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Chega ao Brasil a edição de luxo da famosa saga japonesa:

 

 As guerreiras mágicas atacam novamente

Miguel Carqueija

 

         A editora JBC disponimilizou nas bancas brasileiras a edição de luxo de “Guerreiras Mágicas de Rayearth” (Magic Knight oh Rayearth), da CLAMP (Satsuki Igarashi, Nanase Ohkawa, Tsubaki Nekoi e Mokona Apapa), mangá publicado originalmente no Japão por Kodansha (1994). A primeira edição brasileira teve doze volumes, mas cada um deles era metade do mangá original. A presente edição traz o tamanho verdadeiro.

         O primeiro volume desta emocionante saga — provavelmente a melhor obra das CLAMPS — já está repleto de conteúdo, de mil implicações e nuances na interação das três adolescentes heroínas terrestres — Hikaru, Fuu e Umi — com os seres de um mundo em tudo diferente e bizarro, e em grande parte hostil.

         Cada uma delas é fascinante. Hikaru, Fuu e Umi têm, todas, 14 anos no dia em que, arrebatadas magicamente da Torre de Tóquio, vão parar no mundo de Cephiro (ou Cefiro, ou Zefir). Hikaru (luz) é baixa, infantil, amante dos animais, corajosa e determinada, extraordinariamente sincera e espontânea. Fuu (vento) usa óculos, tem ares de professora, é escrupulosa, meticulosa, detalhista e observadora, tímida e sentimental. Umi (mar), escultural e de cabelos compridos e escorridos, alta e elegante, é mais explosiva, lógica e taxativa, useira e vezeira em fazer observações de questionamento tipo: “Alguém, por obséquio, me explique a utilidade dessa criatura!” (referindo-se a Mokona, o bichinho mágico semelhante a um coelho, que Clef deixou com Presea para guiar as garotas na jornada mágica).

         O ponto alto do primeiro volume é o confronto de Hikaru com a feiticeira Alcion, quando a menina utiliza pela primeira vez os poderes recém-adquiridos. Hikaru, mais cedo que as outras, absorveu a missão pela qual foram convocadas: chamadas pelo poder da Princesa Emeraud, que foi aprisionada numa bolha mágica pelo mago Zágato. A estabilidade do planeta depende das orações de Emeraud, conforme Clef explica às meninas. E antiga profecia falava nas guerreiras mágicas que viriam de outro mundo para salvar Cephiro.

         “Vai começar a batalha lendária”, pensa a ferreira Presea, que fornece as armas às garotas. A partir deste ponto, Zágato estará lutando contra a profecia. E de início faz pouco nas garotas que, para ele, “não passam de crianças”.

         O simbolismo está presente nos nomes das meninas. Rayearth, um dos três gênios, deverá ser despertado por Hikaru — e Rayearth quer dizer a Luz da Terra. Hikaru, com sua extrema bondade e seu carisma (fazendo inclusive lembrar Sailor Moon), é a luz que vem da Terra para iluminar Cephiro, é uma figura messiânica.