ODE À ROSA NUMINOSA - POEMA DE MURILO MOREIRA VERAS
Por Diego Mendes Sousa Em: 23/06/2022, às 19H54
ROSA NUMINOSA
Meu Caro Poeta Diego Mendes Sousa,
Recebi o seu Rosa Numinosa. Gostei muito da poética de sua poesia, certamente você tem o deslumbre dos vates criativos. Tanto que, em vez de simples elogio, envio-lhe minha écloga de seu livro.
Abraço parnaibano também.
Murilo Moreira Veras
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ODE À ROSA NUMINOSA
O que é a Rosa Numinosa?
uma esfinge, uma estrada
ou uma flor?
— o Amor?
Ou a indecifrável infinitude
do Ardor?
o Ardor de uma Saudade
perdida?
Se não sabes, digo-o eu.
É o manancial que medeia.
entre a saudade e o amor.
É o silêncio das estrelas
ao atingir o limiar da eternidade.
Na escalada do tempo
— é o sonho do Devir.
O ciciar da madrugada
se refaz rasgando a noite escura
— eis o sinal da Rosa Numinosa.
O prazer não se desfaz no abismo
da insensatez?
É assim a Rosa Numinosa.
Às vezes, é a doce alma
em busca de uma fímbria de luz.
Ou o ser-do-outro que se revela
na circunstância da eternidade.
Seria a simetria do bem-estar
sonhando com a não solidão
solidária.
Senão é o borbulhar do gênio.
Salve os poetas, nossos melhores poetas
Só eles decantam as Rosas Numinosas
as rosas mais esplendorosas
que existem na poética numinosa
— são elas, as rosas mais numinosas,
que nos decantam o Céu
e o mar da Razão de nosso Ser.
Bsb, 15.06.22
Poema de Murilo Moreira Veras (1933-)