[Maria do Rosário Pedreira]

Já sabemos que saem em Portugal cerca de quarenta livros por dia e que as livrarias e os supermercados não conseguem acolher tudo ao mesmo tempo. Primeiro devolvem-se os monos – que apresentam vendas insignificantes – mas, logo a seguir, vão os livros de venda média, de autores estreantes ou, pelo menos, não consagrados, porque é preciso lugar para as novidades. Faz agora um ano publiquei o romance Rio Homem, do actor e encenador André Gago, que Lídia Jorge apresentou no dia do lançamento. O autor trabalhou nele dez anos e, quanto a mim, fez uma estreia invulgarmente boa no mundo da ficção. E o trabalho compensou porque, recentemente, lhe foi atribuído o Prémio de Primeira Obra pelo PEN Clube, o que quer dizer que temos um bom pretexto para o recolocar nas mesas e estantes dos pontos de venda, onde há muito não estava. Se da outra vez não deu por ele, eis uma segunda oportunidade que não deve perder.