foto
foto

e eu bebo veneno pelos olhos

quando vejo a tua forma de partir

que ela se torna numa larva preta

a espuma do mar fervente em cada mão

o desiderato rumo dessa casa feita

a linha errada em cada palma, o não

estarmos à roda desfibrada estreita

limita o mar que nos fareja o cão.

distúrbio funcional, minha malignidade

espectro desse quarto quando um morto

vagueava entre vivos a nos aterrorizar

humores, forma aquosa, vítrea,

e cristalina capa de estampadas letras.

eras superfície, punção, a gata morta

no leva e traz das ondas da maré

marco divisório de teus passos.

(Bournemouth, UK, 19 de agosto de 2007)

POEMA DE R. SAMUEL