Cunha e Silva Filho


                                 Sou um leitor constante da seção de jornais que versa sobre notícia e reportagens internacionais. Acompanhar o que ocorre no mundo é uma forma de eu entender melhor o meu país. E assim venho fazendo há tempos e continuarei fazendo. É óbvio que também vejo notícias dessa espécie na tevê, na internet, e, em tempos recuados, ouvia muito notícias pelo rádio, sobretudo o que podia captar no velho programa Voice of America, através de uma seção chamada de Special English, que ainda é mantida via internet com todos os recursos tecnológicos de difusão de notícias e de ensino da língua inglesa, à semelhança da BBB de Londres.No tempo em que ouvia a Voice of America pelo rádio, de vez em quando, recebia, por assinatura gratuita, uma pequena revista anunciando a programação e incluindo bons textos sobre temas diferentes.
                                 Eu aliava o útil ao agradável, neste último caso porque melhorava meu inglês e a minha pronúncia com opção pela inglês americano, que acho muito mais claro, da mesma forma que, em relação ao português, falava o exímio tradutor poliglota, crítico literário e ensaísta Paulo Rónai(107-1992)um húngaro, premiado e exímio tradutor, professor,  poliglota, ensaísta e crítico literário que, fugindo da Segunda Guerra Mundial, veio para o Brasil e depois naturalizou-se brasileiro.. Ele afirmava que, tendo aprendido um pouco de português na sua terra natal, quando chegou a Portugal, não entendeu “patavina” do que lhe falavam, porém, logo que desembarcou na Praça Mauá, no porto do Rio de Janeiro, surpreendeu-se com o fato de que entendia tudo, até a fala do carregador ..Estabeleceu-se no Rio de Janeiro e, depois, tornou-se um dos intelectuais estrangeiros mais influentes em meu país completamente incorporado à vida cultural do Brasil.
                               Mas, vamos mudar de assunto, que o teor desta crônica é sobre o que está acontecendo de mal no mundo. O Planeta enfrenta sérios problemas, sendo, o primeiro deles - o mais terrível - a guerra civil na Síria; o tumulto no Egito, cuja população se dividide entre o presidente deposto e os partidários do governo militar provisório; os conflitos no Iraque; o terrorismo internacional, o caso de espionagem americana em proporção quase paranóica, que provocou um esfriamento nas relações diplomáticas dos EUA e da Rússia; o novo conflito religioso entre católicos e protestantes na Irlanda do Norte; a presença ainda sempre ameaçadora, do grupo Al-Qaeda; a manutenção ainda da prisão de Guantánamo e, no Brasil, a violência crônica e a escalada da alta corrupção na política. Com envolvimento de empresas privadas do país e estrangeiras.
                               Como se vê, não são poucas as questões cruciais que o mundo contemporâneo está enfrentando, sem falarmos da economia mundial deteriorada em alguns países da União Europeia.
Não vou comentar todas estas questões, mas me vou deter resumidamente na questão da violência em forma de guerra civil na Síria. Por diversas vezes, em artigos desta coluna tenho enfrentado o tema do conflito na Síria e o que tenho visto, lido e ouvido é o repetido cenário trágico e sombrio da carnificina de inocentes e da destruição do país, que segue livre e solta, sem que tenhamos tido notícia de nenhuma medida concreta através da ONU e do seu Conselho de Segurança. Só se ouve e se tem notícias de que reuniões se farão para decidir o que fazer, contudo, nada de medidas tomadas se constatam daquele organismo internacional.
                              Tal carnificina tem causado uma fuga maciça de sua população que, deixando tudo para trás, se refugia no primeiro país vizinho que lhe possa dar proteção.Não é possível que países como a Rússia ou a China o outros aliados da Síria não vejam o quanto de monstruosidade se está fazendo na Síria. Não é possível que os EUA não faça algum esforço maior a fim de se encontrar uma saída para a sangrenta ditadura de Bashar al-Assad. Nem é preciso lembrar a esses países que têm responsabilidade e liderança como potências mundiais de amenizar as aflições da população síria, até por um razão de humanidade, de compreensão humana, em pleno século 21, que possam esquecer seus interesses particulares, econômicos e ideológicos, e, em vez disso, encontrar um caminho de paz que possa acabar com tanta matança entre irmãos da mesma pátria.

                                A Humanidade está cansada de tantas mortes. É tempo de fazer a paz! A paz não é uma utopia, já que ela reforça o valor inestimável da vida, o melhor bem que temos no curto espaço de tempo que é a nossa vida na Terra.