RITA PAVONE NO BRASIL

 

Miguel Carqueija

 

     Chamada "a elétrica", "o vulcão italiano", a "Baronesa do Rock" e outros apelidos carinhosos, ela é também aquela que espalhou pelo mundo o amor, a boa vontade e as boas maneiras, dando um grande exemplo aos meios artísticos.

     No Brasil ela esteve seis vezes. A primeira, com 18 anos, foi em maio de 1964, quase por acaso, ao descer no aeroporto do Galeão, no Rio de Janeiro, aproveitando uma escala do avião que a levava à Argentina. Mas foi reconhecida e saiu na primeira página de "O Globo".

     No mês seguinte retornou para sua primeira e sensacional temporada no Brasil, fez na TV Rio um inesquecível show apresentado por Murilo Néry. Naquele ano, ninguém vendeu mais discos no Brasil do que ela (Scrivi!, Cuore, Bianco Natale e muitos outros sucessos).

     Em 1965, nova temporada. Na tv, foi apresentada por João Roberto Kelly. Lança entre nós "Lui", extraordinário rock italiano.

     Em 1968, recém-casada com seu descobridor e empresário Teddy Reno (também cantor), vem ao Brasil em lua-de-mel.

     Em 1970 retorna em temporada artística, apresentando-se no Canecão (Rio) ao lado de Elis Regina e aparece em especial da Rede Globo, apresentado por Agildo Ribeiro e Big Boy.

     Depois disso uma longa ausência, retornando em 1987 com grande sucesso, lançando três álbuns e cantando em vários programas de televisão, como o da Hebe Camargo (que estava eufórica).

     Dessa vez ela se apresentou no Rio de Janeiro, São Paulo e Belo Horizonte. Na noite de 5 para 6 de dezembro - uma das ocasiões mais felizes da minha vida - fui vê-la no Canecão, falei com ela, tenho uma foto ao seu lado.

     Ela se foi - e nunca mais voltou. Mas nós, que a amamos, ainda temos esperança em que ela retorne algum dia. Afinal, artistas bem mais antigos - como Charles Aznavour e Chuck Berry - têm vindo ao Brasil recentemente.