O fim dos livros?

No próprio Instagram, deparo-me com um vídeo do Pedro Bial, em seu programa, perguntando a dois entrevistados “se a leitura irá acabar”. Os dois entrevistados acreditam que não, inclusive um responde que quem lê conhecerá melhor o mundo e quem não lê, não conhecerá o mundo. 

Bial, indaga a respeito da tecnologia, atualmente fazemos tudo, inclusive ler pelo computador. 

Coincidentemente, estive lendo uma obra do escritor e filósofo italiano Umberto Eco e do escritor francês Jean-Claude Carrière “Não contem com o fim do livro”. Uma obra muito bem escrita, elucidativa a respeito dos livros. Os livros vêm sobrevivendo aos anos, aos séculos; assim como a fotografia não matou o quadro; a televisão não matou o cinema; o e-book não matará o livro. A conversa entre os dois escritores deixa claro que o amor aos livros os salvarão do desaparecimento. 

Inclusive, numa parte do livro, os autores refletem e conversam a respeito da censura, a respeito do fogo. As bibliotecas que foram consumidas pelas chamas. A questão da censura envolve também aniquilar a linguagem, uma civilização que perde a escrita, acaba. 

Eco escreveu um outro livro em homenagem ao objeto livro “A memória vegetal”. Mostra o encantamento de Eco pelo livro. 

Voltando ao programa do Bial, um dado alarmante, preocupante, passado pelo apresentador, diz que, nos últimos quatro anos, o Brasil perdeu 7 milhões de leitores, segundo a pesquisa Retratos da Leitura, de 2024. 

O fim dos livros realmente está bem longe, mas o impacto na população que não tem o costume e o hábito da leitura, se fará presente, ou melhor, já se faz presente.