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[Maria do Rosário Pedreira]

Daqui por uns dias comemora-se o Dia Mundial da Felicidade – e é por isso uma boa altura para ler o novo ensaio de Miguel Real, escrito no seguimento de Nova Teoria do Mal, que foi publicado no ano passado e acendeu a polémica. Nova Teoria da Felicidade não é menos controverso, tendo em conta que aponta mais uma vez o dedo a uma classe política enriquecida à custa de benesses e subsídios, que manda os jovens emigrarem e acentua diariamente as desigualdades sociais, chamando «piegas» aos Portugueses. Miguel Real, num estudo filosófico sobre a felicidade – isso que todos buscamos incansavelmente –, reflecte sobre o poder, o desejo, a necessidade e o prazer em cerca de centena e meia de páginas e acusa uma classe dirigente de chicos-espertos, oportunistas e carreiristas de impedir a realização pessoal dos outros e, consequentemente, a possibilidade de esses serem felizes. Revisitando os filósofos antigos e as suas teorias, esta é também uma obra sobre o presente e, por isso, ainda mais imperdível e oportuna.