Ramon e Juliana, de Adrião Neto

[Roberto Carvalho]

 

O livro Romeu e Juliana (215 pg., Gráfica Pinheiro, Teresina-PI - 2012), do escritor Adrião Neto confirma o que diz o próprio autor – “Ramon e Juliana é escritura ou algo similar, de cunho turístico, histórico e sentimental, com ingredientes de aventura, novela e romance”. Em síntese - prosa diversa (autobiográfica) que o autor oferece aos leitores e amantes de paixões, encontros e desencontros que a vida oferece. 

O autor colou recortes de uma paixão entre dois personagens que viveram momentos de entrega, conflitos em destinos turísticos. O narrador filtra em si, a angústia escapista ao assumir o próprio sentimento que enreda a justaposição dos personagens. Para tanto narra a história de pontos turísticos – justificando o plano escape da realidade. Essa escritura – aventura amorosa, turística e historiográfica, conduz o nível do discurso em leve atmosfera. Neste particular narrativo, Adrião Neto acerta no gosto do leitor – sem o risco de incorrer na velha romancística habitual renascentista que continua a despertar fascínios estilísticos.   

Sem entrar no mérito do estilo – que, aí, é outra história – o autor de Ramon e Juliana “mandou bem”, se assim querem os que não temem o uso da língua. A fragmentação da narrativa é conectada por pensamentos de Ramon que sofre aguda paixão – não se vislumbra em Ramon e Juliana, desejos inalcançáveis, sentimentos de vingança nem universo lúgubre, suicídio ou assassinato. Mesmo vendo esvair-se o relacionamento com Juliana, Ramon protegido pela válvula de escape sentimental – ficou indiferente à traumática separação. O livro Ramon e Juliana é um passeio turístico de sabor historiográfico cheio de aventuras – paixão que por caminhos outros, tanto prosperou nestas paginas de leituras.

Entre as apropriadas considerações do apresentador do livro – o romancista, contista e ensaísta Moura Lima, transcrevo a que assinala: “RAMON E JULIANA é um guia poderoso, que nos obriga a fazer uma viagem turística imaginária, por cenários deslumbrantes da história da civilização (...)”. Ao transitar nas páginas de Ramon e Juliana, a gente fica com vontade de juntar as malas rumo um dos destinos citados no livro – imagina os cenários, como a história se desenrolou ao longo dos tempos.  Com a escritura confessional de Ramon e Juliana, o escritor Adrião Neto acrescenta mais um degrau à sua bibliografia literária.