Os males do Crivella: um prefeito que não deu certo
Por Cunha e Silva Filho Em: 27/07/2018, às 08H21
CUNHA E SILVA FILHO
Eis um prefeito que tomou posse para realizar mudanças. Só que foram mudanças para o pior em todos os sentidos. A começar do que fez com o calendário de pagamento dos funcionários municipais, os quais já tinham um calendário anual bem organizado na gestão do Eduardo Paiva, inclusive para as parcelas do décimo terceiro com data determinada previamente.
Ora, tudo o que era bom na administração anterior, conquanto tivesse alguns defeitos, foi sumariamente modificado pelo atual prefeito, o Sr. Crivella, que está se revelando um dos piores alcaides da história do Rio de Janeiro – cidade que não merecia esse tipo de administrador que já está aumentado dia a dia o seu legado de má e incompetente administração e, o que é pior, de omissão diante dos graves problemas da Prefeitura.
Uma das últimas maldades do Sr. Crivella foi aprovar um desconto na folha de pagamento do funcionalismo aposentado imitando, assim, o que o governo do Lula, na esfera federal, havia feito contra o funcionalismo aposentando, que continua sendo descontado no seu contracheque mesmo havendo descontado durante todo o tempo quando na atividade da função pública.
Isso constitui exemplo flagrante de confisco salarial e, o que é ainda mais grave, o prefeito Crivella, em vez de conceder um aumento salarial municipal, o que fez foi castigar ainda mais os baixos salários do funcionalismo com esse desconto, esmagando mais o bolso do aposentado.
Mais sério ainda, foi esse mesmo prefeito que há poucos dias foi quase impedido, diante de atitudes incompatíveis com o seu cargo, pela Câmara Municipal de continuar exercendo o seu mandato. Um número superior de vereadores a ele ligados votou a favor de sua permanência no cargo. Sabe esse alcaide-menor que o Estado Brasileiro é leigo e que religião não pode interferir na condução da res publica. No entanto, o que tem pautado o seu mandato até agora são favorecimentos a gente de sua religião, o que, no mínimo, é imoral.
Mais sério ainda, foi esse mesmo prefeito que há poucos dias foi quase impedido, diante de atitudes incompatíveis com o seu cargo, pela Câmara Municipal de continuar exercendo o seu mandato. Um número superior de vereadores a ele ligados votou a favor de sua permanência no cargo. Sabe esse alcaide-menor que o Estado Brasileiro é leigo e que religião não pode interferir na condução da res publica. No entanto, o que tem pautado o seu mandato até agora são favorecimentos a gente de sua religião, oque, no mínimo, é imoral.
Vejamos, por outro ângulo, o que tem sido a administração desse alcaide dito homem religioso e de bons princípios. Vejam como está a Cidade do Rio de Janeiro: abandonada, apinhada, sobretudo, no Centro da cidade, de camelôs e desocupados. Cidade suja, fedorenta, lembrando os velhuscos tempos do Vice-Reinado, aqui aportado e sujando a cidade de dejetos atirados das carruagens reinóis indiferentes, assim, aos mais comezinhos modos civilizados de tratar uma cidade.
Olhando para um bairro, digamos, a Tijuca, com um alcance semântico de uma metonímia do país - vemos o mesmo estado de abandono, a falta absoluta de guardas municipais, de policiamento, com seus moradores e visitantes transitando por um mundaréu de camelôs – fruto da falta de emprego, recessão e desmantelamento financeiro de uma Nação amorfa, maltratada por um Presidente-tampão e completamente desacreditado pela sociedade consciente de seus direitos de cidadania surrupiados em muitos sentidos.
Um Rio decadente, esquecido pelas autoridades municipais e estaduais, um Rio triste e grotesco, sujo e ultrajado por um prefeito sem garra, sem amor à cidade, sem nenhum talento administrativo. Um simples graduado em engenharia não é suficiente para ser um grande prefeito à altura das tradições gloriosas da Cidade Maravilhosa. Ontem, no Centro da cidade, pude confirmar, a céu e sol abertos, todo esse sentimento meu de lamentação, de indignação, dessa minha rebeldia com causa diante de tantas maus tratos e vilipêndios feitos contra a cidade dos meus sonhos, da minha opção, a cidade que escolhi para viver e nela morrer.
Não entendo por que tantas pessoas conscientes dessa realidade vivida atualmente pelos cariocas nada fazem para reivindicar sua insatisfação e repúdio diante desse alcaide sem brilho, sem carisma, sem alma, sem nada. Um simples aventureiro que, se aproveitando de um povo indiferente e desunido além de, em parte ignorante e religiosamente fanático, presa fácil dos espertalhões falsamente religiosos, se elege e se transforma nesse alcaide de fancaria, caricato e impiedoso. A Cidade Maravilhosa não merece todos esses infortúnios, tanto quanto o funcionalismo municipal. Acorda, gente!