Nós, humanos, temos atos já automatizados, como andar, dirigir automóvel ou vestir uma roupa já escolhida. Além disso, temos desafios novos, - pequenos, médios ou grandes -, a superar em nossas vidas, e mesmo no nosso dia a dia. Eles, os obstáculos, são de duas categorias. Cada uma representa um tipo diferente de esforço mental.
A primeira categoria é a dos problemas a resolver com base na experiência ou no conhecimento já existente, ou que podemos de algum modo obter. A outra é a das questões para as quais não há saberes e técnicas prévias que bastem para alcançar-se a solução.     
 O autor Edward de Bono chama a primeira categoria de “table top logics”. Os elementos do problema são como que postos sobre o tampo de uma bancada. Em seguida, observa-se o conjunto em busca de uma saída racional. Equaciona-se. É como lidar com um quebra-cabeça. 
A segunda modalidade é a da invenção ou da inovação, Edward de Bono descreve-a como uma busca fora das possibilidades cartesianas, e a chama de “logics of perceptions”, a lógica das percepções. Nela, não há uma só forma de resolver, mas inúmeras, uma vez que não se tem uma questão ou um problema propriamente dito. A inovação depende de imaginação, ou seja, de perceberem-se relações, implicações, conceitos e coisas que ainda não existentes como conhecimento.    
 Na lógica da bancada, a do quebra-cabeça, uma vez que se use devidamente o que já se conhece, a incógnita será descoberta. Na lógica das percepções, temos de nos valer de insights, da intuição. Só vamos saber de tudo que for preciso para a realização quando tivermos alcançado o sucesso criativo.