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SONETO DE REPENTE

 

Un soneto me manda hacer Violante,

que en mi vida me he visto en tanto aprieto;

catorce versos dicen que es soneto:

burla burlando van los tres delante.

 

Yo pensé que no hallara consonante

y estoy a la mitad de otro cuarteto,

mas si me veo en el primer terceto,

no hay cosa en los cuartetos que me espante.

 

Por el primer terceto voy entrando,

y parece que entré con pie derecho,

pues fin con este verso le voy dando.

 

Ya estoy en el segundo, y aun sospecho

que voy los trece versos acabando;

contad si son catorce, y está hecho.

 

 

(Lope de Vega)

 

 

 

Ao Conde de Ericeira, pedindo louvores ao poeta não lhe achando ele préstimo algum.

 

Um soneto começo em vosso gabo;
Contemos esta regra por primeira,
Já lá vão duas, e esta é a terceira,
Já este quartetinho está no cabo.

Na quinta torce agora a porca o rabo:
A sexta vá também desta maneira,
na sétima entro já com grã canseira,
E saio dos quartetos muito brabo.

Agora nos tercetos que direi?
Direi, que vós, Senhor, a mim me honrais,
Gabando-vos a vós, e eu fico um Rei.

Nesta vida um soneto já ditei,
Se desta agora escapo, nunca mais;
Louvado seja Deus, que o acabei.

 

 

(Gregório de Matos e Guerra)

 

 

 

 

Tercinhos epigramáticos a vosso gabo, Rodrigo Mendes, que não sabia estar o Poeta com Gregório na garupa de Lope & do poema

 

Se digo Rodrigo

e aí, depois, trigo;

pobre rima, arrimo.

 

Se somente digo

um nome, Rodrigo,

firo a rima, rico!

 

Mas, se a penas sigo

brincando, Rodrigo;

acabei um poema!

 

 

(Luiz Filho de Oliveira)