O ORGULHO DE ALENCAR
Por Rogel Samuel Em: 13/12/2011, às 05H31
O ORGULHO DE ALENCAR
POR
HUMBERTO DE CAMPOS
(Taunay - Reminiscências, vol. I, pág. 109)
O Imperador Pedro II não tinha grandes simpatias pessoais por José de Alencar. Porque este o houvesse ferido por mais de uma vez pela imprensa, ou porque lhe fizesse mal o amor-próprio, ou melhor, o orgulho do escritor, foi o soberano contrário, desde o princípio, à candidatura do seu ministro da Justiça à cadeira de senador pelo Ceará. No dia em que este lhe foi comunicar que era candidato, o monarca objetou-lhe:
- No seu caso, não me apresentava agora: o senhor é muito moço...
Alencar, num daqueles repentes que lhe eram habituais, não se conteve.
- Por esta razão, - disse - Vossa Majestade devia ter devolvido o ato que o declarou maior antes da idade legal...
E tomando conta de si:
- Entretanto, ninguém até hoje deu mais lustre ao governo...
O Imperador não lhe perdoou, jamais, esse ímpeto, vetando, como se viu depois, o seu nome, que era o mais votado da lista