Por Antônio Francisco SousaEm: 05/08/2008, às 16H02
Pai! Que bom sê-lo; melhor tê-lo. Figura incomum; nunca, lugar-comum.
Suporte devido à vida sofrida, florida ou aguerrida da prole querida.
Razão, coração, visão; emoção sem paixão. Paizinho, “painho” ou paizão, não está em questão, mas, sim, a pretensão de ser rumo, direção.
Farol a indicar o lugar a aportar, parar ou descansar. Repensar, ponderar, aguardar o melhor momento de se lançar ao céu ou ao mar, qualquer lugar. Continuar.
Ser homem, sem se envaidecer; homem-ser, capaz de fazer-se acontecer, ou de desaparecer para deixar-se, filho, ou o filho aparecer.
Anjo, santo; acalanto para nosso pranto. Ternura, candura; uma voz dura para aplacar nossa loucura.
Faz-nos sempre ver a importância do consenso na concordância; a irrelevância da arrogância; a insignificância da ignorância. Que não é a última instância, pelo contrário, é como se fosse a primeira infância, o julgamento na humana entrância.
Pai-filho, filho-pai, e assim quer a natureza: que nos tornemos capazes de correr atrás daquilo que é o algo mais, não fugaz, que se não é o que nos apraz, aliás, se é só o que nos compraz, pode ser deixado para trás.
Pai. Quem não gostaria de sempre vê-lo, ouvi-lo, tocá-lo, escutá-lo, amá-lo; quão bom, sem dúvida, seria, jamais, em tempo algum, perdê-lo.
Irrequieta, inquieta, quieta está a alma do pai enquanto a inquietude, irrequietude, quietude domina a do filho. Mas essa relação se inverte, ao se reverter a condição, e eles quase parecem irmãos quando o filho se torna pai de uma nova geração. É a natureza dando a modelação, a entonação e a modulação para a canção que embala e embeleza a criação.
Pai é necessário, fundamental, excelência; quintessência mesmo; um homem excepcional.