Imagem:Google
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[Chagas Botelho] 

Com o advento dos streamings confesso que há tempos deixei de assistir tevê aberta. A Globo, por exemplo, já nem me lembro mais da última vez. Não é por questões ideológicas, e sim, por questões de conteúdo mesmo. O negócio de programas atrativos está escasso.

Mas ontem, meus caros, num consultório médico, epa, alto lá, não fui ao proctologista, fui ao ortopedista, e assisti o ínicio de um filme, na Sessão da Tarde. Foi quando percebi que essa filha longeva da Globo, neste mês de março, completou 50 anos no ar. Caramba, essa sessão de filmes é uma tremenda cinquentona.

Vi a menção comemorativa no logotipo. Naquela parte que exibe o nome da película. Fiquei chocado. Já se passaram 50 anos? Estou mesmo envelhecendo. Outro dia, nos anos 80 e 90, a Sessão da Tarde era o meu cinema em casa. Era o meu festivo sinônimo de férias. Outra, só saía para jogar bola quando terminava a faixa livre para menores de 18.

É ou não é o programa mais duradouro da televisão brasileira? Sim, com certeza. Está inserido na grade da emissora dos Marinhos desde a década de 1970. Caramba, novamente. Bota longevidade nisso, viu? Esse espetáculo televisivo e vespertino, já nos presenteou com incontáveis emoções e clássicos ao longo de décadas.

Por isso, respeitável telespectador, a Sessão da Tarde merece todas as deferências e o meu respeito eterno. Foi em sua tela que me emocionei vendo “Esqueceram de Mim I e II, “Ghost: Do Outro Lado da Vida”, Karaté Kid: A Hora da Verdade" e uma miríade de filmaços que nem o sabão OMO consegue lavar da memória.

Amados cinéfilos, eu cresci à espera daquele momento mágico que se iniciava logo após o “Jornal Hoje” e o “Vale a Pena Ver de Novo”, também outras atrações longevas da platinada. Que maravilha. Se não fosse por ti, ó amada senhora, não teria visto longas tão encantadores. Nem consumido tantas e tantas bacias de pipoca amanteigada.

Como disse no prelúdio da crônica, os canais abertos de hoje em dia, não me atraem. No entanto, sou muito grato à Sessão da Tarde, pois, esse meu gosto irrefreável pela sétima arte, foi construído a partir dela. Diz Santo Agostinho que “a gratidão é a memória do coração”, serei grato repetidas vezes, milhões de vezes, bem menos que “Lagoa Azul”, a fita mais reprisada nas tardes brasileiras, é claro.