[Flávio Bittencourt]

Setembro de 1941: Eros Volúsia está na capa da revista Life

A dançarina carioca que dançou samba com sapatilhas criou um estilo elegre e híbrido, brasileiro e universal.

 

 

 

 

  

 

 

 

"CERTA VEZ, NA PLATEIA DO TEATRO TABLADO (Gávea, Rio),

PEÇA INFANTIL DE MARIA CLARA MACHADO ESTAVA SENDO REPRESENTADA;

NO MOMENTO EM QUE ELEFANTES - duas pessoas dentro de cada

fantasia de elefantinho: como havia três elefantinhos, um total de

seis atores estavam dançando dentro daqueles bonecos maravilhosos -

COMEÇARAM A DANÇAR, UMA FAMÍLIA DE ESTRANGEIROS

ERGUEU-SE, DA PLATEIA, E COMEÇOU A APLAUDIR ENFATICAMENTE

A PERFORMANCE DE MÚSICA E DANÇA QUE ALI

ESTAVA SENDO ENCENADA, de forma magistral e absolutamente

encantadora!"

(O RESPONSÁVEL POR ESTA COLUNA "Recontando...",

QUE ESTAVA LÁ)

 

 

 

 

 

NA FOTO, ATRIZ E BONECO REPRESENTANDO

UM CAVALO ESTÃO NA APRESENTAÇÃO DE

UMA PEÇA (O Cavalinho Azul) DA IMORTAL

DRAMATURGA BRASILEIRA

MARIA CLARA MACHADO

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

 

 

 

 

COMÉDIA MUSICAL HOLLYWOODIANA,

foto de cena:

AC_Rio_Rita_LC.jpg (29893 bytes)

(http://www.autographsmovieposters.com/AC_Rio_Rita_TC.htm)

 

 

 

 

O DR. CÉSAR LATTES,

QUANDO ERA JOVEM, 

TRABALHANDO:

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

(http://leo-motta.blogspot.com/2008_02_01_archive.html)

 

 

 

 

"Domingo, 20 de março de 2011

Mais um ator brasileiro rumo a Hollywood

 
Depois de transformar o seu Capitão Nascimento em herói nacional na saga Tropa de Elite, o ator baiano Wagner Moura ( foto ao acima, no Festival de Berlim ) vai atuar em um longa nos Estados Unidos. O diretor sul-africano Neill Blomkamp ( Distrito 9 ) terá Wagner como o vilão seu próximo longa Elysium. Com estreia para 2012, o filme sci- fi terá ainda no elenco nomes como Jodie Foster e Matt Damon. O papel chamou a atenção de Wagner Moura - que havia recusado convites anteriores."
 
 
 
 

 

 

 

"Bons tempos

 

Da esquerda para direita, de cima para baixo: César Lattes, Hideki Yukawa, Walter Schüzter, Hervásio de Carvalho, José Leite Lopes, Jayme Tiomno. Esta foto foi tirada em Princeton, provavelmente no Instituto de Estudos Avançados (eu acho [LEONARDO MOTTA ACHA] que em frente ao Fuld Hall).

Eu tenho [LEONARDO MOTTA TEM] esta foto em algum dos meus livros, mas ela está também na Internet."

(LEONARDO MOTTA ESCREVEU A LEGENDA ACIMA TRANSCRITA,

http://leo-motta.blogspot.com/2008_02_01_archive.html)

 

  

 

 

"(...) Atriz [ALICE BRAGA] aparece abraçada com Will Smith e Tom Cruise

(12.12.2007):

(http://ego.globo.com/Gente/Noticias/0,,MUL317047-9798,00-ALICE+BRAGA+AO+LADO+DE+TOM+CRUISE+E+WILL+SMITH+EM+PREMIERE.html)

 

 

 

 CARMEN MIRANDA:

 

 (http://rafaellopezbooks.blogspot.com/2011/01/latin-music-legends-stamps-books.html)

 

 

 

 


 
Laboratório de pesquisa nuclear da Universidade de Bristol, 1946. Lattes está no meio da segunda fileira (de baixo para cima).

(http://leo-motta.blogspot.com/2008_02_01_archive.html;

a legenda é de LEONARDO MOTTA)

 

 

 

 

SELOS POSTAIS ESTADUNIDENSES: 

(http://rafaellopezbooks.blogspot.com/2011/01/latin-music-legends-stamps-books.html)

  

 

 

 

 

(http://www.johncoulthart.com/feuilleton/2008/01/20/beardsleys-salome/)

 

 

 

 

SUCESSO BRASILEIRO NOS EUA

(RITMO MUSICAL BOSSA NOVA, EM 1962, NO CARNEGIE HALL,

EM NOVA IORQUE):

"(...) Os brasileiros João Gilberto, Bola Sete, Agostinho dos Santos, Carmem Costa, José Paulo, Luis Bonfá, Carlos Lira, Sérgio Mendes, Antonio Carlos Jobim, Miltinho Bana, C. Feitosa e Roberto Menescal comandaram o espetáculo.

Além dos artistas brasileiros, participaram do show o pianista e compositor argentino Lalo Schifrin com o sexteto de que se valeu para difundir a bossa nova, Stan Getz, amigo de João Gilberto e um de seus mais entusiastas admiradores e grande propagador da bossa nova, e o quarteto de Oscar Castro Neves.

O Itamarati recebeu despachos dos EUA informando que compareceram ao concerto 300 repórteres, fotógrafos, cinegrafistas e críticos especializados de toda a América do Norte e da imprensa mundial, o que deveria garantir grande repercussão ao show de bossa nova.
(...)"

(http://www.jblog.com.br/hojenahistoria.php?itemid=5930)

  

  

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

(http://tertulhas.blogspot.com/)

 

 

 

(http://www.moviegoods.com/movie_poster/rio_rita_1942.htm)

  

 

 

 

CARTAZ ORIGINAL - bem conservado - DO FILME RIO RITA,

COM ABBOTT, COSTELLO, KATHRYN GRAYSON,

JOHN CARROLL, PATRICIA DANE, TOM CONWAY,

PETER WHITNEY E EROS VOLUSIA, À VENDA

PELA INTERNET

(PREÇO: trezentos e cinquenta dólares americanos):

AC_Rio_RitaTC.jpg (76046 bytes)

1942 - Rare original vintage Title Card from this A&C classic.

Excellent condition.

$350

 (http://www.autographsmovieposters.com/AC_Rio_Rita_TC.htm)

 

 

 

 

"OS VEÍCULOS DE COMUNICAÇÃO DE MASSA NÃO INFORMAM SUFICIENTEMENTE SOBRE

Dª. EROS VOLÚSIA, A DANÇARINA BRASILEIRA QUE CONQUISTOU FAMA INTERNACIONAL 

COM SUA participação no filme Rio Rita (EUA, 1942), uma comédia da Metro-Goldwyn-Mayer,

dirigida por S. Sylvan Simon"

(COLUNA "Recontando estórias do domínio público")

 

 

 

 

"PESSOAS INFELIZES QUE JÁ TINHAM INVEJA DE CARMEN MIRANDA

E DO BANDO DA LUA, A PARTIR DE 22 DE SETEMBRO DE 1941

TIVERAM DE engolir O GRANDE SUCESSO MUNDIAL DE Dª. EROS VOLUSIA;

depois, vieram TOM JOBIM, VINICIUS DE MORAES, JOÃO GILBERTO, VÁRIOS COMPOSITORES, INSTRUMENTISTAS E CANTORES DA BOSSA NOVA NO CARNEGIE HALL, BADEN POWELL (em Paris), SÉRGIO MENDES, SONIA BRAGA, FERNANDA MONTENEGRO, RODRIGO SANTORO; agora, mesmo, a sobrinha de Sonia Braga, Alice Braga, está fazendo um sucesso tremendo em Hollywood. E ATÉ NA FÍSICA NUCLEAR HOUVE UM astro: CESAR LATTES [a propósito, neste ano de 2012 uma carta será aberta cujo título, aproximadamente, é: PORQUE NÃO DERAM O PRÊMIO NOBEL DE FÍSICA A CESAR LATTES]. Mas, como dizia Ibrahim Sued, "Os cães ladram e a caravana passa" (*rs*)"

 

(IDEM)

 

 

 

"AMANHÃ, NESTA COLUNA,

UM POEMA DE JONAS DA SILVA

SOBRE EROS VOLUSIA

(onde Hollywood e até

Salomé [NÃO É A TELENOVELA,

NEM A PERSONAGEM DE CHICO ANYSIO

QUE CONVERSA COM PRESIDENTES,

MAS A NETA DE HERODES, O GRANDE]

são citadas), POEMA ESSE QUE

até este momento, não foi digitado,

mas já foi localizado

[BUSCANDO-SE NO GOOGLE,

ISSO NÃO SE ACHA, por enquanto]"

(IBIDEM)

 

 

 

                                  PARA A SAUDOSA Dª EROS VOLUSIA,

                                  EM MEMÓRIA

 

 

5.1.2012 - A dançarina carioca Eros Volúsia, também ao sambar com sapatilhas, criou um estilo elegre e híbrido, brasileiro e universal, como consta no resumo biográfico adiante reproduzido - 22 DE SETEMBRO DE 1941: Dona Eros Volusia está na capa da revista Life.  F. A. L. Bittencourt ([email protected])

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

(http://blogtectonicas.blogspot.com/2010/01/e-o-tico-tico-so-o-tico-tico-la.html)

 

 

 

ESTÁ TRANSCRITO NO SITE

MULHER 500 PONTO ORG PONTO BR:

"Nasceu em São Cristóvão, bairro do Rio de Janeiro a 1 de junho de 1914. Dançarina, ganhou projeção internacional com o nome de Eros Volúsia. Desenvolveu coreografias inspiradas na cultura brasileira, foi responsável pela criação de um bailado essencialmente nacional.
As primeiras décadas do século XX no Brasil, foram períodos de construção de uma identidade e da valorização da mestiçagem. Eros Volúsia vivenciou toda esta profusão de idéias de vanguarda que fluía neste período no Brasil: Semana de Artes Moderna, Gilberto Freire com o trabalho Casa Grande & Senzala, Getúlio Vargas e a política desenvolvimentista. Foi nesse contexto de nacionalismo crescente, de turbulência e profusão de novas propostas de interpretação do Brasil que Eros mesclou o ballet com as danças populares nacionais, incorporando ao ballet clássico movimentos do bailado brasileiro. A singularidade de seus movimentos criou identidade própria para dança brasileira, expressando a diversidade cultural que pulsava e que percebia suas raízes no híbrido, na miscigenação.
Seu talento artístico sofreu grande influência familiar, pois era filha do poeta Rodolfo Machado e da poetisa Gilka Machado. A mãe com sua poesia simbolista do início do século XX exerceu grande influência sobre Eros Volúsia. Era muita ousadia para uma mulher naquele período, escrever poesias com insinuações ao erótico. Gilka Machado e sua mãe abriram uma pensão na rua São José, centro do Rio de Janeiro; freqüentada por intelectuais do início do século XX. Eros além da influência familiar, conviveu neste espaço com figuras renomadas da política e da intelectualidade brasileira. Apresentou-se em um sábado festivo para a então primeira-dama Darcy Vargas, conheceu escritores tais como o jovem Nelson Rodrigues; poetas, músicos e outros expoentes da arte nacional.
Iniciou sua formação clássica em ballet aos 14 anos de idade, na Escola de Bailados do Teatro Municipal do Rio de Janeiro – a primeira oficial do Brasil. Foi aluna de Maria Olenewa, bailarina russa, que se naturalizou brasileira e que foi responsável pela organização da escola de dança e do corpo de baile do Teatro Municipal do Rio de Janeiro.
Sua primeira apresentação pública foi no palco do teatro onde estudou, em 1929, onde participou de uma homenagem ao então presidente Washington Luiz. A bailarina apareceu dançando descalça, acompanhada por violão e batucadas. O que se caracterizou, naquele período, uma ousadia, tendo em vista as tradições daquele espaço. Ousadia que Eros nunca abandou em toda sua vida artística. Suas coreografias eram caracteristicamente brasileiras: Amor de Iracema, Peneirando o fubá, Moleque capoeira, Cascavelando e O Guarani - espetáculo apresentado no Teatro Municipal e que teve a presença do então presidente da república Getúlio Vargas e de seu corpo diplomático.
Eros Volúsia foi e é uma das figuras mais importantes da dança brasileira. A primeira bailarina a dançar samba de sapatilhas. Ousada, usava trajes de baiana com a barriga de fora, apresentava-se em cassinos. Com a mesclagem do clássico com o popular Eros criou uma nova estética, incorporando novas metodologias na dança; teve a inteligência e sensibilidade para incorporar manifestações do Brasil inteiro como o frevo, o maracatu, o caboclinho, danças de terreiros. Inaugurou o que seria futuramente conhecido por “dançarino-pesquisador”, que resgata a formação do conhecimento artístico – a técnica – com a sensibilidade artística, para além da técnica. Usava de todo recurso que o corpo podia expressar, com os movimentos de olhos, das mãos, dos quadris, e na boca um convidativo sorriso. Cria uma dança alegre e híbrida, ao mesmo tempo brasileira e universal. Seu corpo era o instrumento da inovação
Na edição de 22 de setembro de 1941, a revista Life publicou sua foto na capa. Única artista sul americana a conseguir tal proeza. Tornou-se ainda mais famosa e requisitada. Atuou em vários filmes nacionais: Favela dos Meus Amores (1935), Samba da Vida (1937), Caminho do Céu (1943), Romance Proibido (1944) e Pra Lá de Boa (1949). A fama internacional aconteceu após participação no filme Rio Rita (1942), uma comédia da Metro-Goldwyn-Mayer, dirigida por S. Sylvan Simon. Conhecedora de diversos ritmos e bailados, apresenta-se neste filme em número musical que utiliza temas afro-brasileiros, marcando definitivamente sua carreira.
Foi Professora do Serviço Nacional de Teatro, onde criou o curso de coreografia. Este é considerado o primeiro, dentre os cursos de dança nacional, a aceitar bailarinos negros.
Faleceu a 01 de janeiro de 2004."
 

(http://www.mulher500.org.br/acervo/biografia-detalhes.asp?cod=25)

 

 

 

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Solange Casotti

pesquisou, escreveu

e em seu blog divulgou:

"Quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

e o tico-tico só, o tico-tico lá
Depois do colapso,
voltei a ouvir música,
dançar valsas,
sensuais tangos.
 
Leio o obituário da bela vida
de Eros Volúsia, bailarina, 89 anos.
Era tão bonita que atraiu a atenção
da revista americana Life.
 
Sambas, maxixes e maracatus...
Pioneira na mistura do clássico com o popular.
Professora do Serviço Nacional de Teatro,
criou um curso de coreografia,
o primeiro no Brasil
a aceitar bailarinos negros.
 
A vida passa para todos,
Eros evoluiu...
 
 
(Eros Volúsia, poema inédito)
 
 
 
 
Foi assim que conheci Eros Volúsia (1914-2004): lendo seu obituário no jornal O Globo. No mesmo dia escrevi o poema acima. Já havia ouvido falar de sua mãe, a poeta GilkaMachado (1893-1980), nome de rua no Rio de Janeiro e figura ausente das antologias de literatura brasileira. Sua poesia era considerada popular e imoral. Um dia, comprei num sebo um livro de Gilka, Sublimação, Editora Biblioteca Von-Hager- Gintner, 1938. 
Ao pesquisar fotos de Eros, para minha surpresa, encontrei um livro em que é analisado o modo como a produção artística das duas, mãe e filha, se misturavam. Soraia Maria Silva, bailarina e mestre em artes/dança pela Unicamp, doutora em literatura pela UNB, publicou Poemadançando: Gilka Machado e Eros Volúsia, editora UNB, 2007.
 “(...)Na tentativa de compreender a construção da linguística corporal no ato da dança e sua conexão com a linguagem literária verificou-se a poesia de Gilka Machado (1893-1980) e a dança de Eros Volúsia (1914-2004). A dança de Eros Volúsia mantém, em sua estética do movimento, muitas referências simbolistas, expressionistas e modernistas, esboçadas ou mesmo desenvolvidas nos poemas de Gilka Machado. (...)”
Primeira bailarina a sambar com sapatilha de pontas, pesquisadora das danças populares, Eros também criava seu próprio figurino. Participou de filmes como Romance Proibido (1944), O Samba da Vida (1937), Caminho do Céu (1942) e o hollywoodiano Rio Rita (1942). ‘‘A Carmem Miranda dizia: ‘Vou imitar as suas mãos’. E eu respondia ‘pode copiar’, porque só se copia o que é bom’’. Contou Eros Volúsia, em 2002, na UNB, durante a inauguração de uma sala com o seu nome.
 
 
 
 
SAMBA
 
Mexendo com as ancas,
batendo com os pés,
trementes os seios,
virados os olhos,
os dentes espiando
a todos e a tudo,
brilhantes,
brilhantes,
por dentro dos lábios;
– creoula ou cafuza,
cabocla ou mulata,
mestiça ou morena –
não te ama sómente
quem nunca te viu
dansando,
sambando,
nas noites de lua,
mulher do Brasil!
 
Ganzás cascavelam;
aos uivos das cuícas,
gorgeiam violões...
e vozes se alongam
aos céus, arrozoando...
e dêdos arrancam
isochronos ruídos,
das pelles dos bombos,
das palmas das mãos.
 
Em meio aos terreiros,
que fauna,
que flora!
– papoulas e garças,
jaguares e lirios,
cipós e serpentes
orchideas e rôlas,
jasmins, puraqués,
colleios que enleiam,
que são sucurys...
olhares que assaltam
em botes ferozes...
sorrisos que se alam
com brancas plumagens...
roupagens que afloram
em vividas côres,
cheirando a baunilha,
priprioca, alecrim...
 
Em meio aos terreiros,
que sustos, que fugas,
que astucia, que heroismo,
brasilea morena,
em todos o seu corpo
que míngua
que cresce,
que sobe,
que desce,
assim, desmanchado
num sapateado !...
 
Brasilea morena,
parece que o chão
se move ao teu samba,
te anceia,
te busca,
te quer devorar !..
Brasilea morena
que forte attração
exerce em teus membros
a terra em que viças!
si, dentre o remoinho
das fartas anaguas
te vejo girar,
morena, supponho
que estás submergindo,
que o solo te absorve,
que vaes acabar.
 
Em meio aos terreiros,
teu vulto mareja,
teu vulto são ondas
de rythmos remotos:
ondas errantes de nostalgia;
ondas rebeldes de revolta;
ondas invasoras de conquistas;
ondas pensativas de montanhas;
ondas arfantes de rio;
ondas tumidas de carne;
ondas preguiçosas;
ondas precipitadas;
ondas de tentação.
 
Em meio aos terreiros,
teus membros trigueiros
têm curvas de gestos indetermináveis:
curvas que incitam
a pensar a fundo,
curvas que são da esphera deste mundo
e fazem noutro mundo acreditar;
curvas que de tal modo se procuram;
curvas cheias de tal palpitação,
que vejo em teus quadris desalinhada,
a Terra,
dançando a dança da procreação.
 
Ganzás cascavelam...
aos uivos das cuicas,
gorgeiam violões...
e vozes se alongam
aos céus, arrozoando...
e dedos arrancam
isochronos ruídos
das pelles dos bombos,
das palmas das mãos.
 
(Gilka Machado em Sublimação , Ed. Biblioteca Von-Hager- Gintner, 1938, optei por deixar na grafia original) 
 
“Em sua composição coreográfica “Cascavelando”, Eros Volúsia faz uma tradução cênica do poema “Samba” de Gilka Machado, cujos elementos poéticos, por sua vez, foram inspirados nas danças de terreiro brasileiras. Nessa coreografia a bailarina na parte superior do tronco, faz gestos ondulantes que lembram o movimento das cobras ou das ondas do mar por meio de gestos sinuosos. Na parte inferior do tronco, nos quadris e nos pés, o movimento marca o ritmo do samba, compondo uma movimentação muito sensual.”
Há também uma biografia da bailarina, escrita por Roberto Pereira, Ed. Relume-Dumará, 2004. Encontrei cenas de Rio Rita (1942) no You Tube  entretanto, não achei nenhum filme de Eros dançando.
 
Título: tico-tico no fubá de Zequinha de Abreu
 
 

 

(http://blogtectonicas.blogspot.com/2010/01/e-o-tico-tico-so-o-tico-tico-la.html)

 

 

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OS INESQUECÍVEIS COMEDIANTES

ABOTT & COSTELLO NO FILME RIO RITA:

AC_RioRita.jpg (34800 bytes)

(http://www.autographsmovieposters.com/AC_Rio_Rita_TC.htm)