O estatuto de Thiago de Mello




Rogel Samuel


Ele escreveu, no "Estatuto do homem":

Fica decretado que agora vale a verdade.
agora vale a vida,


Thiago decreta as flores, a esperança, os girassóis nas janelas, a verdade, a confiança a liberdade.
Para ele, "a verdade passará a ser servida / antes da sobremesa. Ele propõe "o reinado permanente da justiça e da
claridade, e a alegria será uma bandeira generosa".

Nesse Estatuto, "o pão de cada dia (terá) no homem o sinal de seu suor (e) sempre o quente sabor da ternura".

Sim, "nada será obrigado nem proibido, tudo será permitido,
inclusive brincar com os rinocerontes
e caminhar pelas tardes
com uma imensa begônia na lapela.


A liberdade será algo vivo e transparente
como um fogo ou um rio,
e a sua morada será sempre
o coração do homem.



Asim escreveu Thiago de Mello, em Santiago do Chile, abril de 1964.