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Rogel Samuel 

Nesses dias de Natal é muito comum eu encontrar um velho amigo, homem simples e bom, envelhecido é certo, mas sempre animado e feliz.

É um vendedor de pequenos presentes de natal, tudo muito simples e barato, que bate nas casas de minha rua nessa época.

Este ano ele bateu na minha porta e disse que me estava trazendo estrelas...

Eu certamente me espantei, mas ele foi retirando de sua bolsa umas estrelas de um plástico transparente, algo brilhante e importado da China, recheado de estrelas de “strass” e pedrinhas de cristais mergulhadas em uma espécie de óleo translúcido.

As estrelas internas também eram de metal colorido, estrelinhas douradas, prateadas, coloridas, e cometas...

- As estrelas de Natal têm um papel simbólico determinante na história... – foi-me dizendo o bom velhinho vendedor - pois indica o caminho para os reis magos, como se diz em Mateus (2.2)...

- A estrela tornou-se um símbolo daquilo que de extraordinário aconteceu naquela noite. A estrela apontava para o local do nascimento do menino Jesus e mostrava a plenitude de vida que representa esta vinda de Deus ao mundo em Cristo.

O velho sorriu para mim e foi tirando uma Bíblia velha e surrada da sua mesma bolsa, abrindo na página marcada e começando a ler, simpaticamente:

- “E, tendo nascido Jesus em Belém de Judéia, no tempo do rei Herodes, eis que uns magos vieram do oriente a Jerusalém, dizendo: Onde está aquele que é nascido rei dos judeus? porque vimos a sua estrela no oriente, e viemos a adorá-lo.

E o rei Herodes, ouvindo isto, perturbou-se, e toda Jerusalém com ele.

E, congregados todos os príncipes dos sacerdotes, e os escribas do povo, perguntou-lhes onde havia de nascer o Cristo.

E eles lhe disseram: Em Belém de Judeia; porque assim está escrito pelo profeta:

E tu, Belém, terra de Judá, De modo nenhum és a menor entre as capitais de Judá; Porque de ti sairá o Guia Que há de apascentar o meu povo de Israel.

Então Herodes, chamando secretamente os magos, inquiriu exatamente deles acerca do tempo em que a estrela lhes aparecera.

E, enviando-os a Belém, disse: Ide, e perguntai diligentemente pelo menino e, quando o achardes, participai-mo, para que também eu vá e o adore.

E, tendo eles ouvido o rei, partiram; e eis que a estrela, que tinham visto no oriente, ia adiante deles, até que, chegando, se deteve sobre o lugar onde estava o menino.

E, vendo eles a estrela, regozijaram-se muito com grande alegria” (Mateus 2:1-10).
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Eu logo fiquei satisfeito com aquele recitativo e assim comprei duas dúzias de estrelas que espalhei por sobre minha mesa de trabalho, voltando ao livro que estava lendo naquela hora.

Li durante quase toda a noite de Natal, li até adormecer.

No meio da noite acordo, assustado: o quarto todo acendia iluminado por uma luz dourada que provinha de diversas estrelas que se tinham estampadas no teto, nas paredes e no chão, multiplicando-se e me dando uma sensação de complexa vacuidade e ausência gravitacional como se eu estivesse pairando no espaço infinito da noite estrelada.