(Miguel Carqueija)

Um pouco sobre uma das mais encantadoras artistas do tempo presente.

 

RITA PAVONE NO CINEMA


     Mesmo sem ter aparecido em tantos filmes como Elvis Presley, Rita Pavone ocupa um nicho importante no cinema, bem superior à maioria dos artistas da canção.
     Como atriz, creio que estreou num filme francês de 1963, “Clementine Chérie”, onde tem uma pequena participação não creditada. Não pude assistir este filme; creio que a gravação homônima, que aparece num dos primeiros discos da estrela, faz parte da trilha sonora.
     Em 1964 Rita interpreta uma mini-série na tv italiana, “Il giornalino di Gian Burrasca”, da obra clássica de Vamba. Com direção da célebre Lina Wertmuller, o seriado consta de oito episódios, cada qual uma pequena longa-metragem com uma hora ou pouco mais de duração. Então com 18 anos, magra e miúda (1,50m), Rita Pavone interpreta magistralmente o garoto Gian Burrasca em suas aventuras/desventuras familiares e estudantis. Hoje a série é “cult”, tendo sido reprisada várias vezes pela RAI, e recentemente saiu em DVD na Itália.
     Em 1965 ela aparece em “Rita, la figlia americana”, comédia co-estrelada pelo famoso Totó. Em 1966 surge “Rita, la zanzara”, comédia estudantil dirigida por Lina Wertmuller, que também dirige a continuação, “Non stuzicatte la zanzara”, de 1967. Também em 1967 Pavone estrela “Little Rita nel West” e “La feldmarescialla”, fitas co-estreladas por Terence Hill. Em “Rita no Oeste” – faroeste cômico divulgado nos cinemas brasileiros e também em VHS e DVD – também comparece o cantor Lucio Dalla.
     Em 1976 é lançada a comédia “Due sul pianerotollo”, precedida de uma peça teatral homônima de grande sucesso. No cinema como no teatro, Rita Pavone trabalhou com o veterano comediante Macario.
     Depois disso ela praticamente trocou o cinema pelo teatro (de resto, sempre foi preferencialmente artista do disco e do show). Mesmo assim, em 2001 Pavone estrela “Gian Burrasca”, OVA do seriado, exibido na tv italiana, desta vez interpretando não o personagem-título, mas a diretora do colégio.
     Há muitas outras participações de Rita no cinema; em sua maioria porém são inclusões de suas gravações nas trilhas sonoras. Por exemplo, “Che m’importa il mondo”, na trilha de “La noia”, produção de Carlo Ponti de 1964, estrelada pela lendária Bette Davis. Em 1968 a voz inconfundível de Rita abrilhanta a animação longa “Putiferio va alla guerra” com duas canções infantis. Além de várias produções italianas, a voz de Rita está presente também em fitas do Brasil e Argentina, por exemplo. A supracitada e lindíssima canção “Che m’importa il mondo” foi também incluída na abertura da comédia brasileira “O casamento de Romeu e Julieta”, de 2005. E a belíssima “Bianco Natale” (versão italiana de “White Christmas”) está na coluna sonora de “Compromisso de cadeia”, episódio do seriado “Plantão de polícia”, exibido pela Rede Globo nos anos 80.
     Sei também que Rita é vista numa edição do “Canal 100”, documentário jornalístico de Carlos Niemeyer que na década de 60 servia de complemento aos filmes principais exibidos no Brasil. Em 1967 ela tem uma participação especial no filme italiano “La piu bella copia del mondo”.
     Muitas outras coisas podem ser encontradas. A propósito, no youtube podem ser vistos clips de Rita Pavone, às dezenas, inclusive de anos recentes.
     Ela é sem dúvida uma pessoa abençoada.