Sérgio Saraceni cuidou da trilha sonora do filme Banana Split

Certa bem-informada crítica do filme, Andrea Ormond, é aqui respeitada, ainda que seja difícil "falar mal " de semelhante manifestação de cultura.

 

   

  

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

O PRESIDENTE JUSCELINO KUBITSCHEK DE OLIVEIRA, do Brasil

(http://noticiasporgersontavares.blogspot.com/2009_11_01_archive.html)

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

O TREMENDÃO ERASMO CARLOS (cantor e compositor carioca,

nascido em 1941), herói dos adolescentes que curtiam o mundo quase irreal

da primeira metade dos anos 60, enquanto infantes como o responsável

por esta Coluna ainda aprendiam a ler e escrever: em primeiro de abril de 64

o sonho acabou e, em 1968, em vez de manifestações de alegria, vieram as

manifestações (de massa) de revolta, que explodiram, contra Ditadura de 64,

neste país: DE ANOS DOURADOS DE JK (Palácio do Catete e Palácio do Planalto),

CARLOS LACERDA (no Estado da Guanabara), JÂNIO QUADROS (Planalto) E

JOÃO GOULART (idem) a ANOS REBELDES DE COSTA E SILVA foi a mudança

comportamental-histórica dos jovens, no país de Clementina de Jesus - o Brasil

(SÓ A FOTO, SEM A LEGENDA LIDA LOGO ACIMA:

http://www.rabayjr.com/mp3_roberto_carlos.htm)

 

  

 

 

 




 

 

 

 

 

SÉRGIO SARACENI [MÚSICO CARIOCA, NASCIDO EM 1952, SOBRINHO DO GRANDE CINEASTA BRASILEIRO PAULO CÉSAR SARACENI (nasc. em 1933)]

(http://www.filmeb.com.br/quemequem/html/QEQ_profissional.php?get_cd_profissional=PE442,

sendo que, em http://www.musimagembrasil.com/musimagembrasil/Sergio_Saraceni.html,

pode-se ler: SÉRGIO GUILHERME SARACENI [não confundir com SÉRGIO SARACENI, pai do músico],  "Compositor e arranjador nascido no Rio de Janeiro em 01 de novembro de 1952.
    Iniciou os estudos de música com Bohumil Med (teoria e solfejo), Jodacil Damasceno (violão clássico)  Eunice Katunda (piano, harmonia e composição)  e Sandino Hohagen (orquestração). Ingressou na escola superior de música do Instituto Villa Lobos (antiga FEFIEG, atual UNIRIO) em 1970 obtendo o primeiro lugar no vestibular entre 186 canditatos. Transferiu-se para os Estados Unidos em 1972, ingressando na Berkee College of Music, na turma dos primeiros brasileiros por lá, como Victor Assis Brasil, Zeca Assumpção, Celia Vaz e Claudio Roditi. De volta ao Brasil em 1974, integra o Quinteto Ion Muniz e acompanha cantores como Nana Caymmi, Beth Carvalho, Emilio Santiago e outros. Inicia sua carreira de compositor de audio visual escrevendo pequenas trilhas para curtas e videos. Estréia sua primeira trilha sonora em 1977 no longa metragem, "Anchieta, José do Brasil". Em 1978, inicia a sua carreira no Depto. Musical da TV Globo como compositor e maestro. Trabalhou desde lá com alguns dos mais importantes cineastas brasileiros como Nelson Pereira dos Santos, Carlos Manga, David Neves, Paulo Thiago e muitos outros. Trabalhou com os mais importantes diretores de TV do Brasil. Escreveu trilhas para 27 longas metragens e inúmeros curtas, videos, DVD´s e peças publicitárias. Foi premiado 2 vezes com o Candango de melhor música no Festival de Brasília e com 2 Kikitos( música) no Festival de Gramado Em 1993 e 94 transfere-se para o SBT e organiza o núcleo de produçaõ musical de novelas, escrevendo a trilha musical original. Trabalhou seis anos na GloboNews como compositor de vinhetas jornalísticas e trilhas. De volta a Globo em 97, onde está até os dias de hoje
".)

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

A IMORTAL SRA. CLEMENTINA DE JESUS, em fotografia na qual, ao fundo, aparecem

os Arcos da Lapa (Centro do Rio, Brasil) e o bondinho de Santa Teresa (bairro do Rio) 

passando e produzindo percussão característica de tempos que não voltam mais...

MAS AINDA ESTÃO LÁ, ATÉ HOJE (pergunte a quem já trafegou nesse bonde antigo

que, felizmente, ainda funciona)!

(http://africageo.blogspot.com/2009/10/clementina-de-jesus-moro-na-roca.html)

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

EM MAGNO MOMENTO DE SEU TRABALHO DE CANTORA, NO PRIMEIRO PLANO, ESTÁ A

VENERANDA SRA. ERLINE HARRIS (nasc. em 1914), cultuada neste espaço de crítica e

discussões light como uma das duas MADRINHAS DA COLUNA "RECONTANDO ESTÓRIAS

DO DOMÍNIO PÚBLICO":  "rock and roll blues" (FUNDAÇÃO DO BLUES PRÉ-ROCK-AND-ROLL

do final dos anos 1940! [A OUTRA MADRINHA É DONA CLEMENTINA DE JESUS, infelizmente

falecida em julho de 1987]

(SÓ A FOTO DE CAPA DA REVISTA AMERICANA Juke Blues,

SEM A LEGENDA LIDA LOGO ACIMA:

http://www.jukeblues.com/)

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

UMA JUKEBOX DE FAZER PARAR A RESPIRAÇÃO

(SÓ A FOTOGRAFIA COLORIDA, SEM A LEGENDA,

ACIMA DIGITADA, DESTA COLUNA DO ENTRE-TEXTOS:

http://www.mymavra.com/allmusic.htm)

 

 

 

 

Foto Impressa 1962 Hotel Quitandinha - Rj  18 X 24cm.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Foto Impressa 1962 Hotel Quitandinha - Rj 18 X 24cm.

(http://www.emule.com.br/lista.php?keyword=Quitandinha&pag=2&ordem=DESTACADOS)

 

 

 

 

Postal Antigo Rio De Janeiro - Petropolis Quitandinha

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Postal Antigo - Petrópolis - Quitandinha [HOTEL QUITANDINHA]

(http://www.emule.com.br/lista.php?keyword=Quitandinha&pag=2&ordem=DESTACADOS)

 

 

 

 

Petrópolis - Rj - Hotel Quitandinha - Piscina

 

 

 

 

 

 

 

 

  

 

 

Petrópolis - RJ - Hotel Quitandinha - Piscina

(http://www.emule.com.br/lista.php?keyword=Quitandinha&pag=2&ordem=DESTACADOS)

 

  

Click the image to open in full size.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

  

 

ICE CREAM SODA [a palavra inglesa 'ice' é pronunciada como algo semelhante a 'áice'']:

"Most of the world knows this delicious drink as Ice Cream Soda, but in Australia and New Zealand it is known as a Spider, and in Hong Kong its known as Brown Cow (made with root beer). (...)".

(http://www.webkinzinsider.com/forum/f164/ice-cream-soda-day-dct-june-520308/)

 

  

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

  

  

(http://www.brasilescola.com/dia-das-criancas/bebidas-rapidas.htm;

sendo uma bela vaca preta o que você vê,

http://pt.wikipedia.org/wiki/Vaca_preta)

 

  

 

 

 

 

 

 

  

 

 

  

(http://quartinhodadany.blogspot.com/2010_04_01_archive.html,

com uma banana split talvez preparada por um artista plástico)

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

  

 

 

 

"Os hóspedes do Hotel Quitandinha eram milionários, atrizes, vedetes, políticos que desejavam obter o máximo em matéria de bem viver. Construído para ser o maior cassino hotel da América Latina, com a proibição do jogo no Brasil [em 1946, um verdadeiro atentado de lesa-pátria, perpetrado pelo presidente Eurico Dutra, com a colaboração de seu ministro Carlos Luz (*) - NOTA DESTA COLUNA, NÃO SENDO ESTA OBSERVAÇÃO DE RESPONSABILIDADE DE QUEM CONSTRUIU A LEGENDA SOBRE O QUITANDINHA], o Quitandinha não conseguiu sobreviver apenas como hotel ..."

 

(http://calidri.spaceblog.com.br/r12791/Petropolis/3/)

 

 (*) - Leia, por favor, a seguinte matéria:

http://www.dilsonlages.com.br/colunas/recontando-estorias-do-dominio-publico/1946-dutra-fecha-os-cassinos-e-53-200-pessoas-ficam-desempregadas,236,3465.html

("1946: Dutra fecha os cassinos e 53.200 pessoas ficam desempregadas"), bem como

(assunto correlato):

http://www.portalentretextos.com.br/colunas/recontando-estorias-do-dominio-publico/o-copacabana-palace-hotel-e-suas-lendas,236,4550.html

("O Copacabana Palace Hotel e suas lendas")

 

 

 

 


 

Bananasplit

Brasil (1988)

Direção: Paulo Sérgio de Almeida

Elenco: Otávio Augusto, Roberto Bomtempo, Tassia Camargo, Myrian Rios , Marcos Frota e André Felipe di Mauro


 

 

 

(http://blogdoantonicodaigreja.blogspot.com/2009/08/banana-split.html)

   

 

 

[mirian rios[3].jpg] 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

A ATRIZ MYRIAM RIOS E MÁQUINA (vitrola pública jukebox) DE TOCAR DISCOS DO TIPO compacto, DOS ANOS 1950 E 1960

(http://blogdoantonicodaigreja.blogspot.com/2009/08/banana-split.html)

 

 

 

 

 

 

"Recordar é viver"

(DITADO POPULAR)

 

 

 

"(...) Paulo Emílio morre [em setembro de 1977], fulminado por um enfarte. Tragédia, um país com uma elite tão pouco inteligente perde o grande mestre. Que horror. (...) Glauber parte para a Bahia e eu [O AUTOR CINEMATOGRÁFICO PAULO CÉSAR SARACENI] para acabar a música de Anchieta [filme Anchieta, José do Brasil].

         A música de Serginho Saraceni [SÉRGIO GUILHERME SARACENI, sobrinho de P. C. SARACENI, sendo o diminutivo utilizado para evitar a confusão com SÉRGIO SARACENI, pai do SERGINHO e irmão do cineasta] era uma verdadeira sinfonia, caríssima. Coisa para orquestra sinfônica e coro cantando a missa em latim, com letra de Almeida Sales. O preço de outro filme. Como eu não podia recorrer ao governador de novo, voltei ao professor Luís e ao Mignon. Eles me apresentaram Duva, que imaginou mil planos mirabolantes, enquanto financiava a música do filme. (...)".

(PAULO CÉSAR SARACENI, Por dentro do cinema novo, p. 314)

 

 

 

"(...) A trama [do "filme de  verão" Banana Split, dirigido por Paulo Sérgio de Almeida] se passa em Petrópolis, terra natal do diretor. A turma de Nei (André Felippe), Cabelinho (Felipe Martins), Bambolê (Anderson Muller), Laura (Mariana de Moraes) e Carminha (Tássia Camargo) se eriça com a chegada dos cariocas, que simbolizam o supra-sumo da modernidade. (...)".

(ANDREA ORMOND, trecho do artigo crítico transcrito na íntegra, adiante)

 

 

 

 

 

 


                        Homenageando os atores do filme de 1988 e os players dos anos 60, bem como,

                        em forma de veneração quase fanática, a

                        Senhora Erline Harris, que, imagino, onde quer que ela esteja,

                        terá ficado feliz com a vitória do Doutor Barack Obama, no final da luta última 

                        pela presidência dos EUA, o estudioso do ritmo jazzistíco, escritor Sérgio Porto, a

                        Senhora Clementina de Jesus, o Presidente JK, em respeitosa e admirada memória,

                        os autores de cinema Paulo César Saraceni e Paulo Sérgio de Almeida, o

                        músico Sérgio Guilherme Saraceni, o poeta, tradutor, ensaísta e professor

                       José Amálio de Branco Pinheiro, o cantor e compositor Erasmo Carlos,

                        todos os compositores, cantores, maestros e instrumentistas brasileiros

                        que despontaram nos fabulosos anos 60 rumo à glória da imortalidade e

                       a quem frequentou o Hotel Quitandinha, na digna luta para ser feliz (mesmo

                       depois do desastre do fechamento de seu fabuloso cassino):

                       A VOCAÇÃO DO BRASIL É TER CASSINOS E OS SHOWS ESPLÊNDIDOS

                       QUE ELES HOSPEDAM!

 

 

 

 

27.8.2010 - Falam mal dos cultuadores dos anos 1960 - Bem, eles nos acham saudosistas, ultrapassados. Nós somos aqueles que assistimos ao filme brasileiro BANANA SPLIT (1988) com veneração de religiosos fiéis. O fanatismo de alguns de nós pode ser perdoado mercê do fato de que, só por assim agir, pessoa alguma terá ferido outra. Apenas, ficamos ensimesmadamente vendo e revendo esse filme, de forma pouco sociável (devemos admitir). Bem, se ficarmos calados, perante tais críticas, poderá dar a impressão de que "vestimos a carapuça", quando, na verdade, discordamos absolutamente dessa hipótese esdrúxula, a de que o tempo passou e nós não percebemos. Ora, quando James Dean estrelou JUVENTUDE TRANSVIADA, nós ainda não tínhamos nascido. Igualmente cultuamos essa película outra, dos anos 50, rumo, naturalmente, aos anos 40 (o pré-rock - digamos assim - nasceu no final dos anos 40, como se sabe). Ora, ninguém merece um carimbo na testa, de ULTRAPASSADO, até porque há movimento, ninguém permanece imóvel. Agora, se alguém disser que estamos "andando para trás", aí sim, talvez a acusação guarde um pouco de fundamentação lógica. Em resumo, se nos calarmos diante daquelas críticas é porque as aceitamos. Se respondermos, mostrando discordância à idéia de que somos saudosistas-ultrapassados, contudo, estaremos perdendo tempo. O ideal a fazer com o tempo, conclui-se, é... assistir ao filme! [E QUE ÓTIMO DE SÉRGIO SARACENI, SOBRINHO DO GRANDE CINEASTA PAULO CÉSAR SARACENI (autor, este último, de Natal da Portela, filme espantoso que foi aplaudidíssimo em Cannes, entre várias outras películas de P. C. Saraceni de relevância universal), COLOCOU ARRANJOS MUSICAIS ADAPTADOS AOS ANOS 1980, sendo essa a crítica acima referida: a razão dessa OPÇÃO é agradar musicalmente a quem chegou depois, porque, como escreveu o Prof. Dr. Amálio Pinheiro, da PUC-SP e da Metodista de Piracicaba, no fecho de um livro seu, até "(...) OS CONTINENTES, POR SOBRE ONDE O HOMEM CONSTRÓI A HISTÓRIA, CAMINHAM."!) F. A. L. Bittencourt ([email protected])

 

 

 

 

 

 

 

"Amálio Pinheiro é doutor em Comunicação e Semiótica pela PUCSP. Investiga as relações entre as áreas de literatura, comunicação e cultura na América Latina. Tem produzido ensaios e traduções comentadas de autores hispânicos, especialmente do Caribe. Desenvolve investigações sobre as relações entre a memória cultural, as artes e as ciências não clássicas, com ênfase nas conexões e ramificações entre voz, corpo e séries culturais. Publicou, entre outros, "Aquém da identidade e da oposição. Formas na cultura mestiça", 1995, "Nicolás Guillén: Motivos de son", 1991, e “Sobre os Anjos”, tradução de Rafael Alberti, 1993.

Livro Publicado: O Meio é a mestiçagem".

(http://www.estacaoletras.com.br/html/autor19.htm, texto;

http://gostonomia.com.br/rev/2010/03/30/entrevista-amalio-pinheiro/, imagem)

 

 

 

 

UMA CRÍTICA DO FILME: ANDREA ORMOND

 

"Segunda-feira, Junho 12, 2006

Banana Split

 

Há uma regra que se repete a cada geração: ali pela faixa dos 25 anos todos começam a olhar saudosos para o “passado” – normalmente o passado pouco mais velho do que sua idade no tempo – tentando reencontrar aquilo que não viveram, ou recordando o último sopro de vida aventurosa de seus pais mocinhos, antes de colocarem os filhos no mundo e mergulharem de vez na caretice.

Nos EUA, estas chamadas “ondas de nostalgia” tem até um divisor de águas: o filme “American Graffiti” de 1973, que ao abordar uma visão idílica do final da década de 50 – a era pré-Beatles, em uma nação entupida de dinheiro e poder – espalhou feito doença pelo mundo a ilusão dos “anos dourados” regados a Elvis Presley, The Platters e modismos adjacentes.

No Brasil o fenômeno encontrou ressonância menos de dois ou três anos depois, principalmente nas novelas da Globo: “Escalada” de 75 e “Estúpido Cupido” de 76 são os melhores exemplos.

E como os anos 60 – da psicodelia, dos hippies e das manifestações de 1968 – ainda pareciam muito próximos em meados dos 80, a adoração sobre o final dos 50 durou um bom tempo – e, com certo atraso, chegou às telas grandes. Foi o caso não apenas de “Banana Split” (1987), mas também de “Os Bons Tempos Voltaram: Vamos Gozar Outra Vez” (1985). Nas novelas oitentistas, tivemos ainda “Bambolê” e a minissérie “Anos Dourados”, esta transformada em marco importante da teledramaturgia brasileira, por conta do inexperiente e talentoso elenco posto à prova.

O problema é que em “Banana Split” percebe-se uma divisão afetiva. De um lado, o diretor Paulo Sergio de Almeida (nascido em 1945) e os roteiristas Mário Prata (1946) – autor de “Estúpido Cúpido” – e Flávio Moreira da Costa (1942). Os três falavam do que viram ou compreenderam in loco da juventude e que no filme deveria atender a um período que se estende entre novembro de 1963 (ouvimos um dos protagonistas dizer: “Você viu? Mataram o Kennedy”) a abril de 64 (o professor subversivo arruma as malas e foge do golpe).

De outro lado, porém, estavam os atores e o público – então maciçamente nascidos nos 60 –, sonhando com carinho o mundo que associavam aos 50, pouco antes de nascerem. Assim, o passado de “Banana Split” engloba os 50’s com os 60’s e é embrulhado para presente com o exotismo típico dos 80’s – quando os teclados Yamaha da trilha de Sergio Saraceni vêm à tona fica difícil não nos lembrarmos da época em que o filme foi produzido.

Da mesma forma, personas cinqüentistas como Chubby Checker, James Dean, a turma da Miguel Lemos e a menção à curra de Aida Cury convivem com o medo dos “comunistas” e das greves – situações que deixam claro o 1o. abril de 1964, na década seguinte. Tudo é “passado”, portanto. “Memorabilia” simplificada para ser consumida em um filme de verão, leve e descompromissado.

A trama se passa em Petrópolis, terra natal do diretor. A turma de Nei (André Felippe), Cabelinho (Felipe Martins), Bambolê (Anderson Muller), Laura (Mariana de Moraes) e Carminha (Tássia Camargo) se eriça com a chegada dos cariocas, que simbolizam o supra-sumo da modernidade.

Jane (Myrian Rios), Ted (Marcos Frota, também ator em “Os Bons Tempos...”), Boca (Roberto Bomtempo) e Lia (Alexandra Marzo) debutam numa cortina de fumaça, com a trupe de carros rabo-de peixe subindo a serra para a agradável cidade de veraneio. Os pneus cantam e soltam as frases de efeito: “Petrópolis, este verão promete!”, ou “Meu perfume favorito é a gasolina!”.

Claro está que para cada gangue existe um galã (Nei vs. Ted), uma diva (Laura vs. Jane), um melhor amigo (Cabelinho vs. Boca) e uma melhor amiga (Carminha vs. Lia). Brigas, pílulas de embalo, amassos, tudo corre dentro do previsto, somados porém a alguns dados interessantes: participações de Wilson Grey (Nelsinho, dono da sorveteria), Paulo Villaça (Dr. Pacheco, diretor de um clube) e Paulo César Peréio (Bem-Te-Vi, o aloprado do lugar, que balbucia frases desconexas).

Além disso temos ainda a co-produção entre Roberto Bakker e um empresário do jogo do bicho, Aniz Abrahão David; e a inesperada assistência de direção da promoter Liége Monteiro de Carvalho. Faltou mesmo a colaboração de Carlos Imperial, que ainda vivo em 1987, poderia ter prestado uma consultoria valiosa na base das “Memórias de Um Cafajeste” – livro auto-biográfico/ficcional, no qual narra a adolescência conturbada em Copacabana ao longo dos anos 50.

“Banana Split” alcança a intenção de um passatempo direto e eficaz, sem muitas invenções. Hoje, possivelmente a volta seria aos 80, ao Rock In Rio, aos fiscais do Sarney, à recessão. E olhando em “Banana Split” o exemplo bem acabado de versão anterior do mesmo fenômeno, é bom começarmos a temer: será que em 2026 os ataques do PCC serão lembrados com nostalgia? O Lula e o Bush? As CPIs? Tudo isso regado ao som de Franz Ferdinand e mentiras idealizadas para os nossos filhos imberbes, seja o que Deus quiser" (ANDREA ORMOND).

 

7 comentários: 

Marcelo Carrard disse...

ANDRÉA vc é um bebê ainda e tenho certeza de que não viu Estúpido Cupido na TV. Eu me lembro muito bem, tinha as trilhas nacional e internacional e me lembro de que toda novela era em Preto e Branco e no ultimo capítulo era em cores com citação do Dona Flor e seus Dois Maridos que duas personagens muito conservadoras vão ver no cinema. Dessa onda de filmes acho o bagaceira Os Bons Tempos Voltaram-Vamos Gozar Outra Vez com a Carla Camurati um luxo...


 
sergio disse...

Andréa, concordo com o Carrard, vc não tem idade para lembrar de Escalada e Estúpido Cupido. Mas eu tb não lembrava desse final da novela :)
E também gosto do Bons Tempos Voltaram. Agora me deu vontade de ver esse Banana Split.
Esse post está um saudosismo só! :)
Beijos!


Anônimo disse...

Pra mim, 'Banana Split' passa de um simples passatempo, à uma reflexão do futuro. Em pensar que nos próximos anos, o que vemos, consumimos, ouvimos e vivemos, será lembrado em alguma seção nostálgica. Talvez essa 'nostalgia' nos traga uma consciência não só humanizada (para mudarmos o nosso país, cheio de corrupções), mas também faça com que a gente 'curta' mais a vida, porque cada segundo que passa é um milagre que não se repete.

 
 
Matheus Trunk disse...

Bem, não vi ESTÚPIDO CUPIDO na TV, o que parece óbvio. Mas defendo os Bons Tempos, é a melhor coisa que o Ivan Cardoso fez em cinema. É uma das últimas participações do genial Carlos Imperial. Tem Tião Macalé também. O segundo episódio é muito engraçado, o personagem feito pelo Dionísio Azevedo é genial. Nossa Andréia eu gostaria muito de achar esse livro do Imperial num sebo, nunca achei infelizmente. Deve ser como o livro do David Cardoso (o novo) "Autobiografia do Rei da Pornochanchada" já viu ???
Curiosidade: quem diria, o Marcos Frota, estudou com o meu pai há muitos anos atrás acho que somente no colégio, ginasial, sei lá. Mas meu pai sempre fala bem mal dele, ele era meio metido a besta.

Matheus Trunk disse...

A minha geração é das CPIs, PCC, essas coisas. Também não acho grande coisa pra relembrar, mas fazer o que né ?

 
Andréa Ormond disse...

Marcelo, não vi mesmo rs Mas lembro dos meus primos mais velhos ficarem meio enciumados com a trilha internacional em lp (lp!). "Os Bons Tempos Voltaram" é outro bem anos 80. Em 85 já tinha 9 anos, pedi para ver "Os Bons Tempos" no cinema e não me deixaram rs

Sergio, o Marcelo fez a nossa alegria relembrando o último capítulo de uma novela que, aliás, poderia ser reprisada. Até hoje não saiu o canal de novelas na tv a cabo, prometido há anos. Quem sabe um dia? Beijos!

Anônimo, como havia falado, acho que os filmes são lançados com um propósito e alcançam outro, mesmo porque os públicos vão se modificando com o tempo. Tomara que ao menos a nostalgia sirva de referencial :)

Matheus, comprei o "Memórias de um cafajeste" numa feira de livros na universidade. De lá pra cá, nunca mais vi. Se achar outro, te dou um toque. Olha, não se parece com a Autobiografia do David Cardoso. O do David tem a pretensão de ser completo, com dados, datas, fotos. O do Imperial fica entre a ficção e a realidade, um livro curto, incomparável. Ou seja, o mercado editorial está devendo uma bio mais detalhada do Impera.


Graciele disse...

Andrea, seu texto é uma delicadeza só. Adorável. Nem acho Banana Split um filme interessante, mas ele traz á tona esse estranho fenômeno que vc colocou: o nosso saudosismo meio atrasado. Os anos 50 foram cultuados lé pela metade dos anos 80!!! Gostei muito do adjetivo que vc colocou referente a essa década (80): exótico (na verdade foi exotismo, mas vc entende, né?). Eu nunca tinha pensado nisso! Beijão!
*seu blog já está nos meus favoritos".

 (http://estranhoencontro.blogspot.com/2006/06/banana-split.html)

 

 

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"Terça-feira, 4 de agosto de 2009

BANANA SPLIT

 

Bananasplit

Brasil (1988)

Direção: Paulo Sérgio de Almeida

Elenco: Otávio Augusto, Roberto Bomtempo, Tassia Camargo, Myrian Rios , Marcos Frota e André Felipe di Mauro

Se tem um assunto que parece inesgotável para os cineastas brasileiros é a Revolução de 1964 (a turma de vermelho prefere a palavra “golpe”)

Assim, livros, teses, artigos, quadrinhos, músicas, peças teatrais e é claro filmes foram produzidos numa velocidade e quantidade impressionante a fim de manter uma espécie de memória viva, uma resistência que nunca deixa a ferida da história cicatrizar.

Após a chegada dos militares ao poder e a conseqüente anistia geral ,tivemos eleição direta para presidente. O povo escolheu Fernando Collor e o Lula teve que se conformar com uma espécie de vice-campeonato. Me recordo do jogo sujo e das patifarias que marcaram aquela campanha presidencial. De um lado tínhamos o “publicitário” Fernando Collor caçador de marajás, todo dia no Jornal Nacional carregando umas pastinhas com “dossiês fajutos”. Do outro lado o velho Lula promovendo greves artificiais e sem necessidade. Valia tudo para uns minutinhos a mais no noticiário desde que isso revertesse em alguns votos.

Bem, todos conhecem a história,o Collor venceu e depois foi (corretamente) deposto. O que poucos esquecem ou maldosamente preferem não se recordar é que 90% dos atores da Globo ,do teatro e do cinema apoiaram em peso a campanha do senhor Luis Inácio. Quando o político alagoano chegou ao poder a primeira coisa que fez foi extinguir a Embrafilme. Quem em sã consciência deixaria um aparato daqueles, autêntica máquina de propaganda ideológica, financiada com verbas federais trabalhar contra seu próprio governo?

Neste cenário, em 1988, meses antes da eleição, foi finalizado “Banana Split”. O longa de Paulo Sérgio de Almeida (que havia anteriormente filmado “Beijo na Boca” sobre armações da classe média) apareceu como um corpo estranho na filmografia nacional do período.

Ambientado em Petrópolis,em novembro de 1963, o filme começa ( pagando o obrigatório tributo aos patrulheiros) com três jovens sentados num jardim ouvindo pelo rádio a notícia do assassinato de John Kennedy. Neste momento um Karmann Ghia.

conversível e um Simca Chamboard correm em alta velocidade por uma estrada. Começa a música “Banana Split” dos divinos João Penca e os Miquinhos Amestrados (a melhor coisa do rock nacional dos anos 1980 ao lado de Leo Jaime e Eduardo Dusek. Mas fica para outra hora...).banana split2

Dos carros desembarcam o Marcos Frota, o Bomtempo, a Myrian Rios e a Danielle Daumerie. Todos vinham de Copacabana para passar o Natal e o Carnaval em Petrópolis . O Marcos Frota é o líder da turma sempre com óculos escuros e uma jaquetinha cafajeste o Bomtempo faz a linha drogado quietão. Não demora eles encontram os três caipiras da praçinha e descobrem que vai rolar um baile de formatura que marca o encerramento do segundo grau. Comemoração dupla fim de ano e fim de curso.

Fica um clima meio triste e nostálgico pois a turma irá se desfazer.Mas o Marcos Frota (filho de um milionário homem de negócios – Walmor Chagas) não está preocupado com nada disso e só pensa em comer todas as meninas da festa.

Mira sua atenção na mais gatinha que era irmã de um dos caipiras (André Felipe). Este, sentindo-se desafiado com a “folga” do Frota, empurra o playboy e uma briga começa do lado de fora no salão de festas. Segue-se aqueles clichês na linha “Juventude Transviada” com canivete automático, meninas de saias rodadas e carros velozes. A Myrian Rios convence o Frota a deixar a briga para depois. Ao mesmo tempo ela se engraça com o André Felipe e marca um encontro com o valente. O Frota,como queria confusão recebe umas anfetaminas do Bomtempo e juntos roubam uma lambreta (uso da droga convertendo as pessoas em ladrões hehe...). Como eram os tais,invadem um cinema com as lambretas furtadas e provocam algazarra. Mostram que são mesmo do barulho. Na trilha mais João Penca...

O André Felipe diz para os amigos que não vai deixar barato e arma uma forma de roubar a namorada do Frota (a Myrian Rios). Consegue. Um baile pré-carnavalesco é realizado. Surge aqueles dilemas da juventude: a primeira transa, a escolha da profissão a saída da casa dos pais e o filme que se desenhava com comédia quase vira um dramalhão. No rádio o “Repórter Esso” anuncia o começo da reação militar com a ida do Jango para a China (foi lá fazer o quê ?) e o início de algumas prisões. O pai do André Felipe (que era comunista) foge para não ser preso,a Myrian Rios avisa que tem que voltar para Copacabana ,o Bomtempo se casa, o André decide prestar vestibular para cinema e seus amigos vão até a lanchonete comer uma banana-split.mirian rios

Um filme despretensioso e por isso mesmo necessário, que não levanta bandeiras para retratar o caos político e o cotidiano dos jovens da época.

Atenção: diversas cenas com a Myrian Rios,de biquíni na piscina. Isso compensa cada minuto gasto com a fita!!

***Bom

2 comentários:

Anônimo disse...

Esse filme é raríssimo. Pro seu post ganhar uma nota 10, só faltava o amigo botar um link para baixar esse filme =)

antonico disse...

Você pode baixar este filme neste site aqui embaixo. Só precisa fazer um rápido cadastro:

http://www.clan-sudamerica.net/invision/index.php?http://www.clan-sudamerica.net/invision/


(http://blogdoantonicodaigreja.blogspot.com/2009/08/banana-split.html)

 

 

 

 

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VERBETE 'Erline Harris', WIKIPÉDIA (em inglês)

 

"Erline Harris

 

Erline Harris (5 April 1914 - date of death uncertain), born Erlyn Eloise Johnson, was an American rhythm and blues singer in the 1940s and early 1950s. Her 1949 song "Rock and Roll Blues" was one of the first jump blues songs to use the phrase "rock and roll" in its secular context.

Life and career

Erlyn Johnson was born in Jamaica, Queens, New York, the eldest of five children and a second cousin of Louis Armstrong.[1] By 1930 she had left home, and at one point in the 1930s was engaged to singer Billy Eckstine. She made her first professional appearance as a singer in 1939 at the Club Plantation in St. Louis, Missouri, and later owned a restaurant and lived in Boston, Massachusetts. In 1942 she graduated from Louisiana State Normal College, Natchitoches, Louisiana, and by the late 1940s was married to New Orleans dancer Ike "Streamline" Harris. By 1948, both Erline and her husband appeared on variety bills in New Orleans and elsewhere, often with such musicians as Dave Bartholomew and Paul Gayten. Her name was spelled in various ways in publicity material, usually as Erline but occasionally as "Earline" or "Elaine".[1]

She won her first recording contract, with DeLuxe Records, in February 1949, and recorded several singles for the record label. The first, "Rock and Roll Blues", was one of the first jump blues songs to use that phrase in its secular context, with the lyrics "I'll turn out the lights, we'll rock and roll all night"[2] The song was already her signature tune;[1] the label credited her as Erline "Rock and Roll" Harris, and she was also credited as the writer of the song. The song is thought to have been recorded at Cosimo Matassa's studio in New Orleans, and became a regional hit.[1] Her next record, "Jump and Shout", was another strong contender as one of the first rock and roll records, featuring a strong walking bass line, and honking saxophone by Plas Johnson of the Johnson Brothers from New Orleans. Johnson later went on to become one of the country's leading session musicians. In all, Harris recorded 12 tracks in all for DeLuxe, but they do not appear to have had much commercial success.[3]

In 1950, she performed with saxophonist Epp James' band in Chicago clubs. She recorded again in 1951 for Chess Records, on "Pushin' My Heart Around" with John Peek's Orchestra.[4] She does not appear to have recorded after 1951, but continued to perform until 1953.[1] Her later life is unrecorded.

References

  1. ^ a b c d e John Broven with Dale Comminey, "Erline Harris: Rock & Roll Blues Lady; Part 1", Juke Blues no.69, Spring 2010, pp.16-23
  2. ^ Erline Harris
  3. ^ otherfems
  4. ^ The Chess Label Part I (1950-1952)