POBRE DE DIREITA

     Circula nas redes sociais um provável diálogo entre Karl Marx e sua esposa. Ela diz: “Marx, no futuro haverá pobres de direita.” “Não fale bobagem, Jenny” – ele replica.

     Ela tem razão. Hoje só existe a direita e a extrema-direita no mundo. As exceções são Cuba e Coreia do Norte, duas ditaduras cruéis. O capitalismo venceu ( a ele, até a China se entregou) e vai continuar vencendo, pois o passado da esquerda a condena. Líderes esquerdistas como Lênin, Trostsky, Stalin, Fidel Castro, Che Guevara, Mao tsé-Tung e outros foram responsáveis pela morte de milhões de pessoas, muitas por fuzilamento e outras por fome, já que várias ditaduras socialistas não foram capazes de alimentar seu povo. Como acreditar numa esquerda que não reprova com veemência esse passado tenebroso?

     Isso significa que o capitalismo e a direita são humanamente bonzinhos? Não! De jeito nenhum! São apenas um pouco menos ruins do que a extinta URSS e os países que formavam a cortina de ferro. Países capitalistas, como Brasil, Espanha, Chile, Argentina, Portugal e vários outros tiveram também suas ditaduras atrozes, torturaram e mataram milhares de pessoas com o apoio dos EUA. Até mesmo a democracia norte-americana não é lá essas coisas todas, não. Ela está organizada de tal maneira que só quem tem muito dinheiro é que chega ao poder. Se não tem, associa-se a quem o tem bastante. A democracia brasileira está seguindo o mesmo caminho. Ou seja, está se submetendo ao grande capital, à força das grandes corporações, ao poderio das multinacionais e dos grandes investidores. Há quem diga que é essa turma muito endinheirada quem manda no mundo hoje. Democracia para eles não passa de um mero detalhe. O presidente Lula é um exemplo de pessoa que veio lá de baixo, mas se associou aos ricos e chegou ao poder. Os bancos brasileiros nunca ganharam tanto dinheiro como em seus dois primeiros mandatos. Quando ele venceu a eleição de 2002, recebeu de presente de um amigo rico uma garrafa do famoso vinho Romanée-Conti, que na época custava 28 mil reais. Hoje vale 45 mil.

     Então, atualmente, gente da alta classe média e da elite fazer discurso de milionário e até apoiar os absurdos da extrema-direita, a qual ameaça as democracias, é, digamos, compreensível embora eu pessoalmente discorde dessa turma. Agora, o aposentado, o classe média baixa, o assalariado, ou seja, o famoso pobre de direita, fazer discurso de rico e apoiar a extrema-direita, pedindo ditadura e golpe de estado, aí já é estranho, muito estranho.