Imagem: Meu Timão
Imagem: Meu Timão

[Chagas Botelho]

Não assisti ao jogo de hoje no meio do povo. Dispensei o seio agitador da massa corintiana. Pudera. O fracasso na Libertadores estava na cara que seria iminente. Era só questão de algumas rodadas. E ele, o doloroso e traumático fracasso veio firme, cruel e a galope. Guilhotinou em pedaços a nossa já combalida esperança.

A regra é simples, meus caros. É a lei futebolística que reina. O Corinthians necessitava ganhar a partida contra o Independiente Del Valle e não venceu. Convenhamos, e nem podia. Chegou até onde chegou após sucessivos atropelos. Não tinha como prosseguir. Faltou-lhe futebol. A limitação e a mediocridade do time gritaram mais alto. O último suspiro foi dado agorinha a pouco no Equador.

O calendário esportivo, infelizmente, não permite mudanças radicais no elenco. Não há tempo hábil para isso. Agora, é encarar as outras competições do jeito que der. A torcida terá que torcer para aquela que estamos à beira da segunda divisão não se concretize. Caso ocorra o rebaixamento será o tiro mortal. É olhar pela última vez o rosto do morto e deixar que tampem o caixão.

Aí sim, na próxima temporada, a diretoria, em caráter de urgência, precisará ter uma atitude higiênica. Limpar tudo que não é mais frutífero. Realizar uma limpeza gigantesca entre titulares e reservas. Com exceção do goleiro Cássio, é claro. Este, coitado, já se tornou uma entidade metafísica para o clube. Daí ser intocável. Nele ninguém tasca.

Ops, volto atrás da limpeza sugerida. Concordo que dois ou três ainda merecem vestir o manto sagrado — a segunda pele. O resto façam o que bem entenderem.

Enfim, com uma laranja presa na garganta, não tenho mais nada para acrescentar. A não ser amargar o revés. Cinicamente perdemos o jogo. O Corinthians hoje não fez jus ao seu maior patrimônio, o povão. Está eliminado da Copa Libertadores de 2023. Acabou-se o que de fato nunca foi doce. Não me venham com essa de altitude, isso não cola mais. Voltem para casa e vamos ver se ainda é possível levantar a cabeça.