Formado pelo Instituto Rio Branco em 1957, serviu como diplomata em Lisboa (1960-63), Caracas (1963-67), Washington (1969-70), Madrid (1974-76) e Roma (1977-79), antes de ser embaixador na Nigéria e no Benim (1979-83), em Portugal (1986-90), na Colômbia (1990-93) e no Paraguai (1993-95). Foi chefe do Departamento Cultural, Subsecretário-Geral e Inspetor-Geral do Ministério das Relações Exteriores. Doutor Honoris Causa pela Universidade Obafemi Awolowo, da Nigéria. Professor do Instituto Rio Branco. Presidente e Vice-Presidente da Banca Examinadora do Curso de Altos Estudos.

Como poeta escreveu os seguintes livros: O parque e outros poemas (1953), O tecelão (1962), Alberto da Costa e Silva carda, fia, dobra e tece (1962), Livro de linhagem (1966), As linhas da mão (1978 - Prêmio Luísa Cláudio de Souza, do Pen Club do Brasil), A roupa no estendal, o muro, os pombos (1981), Consoada (1993) e Ao lado de Vera (1997 - Prêmio Jabuti, da Câmara Brasileira do Livro). ´Poemas reunidos´, coletânea com escritos feitos desde a juventude.

Como historiador e africanólogo publicou: A enxada e a lança: a África antes dos Portugueses (1992-1996) e As relações entre o Brasil e a África Negra, de 1822 à 1° Guerra Mundial (1996).

Como ensaísta publicou: O vício da África e outros vícios (1989), Guimarães Rosa, poeta (1992), e Mestre Dezinho de Valença do Piauí (1999). Como romancista publicou: Espelho do Príncipe (1994).

Organizou várias antologias: Lendas do índio brasileiro (1957, 1969, 1980 e 1992), A nova poesia brasileira (Lisboa, 1960), Poesia concreta (Lisboa, 1962) Da Costa e Silva (1997), Poemas de amor de Luís Vaz de Camões (1998) e com Alexei Bueno, organizou: Antologia da poesia portuguesa contemporânea (1999). Dirigiu e foi o principal redator da Enciclopédia Internacional Focus (Lisboa, 1963-68).

Para gáudio nosso, ele, que ora preside a mais importante instituição cultural do Brasil, a Academia Brasileira de Letras, e tem por missão cuidar da nossa portuguesa língua, iniciou seus estudos no Colégio Farias Brito, de Fortaleza, onde fez o primário e ginasial entre 1937 e 1943.

Em síntese, ouso dizer que Alberto da Costa e Silva é um escritor universal que ancorou sua memória na infância, nas pradarias secas de Sobral e nos mangueirais de Mecejana, onde muitas vezes se banhou na lagoa em que José de Alencar, o pai do romance brasileiro e patrono da ABL, desvirginou em pensamentos Iracema.

O último livro de Alberto da Costa e Silva é Um rio chamado Atlântico, pela Editora Nova Fronteira com 288 páginas. Nesses ensaios, o historiador Alberto da Costa e Silva revela peculiaridades e fatos históricos de uma África que ainda não conhecemos. Na sua visão o oceano Atlântico foi, durante os séculos da escravatura e nos primeiros anos que se seguiram à abolição, um rio largo e comprido que tinha como margens o Brasil e a África ocidental. O autor sustenta que a cultura africana é um dos alicerces da cultura brasileira e o modo de vida do outro lado do Atlântico também foi influenciado pelo Brasil.

Ruy Câmara, publicado no Diário do Nordeste e no Jornal de Poesia.