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TEATRO AMAZONAS - UM ROMANCE REALISTA DE ROGEL SAMUEL

 
 

http://literaturapanamazonica.blogspot.com.br/

 
 


    

  Ontem , na Faculdade de Direito da Universidade Federal do Amazonas, finalmente recebi a última encomenda que o escritor Rogel Samuel me enviou do Rio de Janeiro. Estava em meu escaninho desde a semana passada, mas não estive na Faculadade nas últimas duas semanas, dedicadas ao  tratamento de um problema que pode levar-me a perder a voz.
      O livro anterior que recebi de presente do mestre foi o romance O Amante das Amazonas.
       Pensei que ao abrir o pacote encontraria seu último romance, Teatro Amazonas, que li no Blog do Rogel , em sua versão digital.
       Mas era Fios de Luz - Aromas Vivos , composto por 15 sonetos de autoria do poeta Jorge Tufic. Na introdução, uma análise do poema Retrato de Mãe, feita por Rogel Samuel. 
       Li a análise lítero-psicanalista do poema  na sala do pró-reitor de extensão da UFAM, meu amigo Frederico Arruda.
       Em outra oportunidade comentarei o assunto e o livro.
       Prefiro, antes , no rastro do Blog do Rochinha , registrar minha breve impressão sobre o romance Teatro Amazonas. Nada de uma análise mais profunda sobre a estrutura do realismo "doce" do escritor. Exigiria tempo e rigor metodológico, para não cometer injustiças subjetivistas. É o modo que a leitura crítica recomemda para alcançar a maior objetividade possível, livrando-se do metro pessoal das idiossincrasias do leitor.
        O que mais prendeu minha atenção na leitura digital do romance Teatro Amazonas foi a construção literária dos bastidores políticos, que antecederam a aprovação do projeto, no final do século XIX. 
         Como trabalhei no banco de texto do teatro Amazonas e, por isso, tive oportunidade de pesquisar muitos documentos, incluíndo os Diários Oficiais da época, surpreendi-me com a precisão da reconstrução do episódio. Rogel aprofundou a pesquisa e revelou, pela ficção,  detalhes que escapam as historiografias acadêmicas.
        Costumes , como peixadas na beira dos igarapés, além de roupas, rotinas, falares, sexualidades, futilidades, corrupções e misticismos são mostrados através de uma narrativa leve e sutil.
        O contexto de confronto entre a cultura monárquica e a cultura republicana, entre resquícios da escravidão e o trabalho assalariado compõem o pano de fundo da sociedade romanceada.
      O romance realista é sugestivo e preciso.
      É o que me sinto apto a comentar, antes da merecida releitura .