Teoria e história do conto popular: trechos (1)

Por pequenas passagens textuais é possível imaginar a importância de certos estudos específicos. Esta "dica" é uma despretensiosa sugestão de leituras teóricas a quem aprecia a historia e a teoria dos contos populares, sendo que dois dos três estudos a seguir indicados foram desenvolvidos no Brasil.

 

Primeira sugestão de leitura

O psicólogo, fonoaudiólogo e professor Carlos Brito abre estudo sobre a narrativa popular com expressivo período de Mário Quintana:

"Propriamente falando, essas histórias já andavam a correr o mundo na boca das velhas amas e das avozinhas. Estas não fizeram mais do que dar o que seus pequenos ouvintes lhes pediam. Era o caso de se perguntar quem era mesmo que inventava as histórias. Os irmãos Grimm, por sua vez, com uma fidelidade muito anterior à época em que foi inventada a palavra folclore, colheram, da boca das mulheres, umas dezenas dessas histórias. Essa carinhosa pesquisa se estendeu por treze anos, enquanto comparavam e decantavam as diferentes versões, dando-lhes unidade de estilo.

Mário Quintana".

Localiza-se, na Web, o estudo "A psicanálise e a narrativa popular: o uso terapêutico dos contos de fadas", do Dr. Carlos Brito, em:

http://www.construirnoticias.com.br/asp/materia.asp?id=1251

 

Segunda sugestão:

Escreveu Thomas O'Neill em artigo biográfico sobre os Irmãos Grimm:

"(...) At school they [os irmãos Grimm, The Brothers Grimm] met a wise man who led them to a treasure — a library of old books with tales more seductive than any they had ever heard. Inspired, the brothers began collecting their own stories, folktales told to them mostly by women, young and old. Soon the brothers brought forth their own treasure — a book of fairy tales that would enchant millions in faraway places for generations to come. (...)" [o grifo é do Autor do artigo].

Thomas O'Neill, artigo  intitulado "Guardians of the Fairy Tale: The Brothers Grimm", na versão digital da Revista National Geographic.

Onde se acha esse texto, na Web:

http://www.nationalgeographic.com/grimm/article.html

 

Terceira sugestão:

Nascimento Araújo & Nascimento Araújo escreveram:

"O Vale do Juruá, uma extensa área que engloba sete municípios

amazonenses e quatro acreanos banhados pelo rio Juruá, possui

uma longa história que se inicia com as numerosas nações indígenas

de origem Pano e Aruak de procedência cisandina ou tunguruana-

amazônica, localizadas a partir dos Andes, Médio e Alto Juruá.

Algumas delas foram registradas pelo Ouvidor Sampaio em 1775

(citado por BENCHIMOL, 1979), os Uacaraua, Katuquina, Urubu,

Kanamari e outros.  

(...)

Nosso objetivo aqui é analisar os contos orais e procurar compreender

as possíveis influências nordestinas sobre estes dentro da

cultura local. Para tanto, nos centramos em três linhas interdependentes:

migração e povoamento, história do município e formação

cultural. Tais perspectivas foram possíveis a partir dos relatos dos

moradores antigos que ainda se encontram vivos. Assim, procura-se

elementos da ocupação da cidade de Guajará para então fazer

um esboço da migração nordestina para o município, reconstituindo

parte da sua história social. (...)"

(Representação do imaginário no conto oral:

uma leitura dos contos coletados no Vale do Juruá, por

 

José Júlio César do Nascimento Araújo e

Jordeanes do Nascimento Araújo,

 

http://www.revistasusp.sibi.usp.br/pdf/ima/v12n13/v12n13a10.pdf).