E FANNY HILL, ROMANCES FILOSÓFICOS?", ARTIGO DA PROFª. DRª. MARIANA TEIXEIRA MARQUES, apresentado no XI Congresso Internacional da ABRALIC (13 a 17.7.2008, Universidade de São Paulo, Brasil), QUE PODE SER ACESSADO, NA WEB, EM:
http://www.abralic.org.br/anais/cong2008/AnaisOnline/simposios/pdf/049/MARIANA_MARQUES.pdf
"DE ACORDO COM A EDITORA BRASILEIRA
L&PM, SEDIADA EM PORTO ALEGRE-RS,
QUE PUBLICOU A SUA TRADUÇÃO,
TERESA FILÓSOFA ("Um clássico libertino"),
CUJO AUTOR É UM "Anônimo do século XVIII", É
'Um dos maiores clássicos eróticos
da literatura mundial '"
(COLUNA "Recontando estórias do domínio público")
(http://es.wikipedia.org/wiki/Jean-Baptiste_de_Boyer,_Marquis_d%27Argens)
SINOPSE DO LIVRO:
" 'Teresa Filósofa' é o romance de formação de uma jovem tão inocente quanto disposta a fazer render todas as lições de luxúria de seus preceptores. A autoria do livro, secreta, hoje é atribuída ao senhor Jean Baptiste de Boyer, o marquês d’Argens, nascido em 1704 e morto em 1771, um pouco antes da Revolução Francesa."
(http://www.livrariacultura.com.br/scripts/resenha/resenha.asp?sid=189935214427343793847167&nitem=58367)
"(...) Thérèse philosophe, ou mémoires pour servir à l’histoire du Père Dirrag et de Mademoiselle Éradice, plus connu sous le nom de Thérèse philosophe est un roman de 1748 attribué à Jean-Baptiste Boyer d'Argens.
Thérèse Philosophe rapporte la relation entre Marie-Catherine Cadière et Jean-Baptiste Girard. Principalement considéré comme un roman pornographique, ce qui explique ses ventes massives dans la France du XVIIIe siècle où les œuvres pornographiques réalisaient les meilleures ventes, ce roman des Lumières contient certaines idées des Philosophes.
Concepts philosophique et social
En dépit de la dépravation qu’elle dépeint, cette œuvre a un certain mérite philosophique dans ses concepts fondamentaux. Des discussions entre les personnages sur les questions philosophiques alternent avec les sections les plus obscènes du roman.
Non seulement ce roman attire l’attention sur la répression sexuelle des femmes à l’époque des Lumières, mais également sur l’exploitation de la sexualité par l’autorité religieuse. (...)"
(http://fr.wikipedia.org/wiki/Th%C3%A9r%C3%A8se_philosophe)
INDEPENDÊNCIA OU MORTE (nome do filme)
TARCISIO E GLORIA,
Youtube:
http://www.youtube.com/watch?v=KUIc4gDl9RM
AGRADECENDO A CARLOTA GOMES PELA
PERFEITA TRADUÇÃO (do idioma francês) DE
THÉRÈSE PHILOSOPHE OU MÉMOIRES POUR SERVIR À
L'HISTOIRE DU P. DIRRAG ET DE Mlle. ERADICE AVEC
L'HISTOIRE DE Mme. BOIS-LAURIER [1748]
PARA A EDITORA L&PM, DE PORTO ALEGRE,
A RENATO JANINE RIBEIRO (**) - que já recebeu o
Prêmio Jabuti (2001) - PELO SOBERBO PREFÁCIO
QUE PRODUZIU PARA ESSA EDIÇÃO EM FORMATO
"DE BOLSO", o que significa, naturalmente, que
o preço do livro não é elevado, apesar do enorme
interesse que ele gera até hoje, A
TARCÍSIO MEIRA E
GLÓRIA MENEZES, pelas dramaturgicamente impecáveis
interpretações de, respectivamente, D. PEDRO I e MARQUESA DE SANTOS,
no filme nacional, de surpreendente sucesso de bilheteria, Independência ou Morte
(quando ainda se falava mal do cinema brasileiro [ANTES, HAVIA
ATÉ MESMO DIFICULDADES TÉCNICAS NA COMPREENSÃO DE DIÁLOGOS,
MUITAS VEZES EM RAZÃO DE PROBLEMAS NOS DISPOSITIVOS
DE REPRODUÇÃO DE SONS, DOS PROJETORES DAS SALAS DE PROJEÇÃO
DE CINEMA, COMERCIAIS]), A CANTORA INGLESA, ESPLÊNDIDA,
ADELE LAURIE BLUE ADKINS (ADELE), A PESQUISADORA BRASILEIRA
MARIANA TEIXEIRA MARQUES, PELO EXCELENTE
ESTUDO ACADÊMICO SOBRE TERESA FILÓSOFA E FANNY HILL, E,
POR FIM, A TODAS AS PESSOAS QUE TRABALHARAM OU TRABALHAM
NA EDITORA L&PM, a quem (TODAS AS PERSONALIDADES CITADAS)
se deseja muita saúde, paz e vida longa
(**) - "Renato Janine Ribeiro (Araçatuba, 9 de dezembro de 1949) é um filósofo brasileiro. Atualmente é professor-titular da cadeira de Ética e Filosofia Política da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo (FFLCH-USP). Recebeu o Prêmio Jabuti em 2001, bem como foi condecorado com a Ordem Nacional do Mérito Científico, em 1998, e com a Ordem de Rio Branco, em 2009. (...)" [http://pt.wikipedia.org/wiki/Renato_Janine_Ribeiro]
27.4.2012 - Um romance "libertino" - com final, entretanto, respeitoso para com as autoridades constituídas - muito incomodou os censores da época em que foi publicado, haja vista que não se pode controlar tudo - Teresa Filósofa, romance atribuído a Jean Baptiste de Boyer, o marquês d'Argens. (O HOMEM, QUE TAMBÉM ERA FILÓSOFO, FOI UM FIGURÃO DA POLÍTICA DE SEU TEMPO.) F. A. L. Bittencourt ([email protected]_
POSTAGEM POR "SRTA. QUARESMA",
que não informou se o texto a
seguir transcrito é de sua autoria ou
se ela o hauriu na Internet ou em outro
lugar:
« Online: 06 de Março de 2006, 06:17:52 »
Teresa Filósofa, escrito anônimo do século XVIII, se insere no contexto das publicações eróticas que circulavam, como se diria hoje, “em OFF”. Alguns eruditos, no intuito de evitar manchar suas reputações em vista da censura e da tradição, escreviam livros que eram difundidos somente entre amigos ou publicados clandestinamente com pseudônimos. Hoje se atribui a obra a um tal marquês d’Argens.
O livro conta a história de Teresa e sua iniciação na vida sexual. Mas como diz o título, Teresa é filósofa. Então em meio ao erotismo da trama encontram-se reflexões a respeito de pensamentos filosóficos muito difundidos no século XVIII, como o materialismo por exemplo. Assim temos subcapítulos como:
Apóstrofe aos teólogos sobre a liberdade do homem, onde Teresa discute a respeito da impossibilidade do livre arbítrio pregado pelo cristianismo. Exame das religiões pelas luzes naturais: reunião de pequenas contradições de alguns dogmas cristãos. E ainda: Origem das religiões e Reflexões sobre o que é o espírito.
Além das críticas explícitas, ainda há aquelas alfinetadas dentro da trama. Destaque para a forma como os padres e sacerdotes são retratados na história, sempre desprovidos dos valores morais que pregam. Padres bêbados que procuram prostitutas, padres que enganam as fiéis (...)."
acrescentando-se que a tradução (excelente!) da L&PM foi feita
por Carlota Gomes e o prefácio - soberbo! - ficou a cargo
de Renato Janine Ribeiro)
===
VERBETE "Jean-Baptiste de Boyer",
WIKIPÉDIA (em francês):
"Jean-Baptiste Boyer d'Argens
Boyer d’Argens
Biographie
Fils de Pierre-Jean de Boyer, marquis d'Argens, seigneur d'Eguilles, procureur général au parlement de Provence et d'Angélique l'Enfant[2], petit fils de Jean-Baptiste Boyer d'Éguilles, Boyer d’Argens suivit la carrière des armes et eut une jeunesse fort licencieuse. Sa vie sentimentale impétueuse s’est particulièrement orientée vers les actrices de théâtre. Dès l’âge de quinze ans, il entra, malgré l’opposition de son père qui le destinait, en tant que fils aîné, à la magistrature, à l’armée où il restera jusqu’à la trentaine, ce qui poussa son père à le déshériter au profit de son frère cadet, Alexandre Jean-Baptiste de Boyer. Blessé devant Philipsbourg en 1734, il quitta le service et se retira en Hollande, afin d’y écrire librement ses pamphlets.
Il attira l’attention du roi de Prusse par ses attaques contre le christianisme : ce prince l’appela à sa cour, en fit son chambellan avec 6 000 francs de traitement, et le nomma « Kammerherr » directeur général de son Académie des sciences. Il s’offensa néanmoins de le voir épouser l’actrice Mademoiselle Cochois.
Après avoir vécu 25 ans dans l’intimité de Frédéric II, le marquis d’Argens revint passer ses dernières années dans sa famille, à Aix. À la mort du marquis, le roi fit ériger un mausolée à sa mémoire dans l’église Notre-Dame de la Seds, à Aix.
Il avait une instruction vaste et variée, et ses écrits sont inspirés par la philosophie sceptique de l’époque.
Robert Darnton considère que d’Argens a probablement été l’auteur du roman philosophico-pornographique Thérèse philosophe, ou mémoires pour servir à l’histoire du P. Dirrag et de Mlle Eradice[3].
Annexes
Notes
- ↑ L'historien aixois Ambroise Roux-Alphéran écrit que « Jean-Baptiste de Boyer, marquis d'Argens, célèbre petit-fils du précédent, [est] né [...] le 27 juin 1703, et non le 24 juin 1704, comme il est dit dans toutes les biographies..., Les Rues d'Aix, 1846. Ce que confirme son acte de baptême [archive], paroisse Sainte-Madeleine, Aix
- ↑ F. La Chesnaye-Desbois & Badier, Dictionnaire de la noblesse, I, Paris, 2e édition, 1770, p. 386-387.
- ↑ (en) Robert Darnton, The Forbidden Best-Sellers of Pre-Revolutionary France, 1996, W. W. Norton, New York, p. 88. Cette attribution est contestée, d'après les archives de la Bastille, par François Moureau dans son édition de Thérèse philosophe, Saint-Etienne, 2000.
Œuvre
- Mémoires de M. le marquis d’Argens (1735)
- Lettres Morales et Critiques sur les différens états et les diverses occupations des hommes(1737)
- Mémoires secrets de la République des Lettres (1737-1744)
- Lettres cabalistiques (1741)
- Lettres juives (1736) (Correspondance philosophique, historique et critique entre un juif voyageur et ses correspondans en divers endroits)
- Les Enchaînements de l’amour et de la fortune ou mémoires du marquis de Vaudreville (1746)
- Lettres chinoises (1751)
- Réflexions critiques sur les différentes écoles de peinture. (1752)
- Philosophie du bon sens (1755)
- Correspondance avec Frédéric II (parution en 1799)
- des traductions d’auteurs antiques.
- Thérèse Philosophe
Bibliographie
- Lettres chinoises. Édition établie et présentée par Jacques Marx, Éditions Honoré Champion, 2009.
- La Philosophie du bon sens. Édition établie et présentée par Guillaume Pigeard de Gurbert. Éditions Honoré Champion,2002.
- Elsie Johnston, Le Marquis d’Argens: sa vie et ses œuvres, Genève, Slatkine Reprints, 1971, 1928
- Jean-Louis Vissière et Isabelle Vissière, La société française du XVIIIe siècle dans les Lettres juives du marquis d’Argens, Aix-en-Provence, 1990, 224 p. (ISBN 2-85399-229-2)
- (de) Hans-Ulrich Seifert ; Jean-Loup Seban, Der Marquis d’Argens, Wiesbaden, Harrassowitz in Kommission, 2004. Bibliogr. p. 313-345. Coll. Wolfenbütteler Forschungen ; 103 ISBN 344705140X
- Jean-Louis Vissière, Le marquis d'Argens : Actes du colloque international de 1988, Centre aixois d’études et recherches sur le XVIIIe siècle, Aix-en-Provence, Université de Provence, 1990, 208 p. (ISBN 2-85399-242-X)
- (de) Wolf Steinsieck, Die Funktion der Reise- und Briefliteratur in der Aufklärung : untersucht am Beispiel der "Lettres chinoises" des Marquis d’Argens, Aachen, I.A. Mayer, 1975
- Philibert Damiron, Mémoire sur le marquis d’Argens, Genève, Slatkine, 1856 ; 1968
- Marie-Nicolas Bouillet et Alexis Chassang (dir.), « Jean-Baptiste Boyer d'Argens » dans Dictionnaire universel d’histoire et de géographie, 1878 (Wikisource)
- Michel Vovelle, Les folies d'Aix ou la fin d'un monde, Pantin, Le temps des cerises, 2003, 286 p. (ISBN 2-84109-389-1), chap. V (« L'étrange sagesse du marquis d'Argens, ou le salut par la fuite »)
Liens externes
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"Aventuras na História
Joseph-Ignace Guillotin: Doutor Guilhotina
O médico francês Joseph-Ignace Guillotin só queria diminuir o sofrimento dos condenados. Mas acabou emprestando seu nome ao invento que se tornou símbolo da crueldade da Revolução Francesa
Fernando Eichenberg | 01/07/2007 00h00
A guilhotina passou por seu grande teste na manhã de 15 de abril de 1792. Às 10h, o instrumento foi montado no pátio do hospício Bicêtre, em Paris, transformado em presídio para receber os inimigos da Revolução Francesa. Dessa vez, no lugar de ovelhas vivas, as cobaias seriam cadáveres humanos. A afiada lâmina separou, a cada vez, cabeça e tronco de três defuntos, comprovando sua eficácia diante de uma platéia de representantes da Assembléia Nacional. Das janelas de suas celas, prisioneiros também assistiram à performance: “É o famoso projeto de igualdade, todo mundo morrerá da mesma maneira”, disse um deles, segundo as crônicas da época. “É o nivelamento”, acrescentou outro. Entusiasmado, o carrasco Charles-Henri Sanson, habituado a execuções bem mais penosas, exclamou: “Bela invenção! Tomara que não se abuse de sua facilidade!”
A primeira execução pública com o uso da guilhotina ocorreu dez dias depois, em 25 de abril (naquela mesma quarta-feira, o militar Rouget de Lisle interpretava, em Estrasburgo, o seu “Canto de Guerra para o Exército do Reno”, mais tarde rebatizado de “A Marselhesa” e transformado no hino nacional francês). A vítima foi Nicolas-Jacques Pelletier, condenado por roubo e assassinato. No dia seguinte, o jornal La Chronique de Paris deu seu veredicto sobre a guilhotina: “Ela não mancha a mão de um homem da morte de seu semelhante e a prontidão com a qual abate o culpado está mais de acordo com o espírito da lei, que pode muitas vezes ser severa, mas que não deve jamais ser cruel”.
A impressão positiva do jornal logo se tornaria uma opinião isolada. Em pouco tempo, a Revolução Francesa abandonou suas belas palavras de ordem e entrou no período chamado de Terror, em que qualquer suspeito de se opor ao regime podia acabar sem cabeça. No início de 1794, apenas em Paris, cerca de 20 mil condenados foram decapitados – entre eles estava Georges Danton, que havia sido um dos líderes da Revolução.
Posta a serviço do Terror, a guilhotina entrou para a história como símbolo de crueldade e opressão. E pensar que ela nasceu dos sentimentos nobres do deputado e médico Joseph-Ignace Guillotin, nascido em 1738. Grande responsável pela adoção da guilhotina na França, ele queria apenas diminuir o sofrimento dos condenados à morte. Isso é o que conta o historiador francês Henri Pigaillem na biografia Le Docteur Guillotin (“O doutor Guillotin”, sem edição em português), que leva o subtítulo “benfeitor da humanidade”.
Risos na Assembléia
Até os 25 anos, o jovem Guillotin seguiu a vontade de seu pai e cursou teologia na Sociedade de Jesus, em Bordeaux. Mas, no início de 1763, abandonou os estudos religiosos para desenvolver sua verdadeira vocação: a medicina. Durante quatro anos, estudou na Faculdade de Medicina de Reims. Ao mesmo tempo, trabalhou como assistente em estabelecimentos que acolhiam crianças abandonadas, idosos, indigentes e deficientes mentais. Sua formação foi completada com cinco anos de estudos na prestigiosa Faculdade de Medicina de Paris. Coberto de títulos, tornou-se professor da instituição e, a partir de 1771, um dos médicos mais reputados da capital. Henri Pigaillem o descreve como um homem laborioso, austero, tímido, casto e honesto. Cobrava caro em seu consultório, mas dava atendimento gratuito aos pobres na paróquia de Saint-Séverin.
Enquanto Guillotin prosperava, a França vivia a indignação crescente contra os privilégios da nobreza. Eles existiam até na hora de ser executado: delitos iguais eram punidos de modo diferente, dependendo da classe social. Um nobre podia escolher entre a morte pela espada ou pelo machado. Já o cidadão comum era preso a uma enorme roda de madeira, onde tinha suas articulações quebradas, e depois era esquartejado ou morria na forca. Havia penas mais específicas: enquanto os falsificadores de moedas eram jogados em uma caldeira fervente, os hereges eram queimados na fogueira.
Mas a desigualdade estava com os dias contados. Em 1789, diante de intensa agitação popular, as regalias legais da nobreza foram abolidas pela Assembléia Nacional – que havia sido convocada pelo rei Luís XVI para fazer pequenas mudanças, mas acabou fugindo a seu controle. A Revolução Francesa estava apenas começando. Em nome da liberdade e da igualdade, os deputados passaram a transformar profundamente o país. Entre eles estava Guillotin, que conquistara um lugar na Assembléia.
Em outubro, quando os deputados debatiam a reforma do código penal, Guillotin apresentou suas propostas, que ele chamou de “artigos filantrópicos”. Propôs que todos os delitos do mesmo gênero fossem punidos com a mesma pena, não importasse o status do culpado. Também sugeriu um só suplício para todos os condenados à morte: a decapitação, “praticada pelo efeito de um simples mecanismo”. Os deputados riram de suas propostas – mal sabiam que, mais tarde, alguns deles experimentariam a fria lâmina da guilhotina. A discussão acabou adiada.
Guillotin não desistiu de acabar com a tortura em praça pública. Em 21 de janeiro de 1790, ao voltar a defender da tribuna o seu projeto, disse: “Senhores, com minha máquina lhes arrancarei a cabeça em um piscar de olhos e vocês não sofrerão. O mecanismo cai como um raio, a cabeça voa, o sangue jorra, e o homem já não existe”. O jornal Le Moniteur tomou o partido do médico: “A inovação de colocar a mecânica no lugar de um executor, que, como a lei, separa a sentença do juiz, é digna dos séculos em que vamos viver e da nova ordem em que estamos entrando”.
Em 3 de maio, o deputado Louis-Michel le Peletier de Saint-Fargeau, relator do Comitê de Legislação Criminal, propôs a abolição da pena de morte. “Não é no século 18 que devemos consagrar um erro de séculos precedentes”, disse aos colegas. Sua proposta foi rejeitada, mas acabou dando novo impulso à discussão sobre a crueldade das execuções. No debate, foi clamada a idéia de que todo condenado à morte deveria ter a cabeça cortada. Guillotin vencera, enfim.
De médico a monstro
De acordo com Henri Pigaillem, o doutor Guillotin não inventou o tal “simples mecanismo” decepador de cabeças. Apenas aperfeiçoou algo que já existia. Sua primeira inspiração teria surgido diante de uma gravura do alemão Albrecht Dürer, feita no século 16, na qual o ditador romano Tito Mânlio decapita seu próprio filho com um aparelho semelhante a uma guilhotina. Há registros de que, durante a Idade Média, equipamentos de cortar cabeças já funcionavam na Alemanha. A partir do século 16, na Inglaterra e na Escócia, surgiram versões mais aperfeiçoadas. Elas dariam origem à guilhotina francesa.
Apesar de ter participado do esboço da engenhoca e de ter sido seu grande defensor, Guillotin não acompanhou a construção do primeiro modelo. Mesmo assim, a imprensa francesa se encarregou de batizar o instrumento de “guilhotina” pouco antes de sua adoção oficial, em 1792. Apesar da pitoresca homenagem, Guillotin estava feliz. Afinal de contas, tinha eliminado a dor na execução e criado a igualdade diante da morte.
Em pouco tempo, 50 guilhotinas foram instaladas em várias partes da França, funcionando até seis horas por dia. Em janeiro de 1793, marcando o fim do regime monárquico, Luís XVI se tornou a mais célebre vítima do instrumento – ironicamente, o próprio rei havia sancionado a lei que instituíra o uso da guilhotina, no ano anterior. Em outubro, sua esposa Maria Antonieta teria o mesmo destino.
A guilhotina se popularizou a ponto de ganhar versões em miniatura, feitas de madeira ou marfim e adornadas com detalhes em ouro e prata. Crianças ganhavam guilhotinas de brinquedo, enquanto aristocratas se divertiam decapitando bonecos travestidos de líderes revolucionários. Com desgosto, Guillotin percebeu que seus ideais humanitários e sua imagem haviam sido corrompidos pelos franceses. “Ele quis acabar com o sofrimento dos condenados à morte e jamais imaginou que passaria aos olhos do povo por um criminoso sádico em vez de um benfeitor da humanidade. Vítima da opinião pública, se tornou para sempre o padrinho da horrível máquina”, escreve Pigaillem.
Diante da indiferença geral dos franceses, o doutor Guillotin morreu em 1814, aos 76 anos. Durante sua cerimônia fúnebre, o médico e amigo Edmond-Claude Bourru lamentou: “Infelizmente para nosso colega, sua moção filantrópica deu lugar a um instrumento ao qual o vulgo aplicou seu nome: prova de que é difícil fazer o bem aos homens sem que isso resulte em algum desagrado para si”.
A batalha contra a lâmina
Na França, a guilhotina só foi aposentada em 1981
“Vocês vão cortar vivo esse homem em dois?!” Com a voz grave e o indicador apontado em seqüência para a face de cada um dos jurados, o francês Robert Badinter procurava salvar a vida de seu cliente Patrick Henry, 23 anos, julgado pelo seqüestro e morte de um menino de 8 anos. No intento de poupar o réu, naquele janeiro de 1977, o advogado acrescentou: “Chegará o dia em que a pena de morte será abolida, e então vocês dirão aos seus filhos que mataram um homem. E vocês verão os olhares deles”. O discurso surtiu efeito: apesar das pressões das ruas, o acusado escapou da guilhotina e foi condenado à prisão perpétua. Anos mais tarde, em 9 de outubro de 1981, era publicado o decreto de abolição da pena de morte na França, assinado pelo então presidente François Mitterrand. Uma vitória de seu ministro da Justiça, empossado quatro meses antes: Robert Badinter. A cruzada, finalmente, terminara. Antes de extinguir a pena de morte no país da guilhotina, Badinter assistiu à amarga aplicação da sentença. Em 1972, todo seu esforço para inocentar Roger Bontems do crime de assassinato havia sido inútil. Numa madrugada de novembro, Badinter acompanhou o preso até o mórbido altar. Lá, viu o carrasco soltar a pesada lâmina. “Nunca mais encarei a Justiça da mesma maneira”, disse Badinter tempos depois. Nos meses seguintes à morte de seu cliente, ele escreveu um relato cru e humano do embate contra o veredicto fatal: o livro A Execução. Era apenas o começo de sua luta. O cardeal Lustiger, arcebispo de Paris, reagiu com dureza: “No futuro, quando a abolição da pena de morte impedir a execução do autor de um crime abominável, será você que, no inconsciente coletivo, tomará o lugar do assassino”. Como ministro, Badinter viu sua família ser ameaçada de morte e assistiu a manifestações pedindo sua demissão. Mas não ficou quieto até silenciar a guilhotina.
Saiba mais
Livro
Le Docteur Guillotin, Henri Pigaillem, Pygmalion, 2004, 22,50 euros"
(http://guiadoestudante.abril.com.br/estudar/historia/joseph-ignace-guillotin-doutor-guilhotina-435437.shtml)
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Marquesa de Santos
Óleo atribuído a F.P. do Amaral (acervo: Museu Histórico Nacional, Rio de Janeiro)
(http://www.novomilenio.inf.br/santos/h0095.htm)