Membros da APL, o autor dr. Magno Pires e o deputado estadual Henrique Pires
Membros da APL, o autor dr. Magno Pires e o deputado estadual Henrique Pires

Manoel Lages Monteiro – professor

Senhores e senhoras,

O filósofo Richard Weaver é taxativo em afirmar que “as catástrofes de nossa época não são simples efeitos de necessidades, mas de decisões pouco sábias”. A cura para o ambiente de caos, segundo ele, “encontra-se no uso correto da razão, na renovada aceitação de uma realidade absoluta e no reconhecimento de que as ideias – como as ações – têm consequências”.

O livro que ora se lança nesta casa de pensadores, além de despertar mentalidades para a urgência da operacionalização da moderna legislação sobre o destino dos resíduos sólidos e do acesso à água, é o atestado do que o idealismo pragmático pode edificar na sociedade. Do idealismo de Dr. Magno Pires Alves Filho, nasce esse conjunto de artigos que vão muito além da discussão de um tema fundamental nas páginas da imprensa. De seu idealismo, nasce também a vontade contagiante de transformações; sua voz tem, por onde passa, muitas vezes, pela insistência de suas convicções, construído cenários favoráveis a que se configurem novas realidades. É um idealista para quem o pensar somente se completa na ação.

Quem o conhece sabe que sua vocação genuína, lado a lado com a inquietação pela palavra escrita, é liderar. Rememoro que conheci esse lado ímpar, o de sua desenvoltura como agente público e lider, em 2009, na prefeitura municipal de Timon-MA, então secretário da administração no município. Naquele espaço do agir, o senhor de passos largos e apressados, pisada firme, estava sempre cercado de pessoas da comunidade solicitando a resolução de alguma demanda coletiva ou privada, porque sabiam que, levando a ele problemas que, às vezes, pareciam sem solução, encontrariam respostas plausíveis.

Elas enxergavam em Dr. Magno Pires, muito adiante das questões de sua pasta, saídas para questões de todos os setores da atividade pública; fosse saúde, fosse educação, fosse infraestrutura, fosse assistência social. Era um gestor com experiência administrativa vasta e tomava decisões certeiras que em nada conflitavam com  as funções delegadas a cada um na máquina pública. Isso, porque as questões da vida comunitária eram o que, de verdade, importavam. Assim ganhava a admiração de todos, principalmente pela disciplina em organizar o serviço púbico, imprimindo a ele dinamismo e motivando equipes.

Ali, logo vi sistematizar e pôr em prática um valoroso curso de gestão, que impactou positivamente não apenas as atividades rotineiras do Executivo, mas também a própria comunidade. Instalou ali, com pioneirismo, um arquivo de todas as informações da gestão municipal; facilitando processos e criando mais condições para a transparência dos atos públicos. Uma de suas preocupações primeiras era criar as condições para a valorização do servidor, imprimindo uma política de respeito e zelo pelo serviço público.

Este jovem de oitenta anos continua nas trincheiras de seu idealismo com o mesmo vigor, o mesmo entusiasmo e a mesma desenvoltura que marcam sua trajetória desde a Sudene. Nele, o gestor público se confunde com o empreendedor. O homem de artigos e crônicas que inquietam se mistura ao que não hesita em fazer das palavras ações, sempre. Por isso não desanima, por isso insiste e persiste em fazer valer, com todas as forças de suas energias, uma das demandas mais urgentes da sociedade contemporânea. O Piauí conhece e reconhece, Dr. Magno Pires, a sua luta de agora: a demonstração é o carinho e a receptividade de Piauí x Saneamento (água, esgoto, drenagem e lixo).

É um livro que coroa sua trajetória duplamente: como homem público no auge de sua maturidade e a do articulista hábil, o mais presente escrevendo sobre política nos últimos 40 anos na imprensa local.

Senhores e senhoras,

Este livro é uma obra fundamental. Surge num momento em que a vida moderna requer a ação conjunta de comportamentos individuais de responsabilidades social, somados a políticas de estado. Saneamento básico é prioridade inquestionável

A esse propósito, os últimos dias escancararam um dos grandes desafios da gestão pública no Piauí. Dados do IBGE, divulgados recentemente, reafirmaram uma realidade deplorável para a qual, porém, as políticas públicas em curso, sobretudo as da esfera de responsabilidade do instituto sob a diligente direção de dr. Magno Pires, já mobilizam forças para subverter essa realidade. Como uma de suas prioridades, conforme reitera o Governo do Estado, de maneira recorrente.

Ainda a esse propósito, a imprensa local noticiava ontem, 29.11:

PIAUÍ É O ESTADO COM MAIOR FALTA DE INFRAESTRUTURA DE DRENAGEM NO PAÍS. Complementa a matéria em seu subtítulo: “52% dos municípios do Estado não possuem infraestrutura adequada para o manejo das águas pluviais, colocando o Piauí no topo do ranking nacional”.

Vejam, pois, que é questão prioritária. Por isso, esta obra é preciosa e interessa a todos. Legisladores e prefeitos. Comunidade em geral. Tem ela uma natureza formativa e sua escritura, observando o modo de expressão de dr. Magno Pires, consegue de maneira espontânea cristalizar no leitor ações. É uma escrita, portanto, imperativa, a que não faltam verbos no presente narrativo e a refutação dos obstáculos para o fazer. A isso, alia-se em sua forma de escrever, a análise de conjuntura e contexto a qual leva a uma visão clara das necessidades prementes. Estamos, portanto, diante de um convite para a ação já, reforçado pelas palavras do professor da Universidade de Campinas Luiz Mário Queiroz Lima, uma das principais referências em saneamento básico, que se manifestando, sobre a relevância dessa publicação, disse:

          “(...) O livro traz muita informação desconhecida pela população e pelos políticos, que se observadas poderão mudar o cenário crítico do Estado. As orientações prestadas, bem como sua visão assertiva, poderão ajudar o Estado a se desenvolver”.

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Senhores e senhoras:

 

Faço aqui uma digressão ao ano de 1977. Ano significativo para as letras piauienses. Nascia ali, em livro, um incansável nome da crônica política piauiense. Nome que há mais de quatro décadas recheia a imprensa do Estado com um olhar inquieto e certeiro sobre as feridas da estrutura social. Principalmente, areja o debate dos grandes temas-base do desenvolvimento do Piauí. Naquele ano, Magno Pires Alves Filho publicava sua obra de estreia “O Piauí no Nordeste”, editada em Recife.

De lá até aqui, mantém-se em sua escrita uma identidade que engrandece sua forma de expressão. Tornou-se um notável casuístico dos interesses coletivos, na defesa de demandas do crescimento do Piauí. Em 1977, escrevia o jornalista e advogado Edmundo Morais que, no livro de estreia de Dr. Magno Pires, demonstrava o autor “a posição vantajosa do seu Estado como propício a investimentos no Nordeste e postulando um tratamento preferencial para aquela terra”.

Veja o leitor: isso foi dito e escrito há exatos 46 anos, o que revela coerência em seu pensar, referendando a lição de Montaigne, para quem a constância seria a marca dos coerentes. O que tem feito Dr. Magno Pires ao longo de sua trajetória como homem de letras e agente público se não defender um Piauí mais justo mais, mais igual e, sobretudo, de valorização e exploração de suas potencialidades?

Essa perceptível marca, reconhecida no passado por vozes como a de Edmundo Morais, e traço apreciado por leitores e admiradores, está na essência de um livro que coroa a trajetória de sucesso de Magno Pires ao escrever sobre as causas de sua gente e de sua terra. A coerência de seu pensar e agir figura, com destaque, na penúltima obra publicada por ele --  “Piauí: Oportunidades de Investimentos”. Ao percorrer as potencialidades econômicas, sociais, culturais e turísticas do Estado, reverbera o que já tanto escreveu sobre o que torna nosso Estado um recanto especial de riquezas.

Em “Piaui: Oportunidades e Investimentos”, tratou de destacar os municípios piauienses naquilo que eles apresentam de mais significativo. Por isso, trata-se aquela obra de um roteiro útil a um público abrangente: do investidor ao estudante; do turista ao leitor curioso por conhecer o lugar de origem. Tudo isso, em linguagem simples, sem academicismo ou excesso de referências intertextuais específicas ou herméticas. Um livro, pois, para ler e consultar repetidamente, esteja nas bibliotecas das escolas, esteja na estante da sala; onde estiver é certo que ali haverá também um leitor curioso em amar mais e mais o Estado de origem.

As mesmas matrizes de sua obra anterior, as mesmas na de agora, as mesmas, também, publicadas há mais de quarenta anos, em novos e inéditos desdobramentos de seu pensar, faz morada em “Saneamento Básico no Estado do Piauí (Água, Esgoto, Resíduos Sólidos Urbanos – RSU – (Lixos e Lixões) e Galerias Urbanas)”. Frise-se, não é demais repetir, igualmente à obra de estreia e à mais recente, constitui-se como roteiro para conhecimento do assunto que aborda, de modo similar em linguagem simples, que encontrará em todos os públicos o leitor ideal, porque, além do didatismo que é próprio de sua escritura, reserva um substancial número de informações sobre um assunto vital das sociedades modernas, o saneamento básico.

Nesta obra, o lugar de fala é tanto o do agente público que acumulou inquestionável experiência sobre os dilemas e soluções para o desenvolvimento regional quanto o de gestor do Instituto de Águas e Esgotos do Piauí. Nesse particular, esta obra evidencia todos os seus esforços para que o Estado consiga dar tratamento preferencial ao Saneamento, apagando da paisagem os lixões e incorporando à vida urbana uma nova mentalidade, com reflexos em todos os campos humanos que incidem sobre o bem-estar e a qualidade de vida.

Em 18 capítulos, Dr. Magno Pires Alves Filho elabora um rico painel do que é, do que é possível e do que será o saneamento básico no Piauí e no Brasil. Focaliza o autor as implicações da urgente necessidade de uma nova concepção sobre o destino do lixo nas cidades, com destaque no capítulo III para a gestão revolucionária do governador Rafael Fonteles, em sintonia com as novas legislações e de olho no futuro, com ações indispensáveis, pioneiras e pontuais no presente.

Alia-se ao personalismo da inteligência de Dr. Magno Pires, à luz das vivências empíricas da sociologia e de sua história de leituras e enfrentamentos que começaram nas lides da antiga Sudene, o detalhado retrato que traça da relação entre saneamento básico e desenvolvimento. Bastaria esse capítulo para tornar este livro obra de importância coletiva. Diga-se que esse compromisso de sua escrita, o de tornar o pensamento e ações bandeira de toda a sociedade, vigora em cada capítulo, em cada questão aqui debatida/sugerida com detalhes de quem tem paixão pela coisa pública. Basta ler para sentir.

As motivações de 1977 aparecem tão vivas no livro de agora, “Saneamento Básico no Estado do Piauí (Água, Esgoto, Resíduos Sólidos Urbanos – RSU – (Lixos e Lixões) e Galerias Urbanas)”, que igualmente atuais são as palavras escritas, àquela época, em prefácio. pelo médico e líder político José do Rêgo Lages:

“Em todo o contexto do livro, evidencia-se o estudioso e pesquisador abnegado (...), mostrando potencialidades aos investidores do Sul do País, em convite loquaz à aplicação de suas economias, dando a sua contribuição para terminar com as disparidades inter-regionais na aplicação de recursos oriundos de incentivos fiscais, e contribuindo para o fortalecimento da economia dos estados menos desenvolvidos, especificamente, especificamente os do Nordeste brasileiro”.

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