Escrivaninha onde Raquel de Queiroz por hábito escrevia na "Não me deixes".
Escrivaninha onde Raquel de Queiroz por hábito escrevia na "Não me deixes".

“Não me deixes”. Esse é o nome da fazenda que pertenceu à escritora Raquel de Queiroz, no distrito Daniel de Queiroz, em Quixadá, no Ceará. A presença de Raquel no imóvel, que fica a 30 quilômetros da sede do munícípio, era comum.

Em pesquisa pelos oceanos da Web, encontra-se vasto material sobre a história do lugar e relação da escritora com ele: “Em 1870, o tio-avô de Rachel de Queiroz, o fazendeiro Arcelino de Queiroz, deu de herança a terra para um primo da escritora que preferiu vendê-la para se aventurar na extração da borracha, no Amazonas. Quando o tio soube, conseguiu recuperar a fazenda e devolveu para o herdeiro que voltou pobre e doente. Mas o fez prometer que não sairia mais do local e o batizaria de "Não Me Deixes". Quando o proprietário da fazenda morreu não tinha filhos e a terra voltou para as mãos do avô de Rachel que a deu de herança ao pai da escritora, Daniel de Queiroz Lima. Por iniciativa desta, parte da fazenda foi transformada em Reserva Particular do Patrimônio Natural.

Rachel e o marido Oyama construíram a casa em 1955. Tijolos, portas e janelas, além dos móveis, foram feitos com materiais retirados da própria fazenda. O projeto da casa foi da própria escritora, e era caracterizado por elementos rústicos: cantareiras com potes de barro, o fogão era de lenha e mobília artesanal, desenhada pela proprietária. Ela recorda até que fez uma maquete da construção, com varas de mata-pasto, para mostrar como deveria ficar o telhado alto. A escritora passava meses a fio na fazenda, independentemente de ano seco ou chuvoso”

Em 7 de agosto de 2019, o Diário do Nordeste fez reportagem sobre “Não me deixes” como importante roteiro turístico do Ceará. A reportagem de Diego Barbosa registra: “A Fazenda Não Me Deixes, enquanto recanto preferido da escritora - falecida em 2003 e, embora natural de Fortaleza, com forte apego a Quixadá, município em que construiu a morada em questão - abriga memórias vivas da primeira mulher a adentrar a Academia Brasileira de Letras. Cada cômodo da casa sinaliza o aconchego que a autora transmitia, a paz de estar bem”. Clique aqui para ler na íntegra.

Entre os registros possíveis de associar a escritora a espaço físico da fazenda, está uma obra especial para a autora. Raquel de Queiroz chegou a publicar livro com o título “Não me Deixes - suas histórias e sua cozinha”. Nele a escritora associa memória e gastronomia e aponta sua vivencia pessoal com o lugar. Leia resenha.