PIRATARIA CÓSMICA
Miguel Carqueija

A ESFINGE NEGRA (Miguel Carqueija) – Nova Coleção Fantástica volume 2, janeiro de 2003. Prefácio e capa de Cesar Silva (Cerito) (volume de bolso, formatinho).
Reeditada em 2014 na forma digital, pelo Recanto das Letras, com prefácio e posfácio de Shirleyde Fernandes da Mota.

(depoimento pessoal sobre minha novela)

    A idéia de que heróis também carregam suas fragilidades é muito recorrente em mangás e animês. Como heroína poderosa ou super-heroína, a Esfinge Negra (Regina Siljan), mesmo sendo a novela uma moderna “space-opera”, lembra muito esses exemplos japoneses.
    A história se passa num distante futuro, de complexa estrutura política. A humanidade se espalhou pela Via Láctea e estabeleceu contatos com outras raças. A violência e a corrupção continuam campeando, e um terrível pirata cósmico criou um grande império interestelar onde exerce seu poder despótico. Contra esse poder incomensurável levanta-se uma mulher que se faz pirata para combater o mal. Regina é uma guerreira traumatizada pelo assassinato de seus pais que lhe fôra infligida pelo pirata Nestomar, quando ela tinha treze anos. Agora Nestomar é um chefe de estado; mas Regina, confiando na arma sobrenatural (o “turbilhão de cores”) que um ser misterioso lhe deu de presente, estabelece a sua cruzada vingativa. Mas a guerra que sustenta há vários anos contra seu inimigo mortal abala a sua estrutura psicológica: o que ela persegue, a justiça ou a vingança? Estará se deixando destruir pelo ódio?
    Mas a trama não é só dramática. Existe a pitoresca figura de Rufus King, um sujeito de aparência “normal” (verde, com bolihas azuis); o embaraço do repórter Adriano, chamado para agir vestido com um pijama de ursinhos; ou os curiosos nomes da culinária do futuro. E também há toques de romantismo.
    A história não foge de uma recorrência muito comum: o clímax atingido no confronto entre a heroína e o vilão.