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Rogel Samuel: Massacre também em Manaus




Quase no mesmo dia dos crimes de Realengo – um dia antes – ocorreu um massacre – menor, mas igualmente terrível - em São José, subúrbio de Manaus: um jovem músico matou a mãe, o irmão menor e tentou matar o
pai, que foi gravemente esfaqueado e atacado com um pé-de-cabra.
As informações são desencontradas nos diversos jornais. A grande imprensa do Sudeste não reportou nada, como sempre.
Mas do que se pode concluir é que o irmão mais
novo, de 13 anos, descobriu que o irmão mais velho, de 19 anos, era gay e contou para a mãe e partir de então a situação ficou tensa na família, que não aceitou a homossexualidade do filho.
O primo do acusado, F. S. N., disse que Alciney era uma pessoa calma. “A ficha ainda não caiu. Ainda nem acredito que minha tia e meu primo tenham sido mortos pelo Ney”, relatou, informando que o primo tocava em várias casas noturnas.
O pai, Alcidenor, também ferido a golpes de faca e com um golpe na cabeça causado por um pé de cabra, revelou que ao chegar em casa à noite encontrou o filho na
sala ouvindo música com um som muito alto.

“Perguntei se ele queria falar comigo e ele sorriu”, relatou o pai ao delegado, afirmando que assim que virou de costas foi agredido pelo filho com um pé de cabra.
De acordo com o delegado, pai e filho travaram uma luta corporal e depois que o pai conseguiu desarmá-lo o jovem disse: “agora pode me matar que já matei a todos”. O pai, mesmo ferido a golpes de faca nas costas, encontrou o corpo da esposa caído no
quarto e de seu filho também sem vida escondido em baixo da cama.

O delegado M. B. disse que como o autor do crime se apresentou na Delegacia de Homicídio, depois do duplo assassinato, terá de pedir a prisão preventiva para mantê-lo preso.

A mãe, Maria Rita Pereira Gomes, 41 anos, morreu com 6 facadas, sendo 5 nas costas e uma na cabeça. Alan Luiz Gomes da Silveira, 13 anos, levou três golpes nas costas, e o pai, Sidonor Pereira da Silveira, 35 anos, foi atingido por três estocadas nas costas e um golpe na cabeça. Levado para o Hospital, foi atendido e teve alta na mesma noite.

Foi o pai quem, mesmo ferido, pediu ajuda ao vizinho, que estava passando na rua. O vizinho conhecia a família há mais de 10 anos e nunca tinha visto nenhuma briga entre eles. “Ele era um menino calmo, gente boa. Conhecia ele desde pequeno”, disse o vizinho sobre o agressor.

De acordo com o motorista Pedro Silva, também vizinho das vítimas, o acusado era tranqüilo, trabalhava junto com o pai e mãe na loja de Materiais de Construção, situada na mesma rua do crime e também cantava numa banda, cujo nome não foi divulgado.

Alguns dos vizinhos se mostraram espantados com o caso e chamaram a atenção para o fato de que a família parecia ser bastante unida.

Estranho e terrível caso esse, e leva a muitas reflexões.