[Maria do Rosário Pedreira]

Foi, recentemente, anunciado mais um Prémio Pessoa (que, no ano passado, calhou a Eduardo Lourenço – uma personalidade tão óbvia para o receber desde a primeira hora que, provavelmente por isso mesmo, passou despercebida e só então o pôde arrecadar). Este ano, porém, a escolha teve, entre outras coisas, muita graça, porque o galardão acabou por ser entregue a alguém a quem cabe que nem uma luva, na medida em que um prémio chamado Pessoa é perfeito para um pessoano. Parabéns, pois, a Richard Zenith, um norte-americano que há muito se dedica a um dos nossos poetas maiores e muito tem feito não só para o traduzir, promover e divulgar nos países de língua inglesa, mas também para o apresentar exaustivamente aqui mesmo na nossa terra, onde é, aliás, responsável pela edição da obra magna (de Pessoa e heterónimos) na editora Assírio & Alvim.