Para me chover
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
JEFFERSON BESSA
 
permaneço no quarto que não se abre
a chuva já começou a cair
a rua está úmida, as águas acontecem
abriram-se as portas, mas a demora
me continua na noite do calor passado
sentado ainda no ontem que estou.

demorado quarto dentro de paredes
arrastadas na distância de banharem-se
à espera do lentamente vir do tempo
e no espaço desembrulharem as camadas
pintadas de concreto resistente ao frescor
confinadas no intervalo anterior à manhã.

aguardarei a hora da tarde para me chover.
 
 
 
 
JEFFERSON BESSA