(Miguel Carqueija)

 

Desde que surgiu o terror urbano, castelos assombrados já não são necessários...

 

RED GARDEN: A LUTA DAS MORTAS-VIVAS



    A Editora New Pop colocou nas bancas o primeiro volume do mangá “Red garden” (“O jardim vermelho”), de Kirihito Ayamura, uma mini-série em quatro edições. Trata-se de um terror urbano e contemporâneo, com a ação se desenrolando na ilha de Manhattan, em New York.
    A trama promete. Vemos aí quatro garotas — Kate, Rose, Raquel e Cléa, preocupadas com o desaparecimento de uma quinta, Lise. De passagem cumpre observar que, diferente do que costumamos ver nos mangás e animes “shoujo”, esse grupo de meninas não é tão unido assim. Como quer que seja, uma noite elas são perseguidas por estranhos seres que parecem homens, inclusive vestidos normalmente, mas que correm de quatro e possuem línguas e dentes de feras. Cercadas num estacionamento deserto, elas são mordidas. A cena, porém, muda abruptamente, e ficamos em duvida se tudo não seria um pesadelo.
       Todas elas se sentem algo estranhas. Raquel, por exemplo, quebrou uma unha sem saber como. Então, as quatro são atraídas por nuvens de borboletas até uma ponte, onde um misterioso casal lhes faz uma terrível revelação: “Vocês se lembram do que aconteceu ontem à noite?”, pergunta a mulher. E, diante da perplexidade das raparigas, ela explica: “Vou contar pra vocês. Ontem à noite vocês morreram.”
     Logo em seguida elas têm de lutar com outro monstro e o eliminam. Parece que não será mais tão fácil matá-las, pois já estão mortas. E também parece que elas terão de enfrentar forças monstruosas que estão à solta no mundo.
    Diferente de outras editoras, a New Pop — pelo que merece elogios — coloca informações na contracapa. E lá podemos ler: “E o cotidiano se revela extraordinário: destinos que se interligam e começa uma luta bizarra até os limites da razão”.
    O traço de Ayamura é muito definido, sem aquelas confusões que vemos em muitos mangás, mas parece ocidentalizado. A trama é densa, marcada pela misteriosa presença de borboletas vermelhas.
    Aguardemos o que vem por aí.